Série reflete sobre políticas públicas de desenvolvimento, diversidade sócio cultura, direito e situações de conflitos derivadas das políticas desenvolvimentistas
Aperreado
segue o tempo. Em um martelo agalopado, tocado por uma racionalidade ávida por
recursos, a atropelar as dinâmicas ancestrais das terras e rios das periferias
capitais. Lonjuras de espanhas e portugais de séculos atrás. Racionalidades coloniais calçadas em
violências: expropriação, saque e pilhagem.
Aligeirado
tempo, a erguer sistemas de objetos (obras de infraestrutura), barrar o rio, a edificar complexos
portuários, ferrovias, a derrubar e pilhar a floresta, os minérios, os bancos
de germoplasma, a tentar impor aos rios do lugar amazônico a agonia das bolsas
de valor. Valor de que?
É
azul ou verde a água do mais belo rio que corre em minha aldeia (Tapajós)? A feira é bela. Mercadão 2000. Ela espelha,
em certa medida, as dinâmicas locais. As frutas, a farinha, os legumes, a carne
e os peixes resultam do tempo do lugar.
As
embarcações de madeira carregam parte desta produção. Assentamentos rurais, terras
indígenas, territórios aquilombados, reservas extrativistas. Totalidade
contraditória. Amazonas, Tapajós a
correr em paralelo. Um a confrontar o outro. Assim como as dinâmicas da
racionalidade do “deus” mercado e o tempo sem pressa das dinâmicas dos beirais dos rios. Lonjuras de palácios, bolsas de valor e catedrais. Sabenças incompreendidas.
E
no meio de tudo, a universidade, com o seu tempo diferente de tudo. Necessita
tempo, instrumentos, diálogos, recursos, maturação na forja do conhecimento. Ainda mais no caso de uma criança, dez anos
apenas.
A
Universidade Federa do Oeste do Pará (UFOPA), a partir do seu Instituto de
Ciências da Sociedade (ICS), e o seu programa de pós graduação interdisciplinar,
nos honra com a coleção Diálogos Interdisciplinares na Amazônia, série em três
volumes que retrata parte destas complexidades acima descritas.
Um
volume trata das políticas de desenvolvimento e suas implicações, já outro
contempla sobre a diversidade social, com cotejamentos sobre aspectos sócio culturais,
enquanto o derradeiro reflete sobre direitos e suas situações de conflitos na encruza que coloca em situação antagônica os interesses do grande capital e as populações de cá. Acesse AQUI a coleção.