Por dano moral coletivo a empresa alemã foi condenada a pagar um multa de R$165 milhões
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| Fazenda Cristalino, no sul do Pará. Fonte: redes sociais |
Por dano moral coletivo a empresa alemã foi condenada a pagar um multa de R$165 milhões
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| Fazenda Cristalino, no sul do Pará. Fonte: redes sociais |
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Postado por rogerio almeida às 8/29/2025 05:04:00 PM 0 comentários
A semana de abertura será marcada por uma programação intensa de performances e encontros públicos. Um dos momentos centrais será a homenagem ao artista acreano Roberto Evangelista
A 2ª Bienal das Amazônias abrirá ao público no dia 27 de agosto de 2025 em Belém (PA) com o conceito curatorial Verde-Distância. A mostra, que reúne trabalhos de 74 artistas e coletivos de oito países da Pan-Amazônia e do Caribe, seguirá aberta até 30 de novembro, com entrada gratuita. Esta edição apresenta uma constelação de práticas artísticas que atravessam territórios, sonhos, memórias, linguagens e escutas. A curadoria é de Manuela Moscoso (curadora-chefe), junto com Sara Garzón (curadora adjunta), Jean da Silva (cocurador do programa público), e Mónica Amieva (curadora pedagógica). Leia a íntegra AQUI
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Postado por rogerio almeida às 8/27/2025 07:07:00 PM 0 comentários
Decisão foi assinada ontem pelo juiz federal Eneas Dornellas, da subseção de Redenção
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Enterro
de vítimas de massacre no Pará. Foto: Lunae Parracho/Reuters |
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Postado por rogerio almeida às 8/27/2025 05:00:00 PM 0 comentários
Tornou-se a Feira mero oba-oba de vitrine???
Repercuto aqui a bela entrevista realizada pelo cronista Leal Kostav. Grato pela gentileza em autorizar a publicação neste modesto espaço.
Na tarde úmida de Belém, entre o rumor das mangueiras e um
vento que parece antigo, encontro-me com Paulo Nunes. Professor doutor, poeta,
ensaísta: três modos de olhar o mesmo rio. A Pan-Amazônia corre nele como
memória e urgência. Não se trata de polêmica, mas de nitidez. À mesa, uma
xícara que já esfriou e um caderno com anotações atravessadas por setas — como
se o pensamento precisasse de flechas para abrir passagem. O que segue é uma
conversa que tenta ouvir o que o livro sussurra quando a feira faz barulho
demais.
ENTREVISTA
Leal Kostav: Quando o senhor diz que a Feira Pan-Amazônica
do Livro e das Multivozes “perdeu o foco”, o que exatamente se desfocou: o
olhar de quem organiza, o espelho que a feira oferece ao público, ou a luz que
deveria incidir sobre a literatura?
Paulo Nunes: Desfocou-se o conjunto. Uma feira não é só
vitrine, é instrumento de formação. Quando o espetáculo toma o lugar do debate,
a luz vira holofote e cega. O foco deveria estar no livro como experiência
estética e crítica, nas multivozes como pluralidade real, não como adereço. Sem
eixo curatorial firme, vira oba-oba — e o leitor, que é sujeito, passa a ser
tratado como plateia.
Leal Kostav: O senhor reverencia Wanda Monteiro e Mestre
Damasceno, “o vigor do não canônico”. O que o não canônico tem que a feira
esqueceu? E por que assusta tanto?
aulo Nunes: O não canônico desarruma prateleiras. Ele traz
oralidade, fricção, contradição. É a floresta falando no entremeio da página.
Assusta porque exige escuta e risco; não se mede em cifras fáceis. Homenagear
esses nomes é sinal de vida, mas a homenagem precisa irradiar para a
programação: mesas que confrontem paradigmas, editores independentes com espaço
real, um público provocando e sendo provocado.
Leal Kostav: “Cadê o intercâmbio Pan-Amazônico e
internacional?” Como seria, para o senhor, um intercâmbio que não vire apenas
turismo literário?
Paulo Nunes: Troca de método e de imaginário. Convidar
autoras indígenas do Peru e da Colômbia não para exotarizar, mas para discutir
política linguística, direitos autorais em territórios tradicionais, circulação
transfronteiriça. Oficinas bilíngues, traduções em processo abertas ao público,
coedições entre pequenas editoras da região, residências de crítico e tradutor.
Intercâmbio é ponte por onde passam livros, sim, mas também passam políticas,
protocolos, afetos.
Leal Kostav: O senhor cita autoras e autores do Pará —
Mônica Malcher, Rosângela Darwich, Airton Souza, Isadora Salazar, Roberta
Tavares, Antônio Moura, Giselle Ribeiro, Vasco Cavalcante. Em que medida a
curadoria falha com essa casa de força? E como reparar sem cair no “localismo
obrigatoriamente ufanista”?
