quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Com vitória da direita no Chile, Triângulo do Lítio e metade das reservas globais ficam sob governos alinhados aos EUA; entenda

 A vitória de José Antonio Kast no Chile, no segundo turno das eleições presidenciais de outubro, consolida um novo cenário geopolítico na América do Sul. Pela primeira vez desde que o lítio passou a ser considerado um insumo estratégico global, os três países que formam o chamado Triângulo do Lítio – Argentina, Bolívia e Chile – passam a ser governados por presidentes abertamente alinhados aos Estados Unidos e aos interesses do capital transnacional. Leia no Brasil de Fato

Arenas Amazônicas: em Santarém o livro contou com dois lançamentos.

O livro foi lançado em espaço público e em espaço institucional, no Quintal Sapucaia e na Unidade Rondon  da Ufopa. 

Roda de conversa e noite de autografo no Quintal Sapucaia, no dia 03/12. Foto: T.C. Esteves

Trem Caipira foi a segunda canção executada pela banda musical da Escola Almirante Soares Dutra, durante o lançamento/bate papo do livro Arenas Amazônicas: economia, natureza e sociedade, autoria do professor Rogerio Almeida. O evento ocorreu na noite do dia 03 de dezembro, no espaço cultura Quintal Sapucaia.  A tradicional e laureada banda é regida pelo maestro Júlio Eleno. 

Tanto a banda, quanto a família Peloso, que anima o espaço Sapucaia, possuem destaque na cena cultural e política do município. No concurso de bandas do município, é recorrente a Almirante vencer na categoria musical, como ocorrido em 2024. Já a família Peloso, entre outras barricadas, possui destaque junto ao Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) e na educação.

Rogerio Almeida e o maestro Julio  Eleno, Quintal Sapuacia. Foto: T.C. Esteves 
Além dos alunos da banda, o lançamento contou com a presença de professores de variados níveis da educação pública e privada.

Quinta Geográfica - o segundo lançamento do livro ocorreu na noite do dia 11, na unidade Rondon, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). Na ocasião o professor participou de um debate sobre a categoria trabalho, dividindo a mesa com Eusébio Martins, gestor do aplicativo Urbano, que presta serviço do setor de transporte e o professor Gilber Cordovil.

Mesa de debate no auditório da Unidade Rondon da UFOPA. 
A categoria trabalho atravessa os temas contemplados no livro, a exemplo das grandes obras instaladas no estado, como é o caso da hidroelétrica Belo Monte, erguida no rio Xingu.

Tais projetos possuem como um dos eixos orientadores com vistas a maximizar os lucros a precarização do trabalho, onde a superexploração da mão de obra composta em sua maioria por migrantes é organizada a partir da terceirização, onde a equação consiste em alargar a jornada de trabalho e achatar o salário.  

Auditório da unidade Rondon da Ufopa











O livro composto por 13 trabalhos é de livre acesso e pode ser baixado neste LINK.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

MPF pede suspensão da validade de assembleia sobre licenciamento de terminal hidroviário em Santarém (PA)

Órgão aponta descumprimento de decisão judicial e desrespeito aos protocolos de consulta prévia de comunidades tradicionais

O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça Federal a suspensão urgente da validade da assembleia geral deliberativa convocada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) de Santarém (PA) para a manhã desta segunda-feira (15). Leia a íntegra no MPF

Omissão do ITERPA pode resultar em mortes no acampamento Dorothy Stang em Breu Branco, Pará

Eterno barril de pólvora na luta pela terra, o Pará pode ter neste natal uma combinação de despejo e morte em acampamentos de sem terra

A situação é cada vez mais tensa na área do acampamento Dorothy Stang no município de Breu Branco. Desde 2008 que um grupo de 54 famílias lutam pela posse da terra em uma área pública do estado do Pará, que corresponde às fazendas Chama e Santa Inês, com área total de 2.158 hectares.

