sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Batuques da infância



Perto de casa tem um terreiro. Sempre que há foguetório calculo que é dia de festa. Parece que hoje é dia de Santa Bárbara. O vento faz chegar o rufar dos tambores na casa em que passo algumas horas. Fica na fronteira de Belém com Ananindeua.

Os tambores do terreiro assanham as lembranças da cidade de São Luís. Os sons dos terreiros dos bairros da Camboa e Liberdade. Uma terra de preto. Inundada de sotaques de bumbas, tambor de crioula e blocos de carnaval. Além do ruído dos motores das embarcações.



Um cortejo cortou a rua onde fica a casa em que passo algumas horas. Todas as pessoas trajam branco. Desço e puxo prosa. Um caminhante informa do que se trata. Uma camionete carrega uma imagem. Alguém explica que é Santa Bárbara. Quero saber onde fica o centro. Após o jantar dei um pulo no espaço.

A área é grande. Ajeitada para o ritual. Parece que aglutina várias moradas. Um par de vira-latas descansa. A mesa é farta de comida. Jovens batucam para o entôo dos cantos. O mar de São Luís não parece tão distante. A casa é de mina. Assim explica o ente da mesma.

Não tenho a compreensão do assunto. Apenas fico encantado com a ancestralidade. Ali. Vizinha. Pertinho. E tão longe. Um mar que não tenho braçadas para vencer.
Fotos - M Quino

Belo Monte está violando direitos fundamentais dos povos indígenas, denunciam as lideranças indígenas do Xingu, Raoni Metuktire, Megaron Txukarramãe


Reunidos no III Encontro Latinoamericano de Ciências Sociais e Barragens que se iniciou no dia 30 de novembro de 2010 em Belém, as lideranças indígenas Kaiapó Raoni Metuktire e Megaron Txukarramãe, e as lideranças Arara, Josinei Arara e Juruna, Ozimar Juruna denunciam o atropelo com que o governo brasileiro vem tentando implementar as barragens de Belo Monte no rio Xingu e as continuas violações de seus direitos fundamentais ao longo desse processo. Leia mais no blog do Xingu Vivo

MPF processa Eletronorte por danos da usina de Tucuruí aos índios


Impactos foram reconhecidos pela própria empresa em 2006, mas até agora não concretizou nenhuma das medidas de compensação necessárias
O Ministério Público Federal em Marabá iniciou processo contra a Eletronorte para obrigar a empresa a compensar e mitigar os danos causados aos índios Assuriní com a construção da hidrelétrica de Tucuruí. A Terra Indígena Trocará, dos Assuriní, vem sofrendo desde então inúmeras invasões e outros impactos diretamente relacionado com a usina e com o aumento populacional decorrente do empreendimento. Leia mais no MPF

Amazônia - Grandes projetos em questão



Indígenas, movimentos sociais, pesquisadores de ponta e outros nem tanto assim estiveram em Belém entre os dias 30 de novembro a 03 de dezembro participando do III Encontro Latinoamericano de Ciências Sociais e Barragens. Papel do estado, disputa pelo território, mitos sobre a produção de energia a partir de hidrelétricas constaram na pauta.

Os debates foram viabilizados em rodadas de mesas a partir de temas centrais, trabalhos de grupo e conversas ao livre à beira do rio num aconchegante tapíri. Na tarde de ontem indígenas da região de Carajás organizados pelo cacique Paiare trocavam informações sobre o projeto da usina hidrelétrica de Marabá.

A região tem a maior hidrelétrica originalmente brasileira, a UHE de Tucuruí. Faz 26 anos que a hidrelétrica foi erguida no rio Tocantins, no sudeste do Pará. Alguns povos indígenas colecionam até os dias de hoje passivos sociais e ambientais do empreendimento que opera com a capacidade de 8 mil MW. E teve as eclusas inauguradas pelo presidente Lula nesta semana.  Assim o rio ficará navegável.      

A região, Tocantins Araguaia, se configura como um eixo de integração no planejamento do governo federal.  Além de cerca de 80 hidrelétricas entre grandes e pequenas, pretende-se a viabilização de transporte multi-modal (rodovia, hidrovia e ferrovia) para viabilizar a circulação de mercadorias, geração de energia e incremento das telecomunicações.  

Ajudam a agudizar a disputa pelo território e as riquezas lá existentes um pólo de soja e um pólo de produção de ferro gusa, que dinamizam uma cadeia de desastres ambientais e sociais que passam: destruição da floresta amazônica e do cerrado, assoreamento das nascentes e dos rios, poluição do ar, trabalho escravo, assassinatos de trabalhadores rurais, entre outros.

A assimetria entre as forças envolvidas, grandes corporações e comunidades consideradas tradicionais conforma a realidade. Entre as megas corporações de diferentes setores, temos: Vale, Alcoa, Cargil Suez-Tractebel e Camargo Correa. Interessadas em projetos de mineração, monoculturas e construção de barragens.  