Paulo Nunes: Falha quando transforma a presença local em
cota. Esses nomes não pedem concessão, pedem leitura. Reparar é dar
centralidade crítica, não apenas estande. É colocar essas obras na mesa mais
nobre, em diálogo com outras cenas, e convocar mediação qualificada. O local
não é um cercado, é um portal. Ufanismo se desfaz quando a exigência estética é
critério — e ela o é.
Leal Kostav: “Literatura não é produto fru-fru.” Porém há
planilhas, patrocinadores, metas. O que fazer com o número quando ele fica com
ciúmes do sentido?
Paulo Nunes: Ensinar o número a ler. Métrica não precisa ser
inimiga do mérito. Avaliar impacto por bibliodiversidade, formação de leitores,
permanência de acervos nas escolas, número de traduções iniciadas, contratos
assinados por editoras pequenas. O show traz gente? Ótimo. Mas que essa gente
encontre pensamento. Caso contrário, a feira vira shopping de brochuras.
Leal Kostav: O senhor fala em “pedir consultoria” quando
falta equipe com escuta e projeto. Que consultoria, de quem, e para quê?
Paulo Nunes: Curadores com experiência em feiras de
formação, bibliotecárias públicas, professoras da rede, lideranças indígenas,
quilombolas, editoras independentes, livreiros de sebo — como o do Gueto —,
tradutoras, pesquisadoras de políticas do livro. Um conselho curatorial plural,
com mandatos e transparência. Para quê? Para montar eixos temáticos, rever
critérios de convite, mapear lacunas, medir efeitos. Humildade institucional
não diminui ninguém: amplia.
Leal Kostav: Homenagear, em 2026, um autor de “qualidade
duvidosa”, como o senhor disse, é um gesto simbólico. O símbolo pode ser
corrigido? Ou será sempre uma mancha?
Paulo Nunes: Símbolo é escolha de linguagem. Dá para
corrigir mudando a gramática: estabelecer critérios públicos de homenagem, com
pareceres técnicos, consulta à comunidade literária, leitura crítica
documentada. Se insistirem no atalho, vira mancha pedagógica: ensina o pior às
novas gerações — que prestígio é ruído, não obra.
Leal Kostav: O senhor saúda PakaTatu, sebo do Gueto,
editoras universitárias, IHGP, o estande democrático de autores paraenses, a
ousadia da IOEPA reeditando Dalcídio, Benedicto, Haroldo. Nessa constelação, o
que falta acender?
Paulo Nunes: Falta o circuito. Reedição sem circulação é
vela ao vento. Precisamos de clubes de leitura nas periferias com mediação
paga, compras públicas inteligentes para bibliotecas, formação continuada de
professores, políticas de desconto para livrarias de bairro, laboratórios de
leitura em praças, logística para o interior. Dalcídio vivo é Dalcídio lido.
Leal Kostav: Se a SECULT-PA aceitasse hoje o “tempo de
repensar”, qual seria seu plano de 100 dias?
Paulo Nunes: Três frentes. Curadoria: conselho plural
instituído, eixos temáticos definidos, edital público para mesas e oficinas.
Formação: calendário de mediações, parceria com redes de ensino, cota de
ingressos e transporte para escolas e bibliotecas, kit de acervo básico.
Circulação: convênios com editoras pequenas, política de preço justo, feira
satélite no interior. E, sobretudo, transparência radical: publicar orçamento,
critérios, avaliações.
Leal Kostav: Por fim, professor: o que é, para o senhor, o
silêncio de uma feira de livros depois do último dia?
Paulo Nunes: É um teste. Se o silêncio for vazio, a feira
foi ruído. Se o silêncio vibrar nas casas, nas escolas, nas leituras que
começam, então o livro ficou. Eu trabalho para esse vibrato — que não é
oba-oba, é permanência.
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Postado por rogerio almeida às 8/27/2025 12:19:00 PM 0 comentários
Escritor paraense é homenageado por sua contribuição à cultura, política e história da Amazônia.
Reitora da Ufopa, Aldenize Xavier entrega título de Doutor Honoris Causa à filha do homenageado (Benecdito Monteiro), Wanda Monteiro.
Na tarde desta terça-feira, 25, a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) realizou sessão solene no auditório da Unidade Tapajós para a entrega do título de Doutor Honoris Causa a Benedicto Monteiro (in memoriam). O título constitui a mais elevada distinção acadêmica outorgada pela Ufopa. Leia a íntegra AQUI
Veja a solenidade AQUI
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Postado por rogerio almeida às 8/26/2025 04:33:00 PM 0 comentários
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| Av Fernando Guilhon/Santarém/PA. Foto: R. Almeida |
Neguim é neguinho. É miúdo. É pouquim. Quase ninguém. Um invisível na fila do pão. A dose de pinga de cada dia ajuda na manutenção do calibre franzino. Assim como enfrentar os aperreios. Nem só de pinga vive Neguim. Vez em quando derruba uma breja. Talvez para engambelar o corpo.