O imóvel é objeto de grilagem, com o uso de “laranja”, por parte de uma empresária madeireira em Breu Branco de nome Eliene Rodrigues da Silva. Nos últimos dias ela tem intensificado as incursões violentas na área com o uso de pistoleiros, na tentativa de expulsar as famílias, que ocupam a parte da fazenda Santa Inês. Não há liminar de reintegração de posse na área da fazenda Santa Inês.

Em 2012, a fazendeira ingressou no ITERPA com um pedido de regularização da fazenda Santa Inês, com área de 824 hectares, usando o nome de um “laranja”, Arlindo Rodrigues (2012/273440-ITERPA). Em 2021, ignorando a ocupação das famílias em parte do imóvel, o ITERPA entregou o título de propriedade nas mãos de Eliene. Arlindo nunca apareceu.

Ainda no ano de 2012, Eliene entrou com um segundo pedido de regularização, dessa vez da fazenda Chama, com área de 1.334 hectares (processo administrativo 2012/27423). Nesse segundo pedido, usou outro “laranja” de nome Jucilene Carvalho Barros. De acordo com levantamento feito, essa pessoa reside em uma cidade do Mato Grosso. Em relação à fazenda Chama, a empresária madeireira, ingressou com uma ação de reintegração de posse perante a Vara Agrária de Marabá (processo 0806045-72.2019.814.0028), também com o uso da “laranja” Jucilene. Todas as informações das fraudes foram juntadas ao processo, mesmo assim, o juiz da vara agrária de Marabá, deu sentença em favor de Eliene, determinou o despejo imediato das famílias e a proteção jurídica da área em favor empresária. A decisão está pendente de cumprimento.

Em 2021, a associação que representa o acampamento, ingressou com pedido de regularização dos lotes das famílias perante o ITERPA, por se tratar de área pública estadual, ainda sem destinação (Processo nº 2021/975774 - ITERPA). O processo está parado no ITERPA.

De posse de todas essas informações, em 27 de março de 2023, a Associação requereu ao ITERPA o arquivamento do processo de regularização objeto da grilagem, em nome da “laranja” Jucilene. Mesmo assim, o ITERPA mantém o processo de regularização em tramitação. Um segundo requerimento com mais denúncias foi protocolado em junho de 2024, a Associação continua aguardando uma decisão por parte do órgão fundiário.

A Associação ingressou também perante o ITERPA com pedido de cancelamento do título expedido em relação à fazenda Santa Inês, por entender que o

Estado desrespeitou a lei de regularização fundiária que proíbe a titulação de imóveis objeto de conflito. Sem resposta até o momento.

A Associação protocolou também perante a Procuradoria de Justiça do Estado, pedido para que ingressasse com uma Ação Civil Pública, no sentido de requerer a imissão de posse do Estado do Pará no imóvel e, dessa forma, possa promover a regularização da área em nome das famílias. Não há informação se o pedido foi encaminhado.

A ocupação Irmã Dorothy também recebeu a visita da Comissão de Soluções Fundiárias do TJPA, mas o resultado foi totalmente negativo. A comissão tentou apenas mediar um acordo entre as partes envolvidas e a proposta feita para as 54 famílias foi que ficassem com 20% da área e a empresária, acusada de grilagem, ficasse com 80%. As famílias não aceitaram. Então a comissão devolveu o processo para o juiz da Vara Agrária para que fosse cumprida a liminar e despejadas as famílias.

Breu Branco/Marabá, 16 de dezembro 2025.

Associação das famílias da ocupação Dorothy Stang

Comissão Pastoral da Terra – CPT regional Pará

Famílias do acampamento Terra e Liberdade, no Pará, vivem risco de despejo violento às vésperas do Natal



Em um cenário de intensa escalada de tensão, milhares de famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do acampamento Terra e Liberdade, na divisa entre Parauapebas e Curionópolis, no sudoeste do estado do Pará, enfrentam um iminente risco de despejo forçado que pode acontecer nesta segunda-feira (15).  Leia mais no site do MST

terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Alter do Chão: para frear desmatamento e especulação, MPF recomenda criação de unidade de conservação federal

