Alberto Dines, um experimentado jornalista dos gloriosos
anos do jornalismo do Jornal do Brasil, comanda o Observatório da Imprensa (OI).
O OI é um espaço de construção crítica
sobre o papel da mídia na sociedade.
O espaço é multi mídia. A versão
da TV vai ao ar toda terça às 23h, pela TV Cultura. A cobertura jornalística sobre da Amazônia tematiza
a edição de amanhã, 14, terça feira, o tema.
O elenco para debater a questão tem o antropólogo Alfredo
Wagner, respeitado pesquisador sobre as dinâmicas que abalam a região desde a
década de 1970. E ainda o cientista
político Sérgio Abranches e a jornalista especializada em meio ambiente Afra
Balazina.
A ausência de jornalista Lúcio Flávio Pinto, a maior autoridade
sobre o assunto na área de jornalismo é uma heresia, ou apenas ratifica a
lógica da metrópole sobre a periferia? Além de Lúcio Flávio outras pessoas radicadas
na região poderiam colaborar no debate. Entre eles o professor Manuel Dutra,
autor de uma tese laureada com excelência sobre o assunto em pauta. Dutra é
professor da Faculdade de Comunicação da Universidade do Pará (UFPA).
Na mesma casa também poderiam ser convidados Luciana
Miranda, Octacílio Amaral e o João de Jesus Paes Loureiro. Tem-se ainda o escritor
e ex professor amazonense Milton Hatoum e
o também escritor Marcio Souza. Além do jornalista radicado do Acre Elsom
Martins, que foi editor do Jornal Varadouro, boletim que circulou nos anos da
ditadura. Na grande mídia tem o Luiz
Maklouf Carvalho, que foi editor do jornal Resistência em Belém. O jornal é contemporâneo do impresso acreano.
O estranho, exótico e exuberante são os recortes mais
recorrentes quando a pauta da grande mídia contempla o tema Amazônia. As
reportagens tendem a reeditar estereótipos que foram construídos desde os
relatos dos primeiros viajantes, escritores e naturalistas.
As riquezas naturais costumam
ocupar o primeiro plano, em detrimento de suas populações originárias. Quando
as mesmas são citadas, o recorte, desde os colonizadores foi o enquadramento
como incompetentes em gerir suas próprias vidas e as riquezas nos territórios
por eles controlados, brutos e ignorantes.
A mídia homogeneíza a região. Não
contempla as várias realidades econômicas, políticas e sociais que a mesma
encerra. Como diz a canção: O Brasil não conhece o Brasil.
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