Neguim tem a pele da face tostada
pelo sol e marcas de algumas quedas. Para
as batalhas diárias Neguim calça chinelo de dedo, combinando com bermuda jeans
e qualquer camiseta ao menos lavada.
Ele já puxou três anos de cadeia.
Meteu peixeira em bucho de desafeto pelas bandas de Tucuruí. Houve um tempo que peixeira e o tresoitão encarnavam
os principais argumentos na equação de diferenças de opinião na região.
Ele não deixou claro o motivo da
cizânia. E, nem se o cabra foi a óbito. Todavia, esclareceu que também morou em
Marabá. Tucuruí e Marabá integram a mesma região sudeste do Pará. Terra de valentia.
Terra de saque. É onde os fracos não têm vez.
Neguim é cabra de feira. Vende banana
onde é possível o comércio em Santarém. Corre a cidade inteira: Cohab, Mercadão
2000 e preferencialmente senta praça na Av. Fernando Guilhon. Território de
expansão do município marcado por grilagens, loteamentos, especulação, ocupação
e verticalização.
A partir da Guilhon alcança-se o
aeroporto e o centro de convenções, recém inaugurado e a PA que leva ao
território do povo Borari (Alter do Chão). Além de dois grandes mercados atacadistas, a avenida
é povoada de mercados populares e lojas de material de construção. O fluxo de
veículos é intenso. Beira a saturação.
Neguim é econômico nas palavras.Apesar de ter um cantinho em um deposito de frutas, vez em quando, dominado pelo álcool, repousa sobre a primeira banca que encontra desocupada. Ninguém bole nele.
O depósito era de um venezuelano
encorpado. Neguim conta que ele era canguinha. Não gastava com nada. Juntou um troco por vários anos e voltou para
a terra natal. Diz que juntou mais de meio milhão.
Neguim é amigo de João,
igualmente neguinho. João torce pelo Vaskin. Ao contrário de Neguim, João não
bebe nada alcoólico, apesar de já ter corrido o trecho em tudo que é tipo de garimpo
no Tapajós.
Neguim e João pareiam em idade. Casa
dos 40 anos nos costados. João é aposentado. Ao menos diz ser. Ao defender um
troco em carpintaria sofreu um acidente que desgrenhou os dedos da mão direita.
Neguim chama João de puxa saco. Faz
poucos dias o ex garimpeiro e auxiliar de carpinteiro pegou um pé na bunda da
parceira. Neguim diz que era uma mulher enormeeeee.
Além da aposentadoria, João
negocia umas quinquilharias na porta de um comércio. Caixinhas de som,
carregador de celular, lanterna, óculos escuros, boias para veraneios e praias.
A contrapartida da licença é ele ajudar em algumas tarefas.
Neguim quando carente de um xodó
afronta o Mercadão. Paga umas brejas maneiras para a dama.E, alguns croquetes depois, avança
para o quarto. Honra a chave da casa e o prolabore da moça. Ele diz que é mais
de cem contos a missão. Mas, ele paga meia.
Sequim completa o trio ternura. Soma
mais de 60 verões. Faz jus ao apelido. É do Maranhão. Defende-se como estivador
e negociante de frutas. Raro usar camisa. Tal Neguim, tem na pinga o socorro de lonjuras,
tristezas e alegrias.
Tem, tem, tem três neguins....todos
em Santarém...a se defenderem das intempéries do jeito que é possível....esses
dias o calor tá de matar.