 O Ministério Público Federal (MPF) recomendou ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) o início imediato de processo para a criação de uma ou mais Unidades de Conservação (UC) federais na região de Alter do Chão, em Santarém (PA). Leia mais no site do MPF

quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Marco Temporal: o Congresso mais reacionário da história da República vota contra os povos indígenas

Aprovando a PEC do Marco Temporal, o Congresso atinge os povos indígenas, negando direitos originários e normalizando uma violência histórica. Foto: Ludmila Pereira
 

A Comissão Pastoral da Terra manifesta profunda indignação à aprovação, em dois turnos, da PEC do Marco Temporal pelo Senado Federal. Em pleno ano da COP-30, quando o Brasil se apresenta ao mundo uma imagem de responsabilidade ecológica e respeito aos povos da floresta, o Senado escolhe caminhar na direção contrária ao compromisso com a Constituição, com a Casa Comum e acordos internacionais como a Convenção 169 da OIT. Ao aprovar essa PEC, o Congresso atinge de forma cruel os povos indígenas, negando seus direitos originários e tentando transformar em regra constitucional uma violência histórica que já foi reconhecida como inconstitucional pelo STF.  Leia a íntegra da nota da CPT Aqui

MST ocupa maior latifúndio improdutivo no sudeste do Pará



Na manhã desta terça-feira, 09/12, o Acampamento Terra e Liberdade, localizado no sudeste do Pará, ocupa o maior latifúndio da região: o Retiro Bom Jesus, dentro do complexo Santa Maria, em Curionópolis. A ocupação é realizada no dia em que completam 2 anos da tragédia que vitimou nove trabalhadores e trabalhadoras rurais com descarga elétrica e incêndio, durante a instalação de um serviço de internet. Leia a íntegra no site da CPT

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Festival de Cinema do Caeté: Francisco Weyl faz uma reflexão crítica sobre o evento

Ao contrário dos festivais tradicionais, o do Caeté transcorre durante todo o ano

A relação entre o FICCA – Festival Internacional de Cinema do Caeté – e a Mostra Internacional de Cinema Negro (MICINE) não se sustenta em homenagens protocolares ou aproximações circunstanciais. O que une os dois projetos é uma orientação intelectual compartilhada: compreender o cinema como prática crítica, como forma de organização do pensamento político e como ferramenta de resistência estética diante das estruturas que historicamente tentam controlar os modos de ver e narrar o Brasil. Leia a íntegra AQUI

domingo, 7 de dezembro de 2025

Ditadura empresarial militar: general ameaça professor da UFRJ por posição crítica ao regime

Historiador e professor titular da UFRJ, Francisco Carlos Teixeira publicou uma nota em que denuncia intimações judiciais por parte de um general da reserva e ameaças anônimas contra sua vida e integridade física recebidas após criticar figuras da extrema direita.

