Polícias militares e o capanga da
fazenda São Joaquim, conhecido como Toca Boca Podre, atentaram contra a vida de
quilombolas da comunidade Gurupá, no município de Cachoeira do Arari, no arquipélago
do Marajó.
A
tocaia foi comandada pelo capital Raulim e pelo menos cinco militares no último
dia 10, por volta de meio dia, denuncia a Associação de Quilombolas do Rio
Gurupá – ARQUIG.
Após
insultar os remanescentes de quilombo de “filhos da puta”, quando os mesmos
trafegavam no rio Gurupá, Raulim disparou contra Edinelson Corrêa Amador e Josiel
Corrêa Amador, Gilberto Correa Amador, Alexandre Moraes Alexandrino e Jeferson
Amador da Silva.
As
balas detonaram com o motor da embarcação. O prejuízo estimado é de R$600,00. Os
quilombolas foram socorridos por uma embarcação que se dirigia para a capital
do estado, após a tentativa frustrada dos PM´s em afundar as embarcações.
Os
quilombolas trafegavam em duas rabetas. A intenção dos militares era a detenção
dos extrativistas que coletavam açaí.
A
coerção da PM e capangas de fazendas da região tem sido rotineira contra os
quilombolas da comunidade de Gurupá. No mês passado, adolescentes foram detidos
quando coletavam açaí.
No
mesmo mês o ativista Lalor foi assassinado em Belém, quando participaria de um
encontro em defesa das comunidades. A região experimenta ainda uma expansão da
monocultura de arroz, que tende a pressionas territórios ancestrais.
A
tensão entre fazendeiros da região e quilombolas é antiga. O grupo que sofreu o
atentado teme em sofrer mais represálias da PM e de capangas. Por isso a ARQUIG
encaminhou denúncia sobre os fatos para o Ministério Público Federal (MPF).