sábado, 16 de junho de 2012

Traços Amazônicos - um laboratório na Terra Firme

Fotos cedidas pelo Polo São Pedro - Odiléia Lima
Nove e tantas da manhã. Alcindo Cacela. Campus da Universidade da Amazônia (UNAMA). Sábado de sol causticante. Todos chegaram no horário estabelecido. Os professores Marcus Dickson e Rogério Almeida são os responsáveis pela trupe de discentes de jornalismo e publicidade: Daniel, Karol, Riba e kleverson. Maria de Nazaré, professora do serviço público e estudante de mestrado em Letras da UFPA acompanhou a viagem.
Na captação de imagens, o auxílio luxuoso de Ismar, 30 anos de praia como cinegrafista. A registrar alegrias e dores em Belém. Confessa que deseja escrever um livro assim que se aposentar.
A empreitada de extensão que aproximou a Agência Unama pelos Direitos da Criança e Adolescente e Agência de Marketing e Publicidade foi batizada de Traços Amazônicos. Um laboratório que visa conhecer algumas das muitas realidades que existem em locais da periferia, em particular as voltadas para luta pela cidadania de crianças e adolescentes.
 “O delírio poético” consiste em produzir audiovisual, ensaio fotográfico, programa de rádio e texto jornalístico. Terra Firme foi o ambiente escolhido. Trata-se de bairro estigmatizado pela violência.
A reportagem para o site paulista Agência Carta Maior nasceu primeiro. Umas seis laudas assinadas pelo estudante Daniel Leite e o professor Rogério Almeida.  
Estamos ficando íntimos do bairro da Terra Firme, e em particular, dos personagens que agitam a cena cultural do lugar considerado de risco na cidade de Belém.  A maioria da população sobrevive com meio salário mínimo.
Estão ali migrantes, negros, em particular do Nordeste, com ênfase no estado do Maranhão.  A informalidade nubla a realidade.
A violência é o principal estigma. O bairro é cortado por inúmeros canais. Palafitas e pontes de madeira em algumas partes configuram a paisagem. Hoje vai rolar o Tambor de Crioula na Rua dos Pretos.  A rua dos maranhenses. A parada é uma homenagem a Nossa Senhora da Guia, que inicia os festejos de São Benedito, agendado para agosto.
Amanhã é a vez do Arrastão Cultural do Boi Marronzinho, na trincheira há 19 anos.  Tem ainda o Instituto Amazônia Cultural (IAC). São jovens que compartilham experiências no campo da cultura nas escolas do bairro.
Eles promovem oficinas nas escolas e fomentam a criação de espaços onde os artistas locais possam ser os protagonistas.  Tem gente de tudo que é idade e gerações. No mesmo quilombo pulsa ainda a iniciativas de jovens locais e migrantes que agitam o Coletivo Casa Preta e Polo São Pedro.
Este último tem vínculo com a Igreja de Gusmão. Lá os jovens de oito a oitenta anos convivem com oficinas de percussão, violão, canto, dança e teatro. Odiléia e Edson Lima são os animadores.
Alguns estudantes hoje são instrutores, a exemplo da jovem karolina, que nos concedeu uma entrevista. Além dela compartilharam a experiência na busca pela cidadania na Terra Firme: Don Perna e Lamar (Casa Preta), Steve Nascimento (Boi Marronzinho), Eliezer Aviz (IAC), Otávio Freire (Teatro) e Odiléia Lima (Polo São Pedro).   
otávio Freire é um veterano de guerra. Soma quarenta anos de militância em teatro. Ele narra que é um amador da arte que dirige um táxi. Figuraça. Daria livro, documentário, uma grande reportagem a trajetória dele.
Agora a missão é decupar  e editar o material, e organizar um retorno a comunidade para apresentar os produtos.   