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Postado por rogerio almeida às 8/26/2025 01:27:00 PM 0 comentários
Organizações de direitos humanos e movimentos sociais denunciam em nota pública coletiva publicada nesta quarta-feira (20) o uso pelo Governo do Pará do Programa de Proteção a Defensores/as de Direitos Humanos (PPDDH/PA) para fins de vigilância política e espionagem. Segundo reportagens publicadas pela imprensa, durante a ocupação da Secretaria de Educação (SEDUC), no início do ano, indígenas, trabalhadores da educação e até parlamentares foram monitorados indevidamente por meio da estrutura estatal que deveria garantir sua segurança. Lei mais no site da Justiça Global
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Postado por rogerio almeida às 8/26/2025 01:25:00 PM 0 comentários
Seminário sobre o autor ocorre pela manhã
No próximo dia 25 de agosto, das 14h às 16h, a Ufopa promove a Sessão Solene de entrega do título de Doutor Honoris Causa a Benedicto Monteiro (in memoriam), no auditório da Unidade Tapajós. A cerimônia será presidida pela reitora da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), professora doutora Aldenize Xavier, e contará com a presença de familiares do homenageado, entre eles, Wanda Monteiro e Benedicto Filho. Leia mais AQUI
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Postado por rogerio almeida às 8/25/2025 09:29:00 AM 0 comentários
Livro de Wanda Monteiro, será lançado hoje, a partir das 18, na unidade Tapajós/Ufopa
Por Giselle Ribeiro*
– para ler quando sentir medo –
Chão de exílio (2021), escrito pela amazônida Wanda Monteiro, é a tradução para a linguagem poética, dos horrores cometidos pela humanidade contra a própria espécie, em tempo de ditadura. Embora seja um livro de ficção, ele mistura as realidades da autora e da sociedade em que vive, num contexto de apagamento, dor e morte da espécie. A autora reacende as imagens do período de 1964, fazendo balançar o pêndulo do passado até o presente, como se visitasse as páginas de um álbum de fotografia das famílias brasileiras massacradas pela intervenção do regime militar da época. Leia a íntegra AQUI
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Postado por rogerio almeida às 8/25/2025 08:33:00 AM 0 comentários
Discurso a ser proferido pela escritora, poeta e advogada Wanda Monteiro

Wanda Monteiro, escritora, poeta e advogada. Fonte: redes sociais
A voz indomável
É inverno nesse meridiano. Estou ao pé
da serra, à minha frente tenho o mar aberto, ao meu lado uma laguna. Estou bem
longe de meu rio Amazonas. Estou em um outro rio que não é rio, mas guarda um
nome de santo e chamam de São Sebastião do Rio de Janeiro. É uma madrugada fria
e molhada. Vou dormir com a música da chuva. Eu adoro essa cantilena da chuva.
Ela caindo no barro da telha, caindo sinuosa, batendo na minha janela.
Não consigo dormir, escuto a voz de
Miguel dos Santos Prazeres falando de seu pai:
... Eu sei, eu sei
que ele amava a chuva, porque eu via nos seus olhos a
alegria de ver a água escorrendo,
banhando as árvores, caindo sobre a mata, crivando o rio de pingos e respingos,
descendo as ribanceiras. Ele gostava da chuva, porque ele entendia o barulho da
conversa que ela fazia nas barracas de palha. A chuva tem uma cantiga antiga de
enganar o sol, de misturar o dia com a noite e de ensinar o pobre adormecer com
fome, A chuva tem uma conversa-fiada-tecida-na-palha que até é doce de se
escutar.
Com a voz de Miguel no pensamento,
agora mesmo é que não conseguirei dormir. É tão difícil dormir. Sempre que vou
dormir, ocupo muito
de mim com esse desassossego de olhar pra vida e dela saber o seu deslimite. Quando a madrugada chega, tenho em
mim essa inquietude de escutar a ressonância do tempo, suas claridades, seus
escuros, seu grito e seu silêncio.
Preciso muito dormir, soltar o fio do
pensamento e descansar pra escrever sobre Benedicto, o Bené como eu gosto de
chama-lo. Escrever sobre ele é sempre um desafio.
Acordei ao meio dia com a cantilena da
chuva.
Sim. Ainda chove nesse início da tarde.
É uma chuva amiúde.
Não resisti. Fui ter com a chuva.
Sempre tenho esse gesto atávico de olhar pra chuva, de correr pra dentro da
chuva, de olhar de dentro dela, de chover com ela. Bené meu pai, dizia que
nisso, eu parecia muito com sua mãe, minha avó Eriberta. Minha avó Berta, assim
eu a chamava, gostava de ficar sob a chuva, de olhar pra ela caindo sobre o
rio. Em sua casa, na beira do rio, ela sentava na cadeira balanço e fincava
seus pés na terra molhada, olhando a chuva fazer seus caminhos para o rio.
Para nós, de vida ribeira, a chuva é o
rio suspenso no ar.
A chuva é um talento da natureza.
Nesse quando de chuva, de um inverno
ao pé serra, me vejo diante da janela, olhando pra chuva. Pareço escutar a voz
de meu pai, a voz de minha avó Berta e a voz de Maria. Sim. Escuto a voz de
Maria de todos os rios, ela falando de sua mãe e seu encantamento pela chuva.
... Nas horas que chovia, minha mãe saía pra fora de casa e
tomava banho na chuva. Deixava que a água lavasse o seu rosto, virado pro céu,
num gesto parado e de súplica.
... Nunca
compreendi essa inquietação
de minha mãe. Eu pensava que era uma doença. Nem tive capacidade de interpretar
os seus gestos, como esse de se entregar todinha pras águas da chuva...