Ele foi acionado na Justiça pelo general da reserva Álvaro Pinheiro, que acusa Teixeira de calúnia, difamação e falsificação da história. O trabalho do pesquisador é abertamente crítico ao regime militar. O general pede indenização e cassação dos títulos acadêmicos do professor. "Volto ao combate certo de que escreverei mais livros e artigos sobre tempos tão sombrios. Nada me deterá ou me amedrontará", diz o docente em nota publicada na última quarta-feira (3).
Francisco Carlos Teixeira será mediador num dos debates promovidos pela ADUFRJ com o historiador norteamericano Omer Bartov, professor da Brown University. Os encontros tratarão justamente das ameaças da extrema direita para o mundo e para as universidades. Os eventos acontecem nos dias 9 e 10 de dezembro.
Veja a íntegra da nota publicada pelo professor Francisco Carlos Teixeira:
"Rio de Janeiro, 03/12/2025
Um passado que não passa…
Conforme a famosa frase do historiador alemão Ernst Nolte, vivo hoje um triste reviver de tempos que imaginava superados. Hoje fui intimado por um oficial de justiça em um processo no qual sou acusado de calúnia, difamação e falsificação da História (sic!!!) pelo conhecido general Álvaro Pinheiro, que exige indenização e a cassação de meus títulos universitários. Desde algumas semanas, venho também recebendo grosseiras ameaças contra minha vida e minha integridade física, de origens desconhecidas. Agora, meu trabalho livre de cinco décadas como historiador está sob risco de ser silenciado por meio de ameaças e lawfare.
O fato de a transição democrática brasileira ter sido estranha ao conceito de justiça de transição permite, pela terceira vez, que eu e meu trabalho sejamos colocados sob risco de mordaça. Trata-se de um caso único, em uma democracia moderna, de um historiador ser ameaçado por um membro ativo de um regime ditatorial já encerrado.
Aos 71 anos de idade, tenho, entretanto, a mesma força dos 18 ou 19 anos, quando lutei, com milhares de outros brasileiros, pela democracia e pela liberdade do Brasil. Mais que julgar um professor, prometo àqueles que querem calar a História que tal processo será levado adiante como um processo daqueles anos sombrios. Tais ameaças antidemocráticas serão transformadas, de uma ameaça pessoal, em um julgamento da própria ditadura e de seus agentes.
Os anos que passei no Ministério da Defesa e em suas organizações militares — onde fiz verdadeiros amigos — servirão de base para expor um mundo sobre o qual ainda não se fez luz. Estou velho e cansado e, no entanto, com o coração batendo forte do lado certo do peito, orgulhoso de ter lutado o bom combate, o que meus acusadores, com certeza, não podem dizer de suas carreiras. Volto ao combate certo de que escreverei mais livros e artigos sobre tempos tão sombrios. Nada me deterá ou me amedrontará.
Sou historiador da mesma matéria, talvez de menor gênio, que Marc Bloch. Historiadores, como elefantes, não esquecem e não se amedrontam.
Francisco Carlos Teixeira da Silva
Professor Titular de História Moderna e Contemporânea / UFRJ
Professor Emérito de Teoria da Guerra / Eceme / Exército Brasileiro
Doutor Honoris Causa — UFS.

Fonte: redes sociais da Adurj

sábado, 6 de dezembro de 2025

Fórum Permanente sobre Igualdade Racial no município comemorou o avanço e definiu ações de combate à violência contra a juventude negra 

A inclusão formal da perspectiva racial no Plano Plurianual (PPA) de Marabá foi celebrada como o principal resultado concreto do trabalho conjunto entre o Ministério Público Federal (MPF) e os coletivos sociais que este ano lançaram o Fórum Permanente sobre Igualdade Racial no município. A conquista foi destacada nesta quinta-feira (4), durante a reunião pública que marcou o encerramento do ciclo anual de atividades do fórum, consolidando a atuação da entidade no combate ao racismo estrutural e à vulnerabilidade da população negra na região. Além do avanço orçamentário, o encontro definiu uma ampla agenda de fiscalização em saúde, educação e segurança pública, como forma de combate à violência contra a juventude negra. Leia a íntegra no MPF


sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

MPF recomenda ao Iphan proteção urgente e tombamento de sítios arqueológicos em Santarém (PA)

Recomendação cita riscos da expansão urbana e portuária aos sítios Porto e Aldeia e cobra mapeamento e fiscalização do órgão em 30 dias

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou à presidência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que sejam adotadas medidas urgentes para a proteção e o tombamento dos sítios arqueológicos Porto e Aldeia, localizados na zona urbana de Santarém (PA). A ação visa reduzir os danos causados pelo avanço imobiliário e pela expansão de atividades portuárias sobre o que é considerado o maior complexo arqueológico urbano da Amazônia.  Leia mais AQUI

Territórios Quilombolas Murumuru e Tiningu recebem o “Auto da Nascença”

Espetáculo gratuito será apresentado nos dias 6 e 7 de dezembro.


