Rio Tapajós, cidade de Santarém, Pará, 2022. Fonte; Rogerio Almeida
Notoriedade
por conta de agendas negativas tem sido recorrente no histórico do estado do
Pará. A condição de almoxarifado na trama da geopolítica mundial como uma
região de estoque de riquezas colabora para a composição do cenário, que tem
consagrado a região como a que mais desmata, mata dirigentes sindicais,
ambientalistas e defensores de direitos humanos nas pelejas da luta pela terra,
recordista em trabalho entre outros itens negativos.
O
ano inicia com a chacina de ambientalistas na região do Xingu, onde um casal e
uma filha adolescente foram executados. Tem-se ainda o avanço do garimpo na
região do Tapajós, que tem conferido visibilidade mundial à área de reserva de
Alter de Chão, consagrada no mercado de turismo como Caribe Amazônico.
Negócios, negociatas.
Pelo
menos 3 mil garimpeiros operam em unidades de conservação e outras modalidades
de territórios da região. Sem falar em grileiros de terras e saqueadores de
madeiras. Um riomar de ilegalidades, que
ganhou endosso do presente sinistro governo que destroça o país.
A
atividade garimpeira é uma desgraça em variados níveis, alerta nota publicada
pelo conjunto de movimentos sociais da região do Tapajós, que sublinha o uso
intensivo de mercúrio na atividade, que compromete todo o ciclo da bacia rica
bacia hidrográfica, existem ainda as dimensões humanas, como a prostituição,
alcoolismo e uso de drogas. A historiografia sobre a questão sinaliza que
grande boom da atividade ocorreu nos anos de 1980.
O
recrudescimento da atividade, combinado com o esvaziamento de instituições que
possuem a fiscalização, esvaziamento do orçamento, precarização e assédio do
trabalho, e ainda a nomeação de pessoas sem a devida qualificação para cargos
estratégicos em órgãos considerados estratégicos para a defesa da Amazônia representam
um aceno do governo aos protagonistas das atividades ilegais. Exemplo recente é
o ataque terrorista sofrido pelas aeronaves do Ibama em Manaus.
Sufocar
os rios é sufocar a vida de milhares de pessoas que possuem neles fonte de proteínas
e renda, e ferir de morte toda uma cosmologia que faz parte do vasto e rico
universo de pessoas que possuem no rio, na terra e na floresta a sua condição
primordial para a sua reprodução política, econômica, cultural e social.
A
nota do conjunto dos movimentos sociais exige das instituições públicas dos
mais variados níveis uma ação imediata contra os crimes cometidos na região.
Leia a nota AQUI.