A polêmica em torno das barragens



Edna Castro

por Ana Carolina Pimenta
foto Alexandre Moraes

A matriz energética brasileira se apoia bastante na hidroeletricidade, o que ocasiona represamento de rios de norte a sul do País.  As mais de duas mil barragens construídas geram energia e, também, muita polêmica.  Dados revelam que as enormes extensões de terras inundadas com as represas foram responsáveis pelo deslocamento de mais de um milhão de pessoas e pela destruição da fauna e flora daquelas áreas. Leia a íntegra na UFPA

Movimentos sociais indígenas participam do Encontro de Ciências Sociais e Barragens


 O terceiro dia do Encontro Latino-Americano de Ciências Sociais e Barragens, que acontece na Universidade Federal do Pará (UFPA), teve a participação de representantes de movimentos sociais indígenas da região do Xingu. Eles reafirmaram, durante o debate, a resistência contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. A polêmica em torno do empreendimento abriu a segunda mesa-redonda desta quinta-feira, 3, sob a temática “Territorialidades, conflitos sociais e demandas de movimentos sociais indígenas.” Leia mais na UFPA

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Operação Ocara desmonta serrarias no entorno de terra indígena no Pará - 30/11/2010


O Ibama fechou e desmontou seis serrarias em Cumaru do Norte, Bannach e Pau D’Arco, no sul do Pará.  A ação aconteceu durante a operação Ocara, realizada em conjunto com a Polícia Federal e a Fundação Nacional do Índio (Funai) entre os dias 22 e 28/11. Leia mais em Amazônia

Carta das Mulheres em Defesa do Clima e da Amazônia

Documento resultante de roda de conversa no V FSPA rechaça as saídas como o Mecanismo de REDD, bolsas floresta, créditos de carbono e pede justiça em relação à imensa dívida climática dos grandes negócios para com as mulheres, povos indígenas, tradicionais e para com as comunidades urbanas e rurais contemporâneas e do passado.Leia mais em FSPA

Carta de Santarém aprovada no final do V FSPA

Um grande círculo, formado pelos participantes deste V Fórum Social Pan Amazônico, constitui a sua assembléia final, nesta segunda-feira, 29 de novembro, em Santarém, Pará. A grande roda revelava as inovações metodológicas no processo deste Pan Amazônico, onde foram exploradas diversas linguagens e expressões culturais da diversidade amazônica. E foi emocionante.Leia nais no site do Fórum

A renúncia: Jader se diz vítima de "campanha odiosa"


Mário Coelho
O deputado Jader Barbalho (PMDB-PA), que entregou a carta de renúncia ao mandato na manhã desta terça-feira (30) na Câmara, diz que tomou a decisão por ter se tornado um "cidadão híbrido" por conta da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em declará-lo inelegível com base na Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/10). Após um empate em cinco a cinco, os ministros da corte decidiram barrar a candidatura do peemedebista, que recebeu mais de 1,8 milhão de votos, número suficiente para se eleger para o Senado no Pará. A carta de renúncia será lida em plenário às 14h. Até lá, Jader pode desistir da renúncia.
 

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

III Simpósio “Olhares sobre o Poético”: Encontro com a poesia em Max Martins

Com o tema “Encontro com a poesia em Max Martins”, a terceira edição do Simpósio “Olhares sobre o Poético” acontecerá no dia 2 de dezembro de 2010, das 8h30 às 18h, no Auditório Francisco Paulo Mendes do Instituto de Letras e Comunicação da UFPA. O evento contará com palestras, exibição de documentários, além de um sarau crítico-poético, com leitura e interpretação de poemas. Leia mais na UFPA

MPF pede à Justiça suspensão de atividades de mina da Vale no Pará

Empreendimento comprometeu 20% das terras de comunidade quilombola, mas famílias não foram recompensadas conforme previsto e a mineradora omitiu o fato na Justiça
O Ministério Público Federal (MPF) entrou na Justiça com ação em que pede a suspensão das atividades da mineradora da Vale na mina Miltônia 3, em Paragominas, no sudeste paraense, incluindo a linha de transmissão de energia e o minerotudo que transporta a bauxita até a refinaria da Alunorte em Barcarena, na região metropolitana de Belém. Leia mais no MPF

Carta de Marabá: divulgadas diretrizes para combater trabalho escravo

Participantes de seminário em Marabá definem articulação de estratégias preventivas e repressivas para aprimorar a luta contra o problema 
 
Foi divulgada nesta segunda-feira, 29 de novembro, a Carta de Marabá, que reúne propostas de instituições que participaram este mês de seminário sobre combate ao trabalho escravo realizado no município paraense onde se concentra o maior número de casos do problema. Entre as diretrizes para aprimorar o combate, foi debatida a necessidade de maior integração entre os órgãos fiscalizadores. Leia mais no MPF