... Com olhos fechados ou fitando entre os
respingos, nunca imaginei que ela podia estar procurando, muito longe, o
firmamento. Era paresque a procura de uma brecha, pra olhar mais longe. Uma
janela pro rio, com leito largo e águas correntes...
Com essa escuta, me veio um sentimento
antigo e só nesse agora, tomo consciência: o de que Miguel e Maria são meus
irmãos. Meus irmãos metafísicos, é certo. Mas. São meus irmãos.
Miguel e eu nascemos no mesmo ano. No
ano de 1958. Eu nasci à margem esquerda do rio Amazonas, num de seus braços
líquidos, o igarapé chamado Surubiú, numa cidade ribeira chamada Aldeia de
Alenquer. Miguel, nasceu no anverso de um papel, hoje, um manuscrito amarelado
pela travessia do tempo, perdido nos escaninhos de memórias. O fato é que Miguel dos Santos
Prazeres, o Minossauro, foi concebido no campo das ideias. Foi pensado, sonhado
e gestado sobre as águas, quando Bené fazia suas viagens rios adentro, em cima
de uma canoa gita como ele dizia, ou em cima de suas voadeiras, como eram
chamados os barcos movidos a motor. A semente de Miguel foi plantada pela
palavra, no Conto O Precipício, escrito 1958 e publicado no mesmo ano, na
revista Norte, editada por um outro bendito Benedito, nosso genial Benedito
Nunes.
Miguel e eu nascemos sob o signo da
liberdade. Nascemos antes do golpe que tomou de assalto a liberdade de Bené. Maria
é fruto do exílio. É fruto deste sempre verbo conjugado por Benedicto Monteiro:
o verbo resistir. Maria de todos os rios, foi concebida por Bené, em seu longo e
doloroso tempo de exílio, cumprido em sua casa, sua ilha dentro da ilha, sua
ilha avenida. Foi na solidão das matas, no cárcere e na sua própria ilha que
Bené encontrou se encontrou com o espaço, com o tempo, com o homem amazônida.
Foi na solidão, que Bené, meu pai, encontrou consigo mesmo e constatou que só
poderia exercer sua mais íntima liberdade no ato de escrever. Posso ouvir sua
voz dizendo:
Pois foi nas matas de Alenquer e nesse cárcere de quartel que me
encontrei comigo mesmo. E também com o tempo, com o espaço e o homem amazônico.
A partir daí, a minha vida íntima se confundia com esse tempo, com esse espaço
e com a vida dessa gente que mais tarde se transformariam nas personagens de
meus livros. Confirmei, naquele período, que escrever, para mim, era também o
único exercício da minha mais íntima liberdade, e de tal forma, que quando me
deparei com a liberdade propriamente dita, que tive que enfrentar a sociedade
na condição de marginal, proscrito ou vivente do ostracismo, quase não percebi
que não tinha voltado para a minha mesma cidade. Para a minha mesma casa. Mesmo
no convívio com a minha família, ao lado de minha mulher e meus filhos, eu
tinha bruscamente caído numa ilha, numa ilha do mundo, numa ilha social, numa
ilha da avenida.
Nessa dobra tempo, em que mergulho nesse rio de palavras pra escrever sobre Bené, me vejo em busca de seu gesto inicial, de suas primeiras visões, de sua primeira pulsão pela escrita e na escrita. Mas a memória quando é escavada em suas fundas camadas, corre esse risco de reinvenção. Assim acontece com Bené na escritura de seu transtempo, quando ele tenta falar de sua identidade em suas memórias:
É
muito difícil, ainda hoje, separar os meus sentimentos religiosos, políticos e
sociais neste meu processo permanente de dúvida e conhecimento. É muito
difícil classificar-me, codificar-me, identificar-me.
Sou escritora, dizem que também sei escrever poemas. Sobre escrever poemas, não tenho muita certeza disso. Mas, sobre meu amor e devoção pelas palavras e pela literatura, sobretudo como leitora voraz que fui. Disso eu não tenho dúvidas. Acho que herdei de meu pai esse amor e devoção pelas palavras. Estou escrevendo um livro de poemas sobre meu encontro com o mar. Nesse momento em que escrevo sobre Bené, tento me depreender das paisagens que componho em meu livro. Não consigo.
Ouço o barulho do mar. Posso ouvir e sentir o
átimo do instante em que a crista da onda quebra e cai com toda força sobre a
areia. O mar está em ressaca e sua ressonância pode ser sentida ao compasso de minha
respiração. Moro ao pé de um afloramento rochoso. E nessa noite, essa coluna
rochosa está à espreita de Urano em fúria. Já é noite. Esse dorso, feito de sal
e espuma, inclina-se para ouvir o rumor do tempo.