É o cara

Belo Monte ocupada

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Carajás - camponeses interditam acesso a projeto da Vale


Cerca de 100 moradores da vila Racha Placa, também conhecida como Mozartinópolis, localizada no município de Canaã dos Carajás, interditaram na manhã dessa quinta feira, a estrada de acesso às instalações do maior projeto de mineração da Vale, S11D, que está sendo implantado a 70 km da cidade de Canaã. De acordo com informações da Empresa, o projeto iniciará sua operação com a exploração de 90 milhões de toneladas de ferro por ano
 
O protesto é contra a situação de isolamento e abandono que a Empresa submeteu os moradores da vila. Em 2010, a Vale comprou todas as propriedades do entorno da daquela comunidade e exigiu que os donos das terras que foram vendidas destruíssem suas casas que tinham na vila. Com isso, os melhores comércios, hotel, sorveteria, etc , foram jogados ao chão. Cerca de 60 famílias pobres que moravam na vila e não tinham terra, mas, garantiam seu sustento trabalhando nas propriedades vizinhas, ficaram sem trabalho e sem alternativa.  A estratégia da Vale era desestabilizar a comunidade e, dessa forma, as famílias concordassem em sair da área recebendo valores irrisórios.
 
Os moradores se negaram a sair e, num processo de organização apoiado pelo STR de Canaã, a CPT e o CEPASP, exigiram que a empresa adquirisse uma área e fizesse o reassentamento do grupo. Exigiram ainda que a Empresa pagasse o valor de um salário mínimo para cada família até que todos fossem devidamente assentados, considerando, ter sido a Vale, responsável pelo isolamento da vila.
 
 
Em dezembro de 2010 a Empresa concordou em atender as exigências da comunidade, iniciou o pagamento de um salário mínimo para cada família e adquiriu a terra para o reassentamento do grupo. No entanto, passados um ano e meio, o acordo não foi cumprido e as famílias continuam no mesmo local em situação de abandono e pobreza. Para piorar ainda mais a situação, há 4 meses, que a Empresa não paga a ajuda de custo para as famílias.
                            
Sem alternativa, as famílias decidiram, na manhã de hoje, interditar a estrada de acesso ao empreendimento da Vale para exigir:
 
                               - O reassentamento das famílias até o mês de agosto;
                               - A retomada do pagamento da ajuda de custo para as famílias;
        - A liberação do acesso às propriedades do entorno da vila para coleta de alimentos;
        - Retomada das negociações de outras questões pendentes que a Vale não vem cumprindo.
                              
                                               Canaã dos Carajás, 14 de junho de 2012.

CPT de Marabá, STR de Canaã, CEPASP e Moradores da Vila Racha Placa.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Discoteca básica


Hidrelétricas perdem até 30% com clima, diz Coppe

As mudanças climáticas tendem a exigir investimentos adicionais do Brasil em geração elétrica da ordem de US$ 50 bilhões até 2035 ou 2040, disse ontem o pesquisador Roberto Schaeffer, professor de planejamento energético do programa de pós-graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ). Leia matéria do Valor em IHU

IBGE: trabalho infantil cai 13,44% no Brasil em dez anos, mas ainda afeta 3,4 milhões de crianças

Segundo dados divulgados ontem (12), Dia contra o Trabalho Infantil, dos 86,4 milhões de pessoas ocupadas em 2010 com 10 anos ou mais, 3,4 milhões eram crianças e adolescentes de 10 a 17 anos trabalhando no campo ou na área urbana, quase 530 mil a menos do que em 2000. Leia mais em Ecodebate

terça-feira, 12 de junho de 2012

Belo Monte - a destruição da Vila Santo Antônio


Toma-te...


Xingu +23 - Antes da barragem, o derradeiro festejo para Antônio


Abranches analisa a agenda da Rio+20

A agenda cobre quase todas as áreas das Nações Unidas: dos direitos humanos à fome; do desenvolvimento econômico à pobreza extrema; da mudança climática à perda de biodiversidade; do crescimento demográfico às emigrações transnacionais e transcontinentais; da indústria à agricultura; dos transportes à integridade dos oceanos. Leia mais em IHU

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Vale na berlinda - movimentos vão colocar a boca no trombone na Rio + 20

Na próxima quinta,14, movimentos sociais e comunidades de vários municípios do Maranhão vão percorrer as ruas do centro de Imperatriz em uma ação que antecede a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a “Rio+20”.  “Marcha em defesa da vida, contra a destruição e mercantilização do meio ambiente” essa é a bandeira que será levantada por mais de 150 pessoas que estarão representando comunidades atingidas pelos grandes projetos instalados na região. O ato inicia às 9h30 com uma concentração na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).