Barragens- Belém sedia a partir de amanhã encontro Latino


Rogério Almeida - Rio Tocantins-Marabá/PA  
A partir de amanhã até o dia 03 de dezembro a Universidade Federal do Pará (UFPA) é a sede do III Encontro Latinoamericano de Ciências Sociais e Barragens. A conferência de abertura, Ciência, cientistas e democracia, ocorre a partir das 18h, no Centro de Convenções Benedito Nunes. Formam a mesa a professora Edna Castro/NAEA/UFPA, Henri Acserald/UFRJ, Gustavo Ribeiro/Unb e o argentino Juan Radovich.


No mundo de rios da Amazônia do Brasil pretende-se erguer um outro mundo, o do concreto, para geração de energia. Os planos do Governo Federal já realizaram isso no caudaloso rio Tocantins, e continuam a fazer. Assim, também agendam o mesmo rumo para o rio Xingu, o rio Tapajós, o rio Araguaia e o rio Madeira. Energia para quem?

Somente na bacia do Tocantins-Araguaia estimam-se em 80 os projetos entre grandes e pequenas hidrelétricas. Faz 26 anos que a UHE de Tucuruí foi erguida no rio Tocantins. É a maior originalmente nacional.

O projeto serve para alimentar com energia a Alcoa, empresas de produção de alumínio estadunidense, com sede em São Luís, Maranhão. E as empresas Albras e Alunorte, localizadas no município de Barcarena, no Pará. Até o começo do ano a Vale as controlava. O mega negócio da cadeia de produção do alumínio foi repassado para a norueguesa Norsk Hidro.

Os projetos de barramentos nos rios da Amazônia implicam uma disputa pelo território. Reordena o controle sobre as riquezas, redimensiona a configuração física, econômica e social onde os mesmos são implantados.

Implica em pressão sobre os territórios de indígenas, quilombolas, ribeirinhos e outras modalidades de populações consideradas tradicionais. Saiba mais sobre o evento que ocorre desde 2005 AQUI

Odair Borari

M. Quino
Nós não viemos para a natureza. Nós nascemos da natureza." Odair Borari em pronunciamento durante o V Fórum Pan-Amazônico, na mesa temática, Nossos Territórios São a Nossa Terra. O Fórum encerra  hoje em Santarém, Pará.

Borari lidera o movimento de defesa da vida e da cultura do Arapiuns, palco de conflitos entre indígenas e madeireiros no oeste do Pará. 


Usina de Tapajós será postergada

O processo de licitação da megausina hidrelétrica de São Luiz do Tapajós será atrasado em pelo menos um ano. O Plano Decenal de Energia de 2011, que está sendo finalizado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), remanejou o projeto para entrada em operação das primeiras turbinas para o ano de 2017. O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, diz que grandes blocos de energia devem entrar nos anos anteriores, sem grande prejuízo do planejamento. Leia mais AQUI

Governo, empresas e ONGs querem transformar Marajó em reserva global

O arquipélago do Marajó tem área maior que Santa Catarina ou o Rio de Janeiro e paisagens belíssimas de rio e floresta. Por ali passam 25% da água doce do planeta e a região produz metade do açaí do mundo, que já foi vendido a R$ 18 o litro em Belém e enriquece empresas dentro e fora do país. Matéria do Valor postada no IHU

A implantação de barragens no Brasil e a violação dos direitos humanos. Entrevsita com Soniamara Maranho


Reunido em Campo Grande (MS), no dia 22/112010, o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana - CDDPH aprovou o relatório da Comissão Especial que analisou, durante 4 anos, denúncias de violações de direitos humanos no processo de implantação de barragens no Brasil.  O presidente do Conselho e Secretário Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, parabenizou a Comissão e considerou seu trabalho “árduo e histórico”. Leia mais no IHU

domingo, 28 de novembro de 2010

Comunicação popular na prática é tema do último debate de sábado

Professores e sujeitos que trabalham com a mídia comunitária na prática encerraram os debates de sábado, 27 de novembro, penúltimo dia do 16º Curso do NPC. Foram apresentadas experiências em rádios comunitárias, jornais, revistas, cartilhas e páginas na internet, mostrando o amplo espaço que é preciso ocupar para a importante disputa de hegemonia tão discutida ao longo desses quatro dias. Leia mais no NPC

MST e UFPA promovem Semana Amazônica de Cultura Brasileira e Reforma Agrária

Entre os dias 29 de novembro e dois de dezembro, o MST e a Faculdade de Estudos de Linguagem da Universidade Federal do Pará (UFPA), realizam a Semana Amazônica de Cultura Brasileira e Reforma Agrária, no campus I, em Marabá. Leia mais em MST/PA