O mar. Se signo fosse, seria um deus a
repetir-se na estranha força de ondular infindo, em e por si, sob pétrea
regência suspensa no abismo das equidistâncias. Fosse deus, seria o mar, esse
corpo erguido ao vento, a forma viva de uma nave-mãe, nave líquida, mãe
movente, face oculta do deserto.
Vou dormir com o mar.
Hoje acordei com essa lembrança. Que um dia, ao ser provocado por mim sobre o começo de sua paixão pela literatura, Bené disse-me que embora essa pulsão pela escrita literária tenha sido deflagrada quando ele ainda era um jovem adolescente de 16 anos, quando arrebatado pela leitura de Chove Nos Campos Da Cachoeira do escritor Dalcídio Jurandir, ela só se consolidou com a escrita de seu Verdevagomundo. Esse livro foi seu primeiro romance e mais tarde, faria parte de sua trilogia amazônica.
Essa conversa aconteceu em plena
ditadura militar, portanto, embora o recrudescimento da ditadura militar e de
suas forças opressoras tenham sido, de alguma forma, estancados por movimentos
políticos de resistência que abririam pra o caminho da redemocratização, meu
pai ainda vivia em sua/nossa ilha e sempre afirmava que o ato da escrita, pra
ele, era um ato de resistência.
Esse maravilhamento, experimentado por Bené ao
ler o livro Chove Nos Campos Da Cachoeira, o despertou pra uma nova e
inquietante visão sobre esse microcosmo chamado Amazônia e ainda, lhe acenou
pra novas percepções sobre o viver dos ribeirinhos. Nesse momento, aos 18 anos
de sua vida, nascia Bandeira Branca, seu primeiro livro de poesia e nele, o
escritor que também nascia, dava os primeiros sinais de que sua escrita estava
sendo fundada em uma consciência potencialmente política e de resistência.
Seu poema Insatisfação dá claros
sinais dessa inquietação:
Trago
no corpo
o
frio desfibrilador das endemias
a
lama das terras alagadas
e
o soturno roncar do Amazonas
quebrando
e inundando
verdes
matarias!
Trago
nos olhos
o
horizonte verde, sempre verde,
da
terra imensa e misteriosa,
a
realidade triste, sempre triste,
dos
homens que vivem
nas
lendas maravilhosas.
Desses
homens que lutam
a
guerra dos fortes;
brigando
com a terra,
brigando
com a água
e
com a ferocidade
das
foças desconhecidas.
Trago
nos olhos
a
monotonia das paisagens,
a
poesia triste das paragens,
a
triste poesia que brota da terra,
transformando
em lenda a miséria da vida!
Trago
na alma
os
quadros trágicos e possantes
que
guardam ainda a cor
e
a impetuosidade
das
criações remotas.
Trago
na alma
a
impressão marcada
da
gente infeliz e desgraçada
que
já enfrentou todas as derrotas!
Tudo
isto eu trago
no
meu coração
para
escrever
a
minha grande poesia
de
insatisfação...
No depois da senda de palavras, até aqui lidas,
e escritas por mim e por meu pai Bené, me veio à escuta não de sua voz, mas sim
de seu silêncio.
Se ele estivesse entre nós, aqui e
agora, ele me diria sobre o silêncio que sempre me acomete diante das mortes de
cada dia. E eu lhe diria do vazio dessa estação chamada saudade.
A saudade de Bené será sempre um
silêncio.
Cultivo em mim esse silêncio de
revolver a memória deitada no leito mais fundo, sobre seixos de relvas afogada.
Esse silêncio de escavar o fundo do tempo. O que me há sempre deságua nele: o
rosto silente do pai a me olhar das distâncias, de viver e correr entre uma
margem de lembrança e outra margem de espera. Essa espera densa de sílaba a
sílaba, concentrada em cristal arenoso. Mas, há uma terceira margem de
incontornável geografia: o agora e essa saudade a consumir o pensamento em
amplidão de ausências. A saudade essa clareira no peito ancho de ecos. A
saudade esse lembrar à exaustão. A saudade. Esse algo a pesar sobre o dorso do
tempo partido por uma estação sem nome. E há outra margem. A margem onde busco
a palavra: uma palavra que seja rio para assim ser palavra, uma palavra de ter
começo, mas, de não ter fim, pois que não ter fim é seu destino.
No dorso desse tempo de guelras
abertas, há a voz do pai dizendo das palavras que sustentam o mundo, que
suspendem o céu, que inventam a vida e agasalham, na memória, o mistério de
todo sentir.
Meu silêncio foi quebrado pela chegada de meus netos, em minha cabana ao pé serra. Os netos são pra mim esse amor em desmesura, um laço inquebrantável. Neles eu posso exercer minha afetuosidade e meu bem-querer livremente. Eles quebram em mim qualquer silêncio.