O objetivo do evento é denunciar a ilegalidade da duplicação dos trilhos da Estrada de Ferro Carajás, em concessão à empresa Vale S.A., os conflitos pela posse da terra e a expulsão de comunidades causadas pela empresa Suzano Papel e Celulose, as agressões ambientais provocadas na região tocantina pelo ciclo da mineração e da siderurgia, pelo monocultivo de eucalipto, a hidroelétrica de Estreito e outros conflitos.

No ato, estarão presentes delegações de comunidades dos municípios de Açailândia, Buriticupu, Bom Jesus das Selvas, Vila Nova dos Martírios, São Pedro da Água Branca, Santa Rita, Itapecuru, Miranda do Norte e São Luís.

A manifestação também vai contar com a presença das quebradeiras de coco babaçu, de estudantes e professores universitários, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, do Conselho Indigenista Missionário, do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Açailândia, do Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia, dos Missionários Combonianos Brasil Nordeste e da Rede Justiça nos Trilhos.

O ato busca ainda relembrar o Dia Internacional do Meio Ambiente, comemorado em 05 de junho, e a realização da Cúpula dos Povos em função da “Rio+20”, que ocorrerá de 13 a 22 de junho na cidade do Rio de Janeiro. Vários dos participantes da marcha seguirão caminho até o Rio de Janeiro, para representar o Maranhão e suas reivindicações por justiça ambiental.

Para a programação foram convidados representantes do Ministério Público Federal (MPF), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).

Após a concentração na UEMA, os manifestantes seguem em caminhada até o IBAMA, onde pretendem encontrar as instituições públicas que devem zelar pela preservação ambiental e a defesa da vida. O encerramento do evento será na Praça de Fátima, com o testemunho de pessoas que enfrentam diariamente os impactos socioambientais no Maranhão.


Rede Justiça nos Trilhos


Programação
Data: 14/06/2012
Horário: 9h30
Local: Concentração na Universidade Estadual do Maranhão e saída em marcha pelo centro da cidade.

Sugestão de entrevistados
·         Padre Dário Bossimembro da coordenação da Rede Justiça nos Trilhos
·         Divina Lopes Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST/MA
·         Prof. Milton Teixeira – SIMPROESEMA

Contatos
·         Larissa Santos – Assessora de Comunicação da Rede Justiça nos Trilhos
è (99) 8817-1536/ 9141-6824
·         Padre Dário Bossi – Membro da coordenação da Rede Justiça nos Trilhos
è (99) 8112-8913
·         Divina Lopes Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST/MA
è (99) 9641.2970
·         PROF. Milton Teixeira SIMPROESEMA
è (99) 8154.8067



Ufopa em greve deseja o reitor fora


Abujamra sabe das coisas


Impactos de hidrelétricas do Rio Madeira, Moret explica


Guerrilha do Araguaia - livro conta a saga entre Curió e os guerrilheiros

Gabriel Manzano

Para o soldado Cid, foi um ato banal. "Pisei em seu braço, impedindo que levantasse a arma, e perguntei: 'Qual o seu nome?' Com ar de deboche e ódio, respondeu aos gritos: 'Guerrilheira não tem nome'. Eu e João Pedro a metralhamos."Assim morreu, em 24 de outubro de 1974, numa obscura grota na selva, ao norte de Goiás, a militante do PCdoB Lúcia Maria de Souza, ou Sônia, capturada pelo grupo do major Sebastião Curió - o homem que o regime militar havia encarregado de liquidar sumariamente a Guerrilha do Araguaia. Leia matéria do Estadão em IHU

Os sentidos da paternidade. Entrevista especial com Sabrina Finamori


Filhos que buscam o reconhecimento paterno através da justiça, via exame de DNA, pretendem “reparar um passado associado ao estigma de não ter a paternidade reconhecida”. Nesse sentido, “o reconhecimento significa também poder dizer legitimamente de quem se é filho”. Essas são as constatações da antropóloga e doutora em Ciências Sociais Sabrina Finamori, autora da tese Os sentidos da paternidade: dos “pais desconhecidos” ao exame de DNA. Leia mais em IHU