Só hoje nessa noite fria com ventos
soprando à sudoeste. Sob à constelação do Cruzeiro do Sul, em agosto de 2024,
eu me dei conta que Miguel dos Santos Prazeres, assim como eu, completou 66
anos de existência. A diferença é que Miguel não envelheceu como eu envelheci.
Sobre Miguel não incide nem o peso nem os atravessamentos do tempo. Nas
palavras, Miguel vive e revive com o mesmo vigor.
Bené vive em Miguel. Ele tem, nas palavras, sua cotidiana
ressurreição. Nas palavras, sua voz indomável pode ouvida cotidianamente.
Sobre o tempo, sua travessia, seus
efeitos, posso dizer que sinto o seu peso sobre o corpo e sobre a maturidade
nos ossos das palavras. No entanto, o tempo me trouxe o que considero uma
virtude: já não tenho pressa. No começo desse meu anoitecer, cultivo a
contemplação.
Antes de partir, meu pai Benedicto
Wilfredo Monteiro anoiteceu. Estive ao seu lado nos últimos meses de sua noite.
Ele, adoecido, sem chances de cura, muitas vezes, acordou, olhou sorrindo pra
mim, dizendo: Filha! Estou partindo.
Vendo-me revisar seu último romance,
dizia: Filha, antes de partir, preciso lançar meu Homem Rio, preciso
libertar Miguel.
Hoje, digo pra mim que esse foi mais
um de seus atos de resistência.
Ele partiu.
Posso ouvir sua voz:
Tantos anos andei pelo. Sempre
transitoriamente. Aprendi que porto, mesmo, é só a maturidade. E chegada,
mesmo, é o só ultimo regresso.
Bené, em seus últimos dias, nesse quando e
onde vivemos, raramente dizia a palavra morte. Falava sempre em partir. E nesse
exato ato de escrevê-lo, lembro de seu sentimento sobre a morte, e sobretudo,
lembro de quão era importante ele reafirmar a vida, conjugando o verbo
resistir. Esse sentimento é traduzido na voz de seu alter ego Miguel:
Sinto
que sempre vou lembrar desse dia. O dia em que eu e meu irmão Ben levamos as
cinzas de Bené pra se misturar às águas de seu rio Amazonas.
Saímos de Santarém, numa lancha de um amigo da
família, atravessamos as águas azuis do rio Tapajós e cruzamos o encontro das
águas. Após cruzar o encontro, a lancha deu defeito. Ficamos à deriva, por
várias horas. Eu disse pra meu irmão: Bené está querendo nos dar algum recado.
Ele riu. Era um dia de sol inclemente. A situação era bem perigosa. Estávamos
com pouca água doce a bordo e sob um céu nu de nuvens, portanto sem sombra
alguma que pudesse nos proteger da luz espelhada no ouro das águas barrentas do
gigante Amazonas. Pra todo lado que firmávamos a visão, só víamos água. Era um
mundão de águas. Todos os horizontes pareciam dar em abismos. Nossos olhos não
alcançavam terra firme e nenhuma ilha. Estávamos no topo do mundo. Só havia a
água. Ao longe, podíamos ver as ilhas de ninfeias chamadas mururés flutuando
sobre as águas. Havia o espaço contido no tempo e o tempo contido no espaço. Havia
mil tons de verdes e de azui, mil tons de ouro e de prata. Nesse
momento, eu e meu irmão nos abraçamos, e eu lhe disse: Mano! Estamos dentro do
verdevagomundo de Bené.
O
piloto, finalmente consertou a lancha. Mas, perdemos o furo do rio que nos
levaria ao igarapé Surubiú. Esse era o recado de Bené. Ele queria ficar no topo
do mundo, no alto do rio, em sua correnteza mais revolta, em suas águas mais
fundas.
Deixamos
nosso pai misturado às águas de seu rio Amazonas.
Naquele
exato instante, das cinzas se misturando ao rio, parecia ouvir a voz do meu pai:
Guardo-me
em tuas águas. Peço-te! Guardes, na eternidade, os sonhos que sonhoi e os
sonhos que não me deixaram sonhar.
Era
uma oração. Sua última oração.
Nossa
oração, foi a voz do pai, na voz de Miguel:
Tudo
era espaço e tempo vago. Verde e vago. Verde vagomundo. Foi aí que me perdi na
pura claridade. Era paresque claridade do verde, da água, da noite e do
silêncio. Pensei que era a morte, que eu estava morto. Pensei que eu estava bem
no fundo. Mas nesse mesmo instante, nesse justo e exato momento, foi que a água
e o céu se abriram e surgiu uma praia branca. Muito branca. Todos os verdes e
todas as cores se resumiram naquela praia. E não tinha princípio nem fim: era
uma distância. Era paresque também uma margem. Mas, uma outra margem.
Wanda Monteiro
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Postado por rogerio almeida às 8/25/2025 07:34:00 AM 0 comentários
São esperadas mais de duas mil pessoas na capital cearense para o II Encontro Nacional do MAM no final de agosto
O Movimento Pela Soberania Popular na Mineração – MAM,
vai realizar seu II Encontro Nacional em Fortaleza (CE), entre os dias 24 e 28
de agosto, na Universidade Federal do Ceará (UFC)- campus Pici, contando com
delegações de todas as regiões do Brasil. Serão indígenas, quilombolas,
ribeirinhos, assentados rurais, camponeses e moradores de cidades afetadas pela
atividade mineral no país.
Com o tema Lutar Pelo Território, Controlar o
Subsolo, objetivo do encontro do MAM é organizar dias de debates para
lançar luz para um novo modelo mineral para o Brasil, que democratize a renda
mineral, possibilite territórios livres de mineração e controle popular sobre o
subsolo.
“O modelo mineral, do jeito que é operacionalizado,
destrói a natureza, expulsa as pessoas de seus territórios, concentra toda a
renda que teria que chegar ao povo brasileiro e nos deixa totalmente sem
soberania. Por isso a importância desse segundo encontro nacional do MAM”, diz
Karina Martins, da direção nacional do MAM.
O encontro, também contará com representação de
trabalhadores do setor mineral e integrantes de outras organizações
internacionais que debatem a mineração em seus países, como Peru, Bolívia,
Chile, Cuba, Guatemala, México, África do Sul, Moçambique, entre outros
Ao final da atividade o MAM lançará uma carta à
sociedade com as premissas firmadas pelos afetados pela mineração no Brasil com
propostas que contemplem a atividade mineral como benefício ao povo brasileiro
e não apenas como acumulação de lucros para as empresas.
Feira Cultural da Agrobiodiversidade
Durante as noites do II Encontro Nacional do Movimento
pela Soberania Popular na Mineração (MAM), que acontece de 24 a 28 de agosto em
Fortaleza (CE), será realizada a I Feira Cultural da Agrobiodiversidade,
das 18h às 23h, no mesmo local do encontro. A iniciativa integra a programação
do evento e tem como objetivo destacar a força produtiva e cultural dos
territórios ameaçados e afetados pela mineração.
A feira reunirá alimentos, bebidas e artesanatos
típicos de diversas regiões do Brasil, oriundos da agricultura familiar e da
agroecologia praticadas por povos indígenas, comunidades tradicionais,
assentamentos da reforma agrária, pescadores e pescadoras. “Esses
territórios sempre foram produtivos. Antes mesmo da chegada da mineração, já
havia vida, diversidade e fartura. São povos que continuam resistindo e
produzindo com base em saberes ancestrais, pela força da agricultura familiar
que alimenta o povo brasileiro”, explica Ingrid Sousa do coletivo de produção
do MAM.
Além da exposição e comercialização de produtos, a
programação cultural será marcada por apresentações de artistas locais e
nacionais, com ritmos como rap, forró, reggae, samba e outras expressões da
música popular brasileira. Os artistas participantes vêm de regiões diretamente
impactadas por projetos minerários e suas composições trazem temas ligados à
resistência, à identidade e à denúncia das violações.
“A arte é a forma como as pessoas expressam seus
sentimentos, seus modos de resistência, sua ancestralidade e demarcam seu
posicionamento no mundo, além de elucidar criticamente modelos de sociedade
naturalizados da exploração dos povos, trabalhadoras e trabalhadores, por isso,
e portanto, a importância dessa feira cultural no II encontro nacional do MAM”,
diz Gracinha Donato, da direção nacional do MAM.
O MAM escolheu fazer seu II Encontro Nacional em
Fortaleza (CE), pois o nordeste brasileiro é hoje alvo de intensas disputas pelo
subsolo, se tornando o centro de um debate nacional sobre soberania, modelo
mineral e organização popular.
O
estado cearense se tornou, nos últimos anos, uma das principais fronteiras de
expansão mineral no Brasil, com mais de 5 mil pesquisas minerais em andamento,
disputando cerca de 4 milhões de hectares de território — o equivalente a 36%
de toda a extensão do estado, segundo dados da Agência Nacional de Mineração
(ANM)
Serviço
II Encontro Nacional do
MAM/ I Feira cultural da Agrobiodiversidade
Quando: 24 a 28 de agosto
Local: Universidade
Federal do Ceará (UFC) – Campus Pici.
Horário: Das 8h às 17h
(Debates) das 18h às 23h (Feira)
Mais informações: João
Victor (88) 98194- 2254 Márcio Zonta (98) 98156- 1749.
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Postado por rogerio almeida às 8/25/2025 06:23:00 AM 0 comentários