No terceiro fim de semana seguido de circulação do espetáculo de rua “Auto da Nascença”, o Teatro Iurupari da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) realizará mais duas apresentações, desta vez em territórios quilombolas do município de Santarém, situados na região da Rodovia Curuá-Una (PA-370). A primeira ocorrerá neste sábado, 6 de dezembro, às 19 horas, na comunidade Murumuru; e a segunda apresentação no domingo, dia 7, às 17h30, na comunidade Tiningu. O espetáculo é gratuito, sendo classificado como “livre para todos os públicos”. Leia a íntegra AQUI


MANIFESTO CRITICA AUSÊNCIA DA LITERATURA NA COP30 E PROPÕE CRIAÇÃO DO FÓRUM PERMANENTE

Em nenhum momento a agenda da COP possibilitou um diálogo sobre o tema


Escritores e agentes culturais reunidos em Belém, no dia 19 de novembro, no seminário Palavras da Amazônia, lançaram nesta quarta-feira, 3 de dezembro, um manifesto em defesa da literatura amazônica. O documento pontua que foi um "erro crasso" não ter sido programado nenhum evento sobre literatura durante a COP30, realizada em Belém em novembro.


O evento Palavras da Amazônia foi promovido pela Federação das Academias de Letras do Pará (FALPA), na Casa da Linguagem, reunindo mais de 150 participantes entre escritores, educadores, alunos, pesquisadores, ativistas culturais e outros trabalhadores do cenário literário. Leia a íntegra da matéria e o manifesto AQUI

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

NOTA PÚBLICA DE REPÚDIO PRISÃO ILEGAL DRA. LENIR (CEBRASPO/ABRAPO)



O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (CEBRASPO) e a Associação Brasileira dos Advogados do Povo Gabriel Pimenta (ABRAPO) vêm a público denunciar, com veemência, a violenta escalada da repressão e da perseguição política contra o movimento camponês no Estado de Rondônia, materializada na infame “Operação Godos”. Leia a íntegra AQUI

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

COP 30 em Belém deixou algum legado ? O professor Gutemberg Armando Diniz Guerra analisa

Que eu saiba, nenhuma Conferência entre as Partes foi tão comentada entre nós, brasileiros, quanto essa trigésima que o mundo presenciou, tendo como palco a maior floresta tropical do mundo, a cidade de Belém do Pará com todas as suas virtudes e mazelas e, como protagonistas, antagonistas e coadjuvantes, os governantes, a sociedade civil compreendida por povos tradicionais, nativos, imigrantes, estrangeiros, movimentos sociais organizados e oportunistas de todo o planeta.  Leia a íntegra AQUI

 Ministério Público Federal (MPF) entrou na Justiça, na terça-feira (25), com uma ação em que pede decisão urgente para obrigar a remoção definitiva da carcaça do navio Haidar e o esgotamento completo dos resíduos oleosos ainda contidos na embarcação, naufragada no Porto de Vila do Conde, em Barcarena (PA), há 10 anos. O MPF também pede indenização de pelo menos R$5 milhões por dano moral coletivo, além de R$91,4 mil referentes aos prejuízos ambientais já calculados. Leia a íntegra no site do MPF

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Marabá – Fábio Oliveira Lima, sociólogo, diretor e produtor realiza I Edição do Festival de Cinema ‘Clima em Cena’

 

Dialogo na escola Liberdade, Marabá/PA. Foto: T. Cruz

O Festival realizado entre os dias 27 de outubro e 03 de novembro, teve como horizonte a promoção de um espaço cultural e educativo de troca, onde o cinema atua como ferramenta de diálogo e mobilização frente aos desafios das mudanças climáticas. As escolas EEEM (Escola de Ensino Municipal) Liberdade e no CMRIO (Colégio com supervisão militar)-Tocantins foram os palcos das sessões.
 

A iniciativa do sociólogo diretor e produtor Fábio Oliveira Lima foi selecionada no Edital de Chamamento Público Nº 002/2025 - Fomento à Criação de Projetos Culturais, da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), do município de Marabá.

Momento de troca com os discentes da CMRIO-Tocantins. Foto: F. Lima

Além de exibições de filmes, a iniciativa promoveu a Oficina de Produção Audiovisual: Juventude e Clima, voltada especialmente para os estudantes da EEEM Liberdade e produções audiovisuais a partir de aparelhos celulares.

Exibição de filmes na escola Liberdade. Foto; T. Cruz

 Durante a oficina, realizada em 26 de agosto, os jovens foram incentivados a desenvolverem vídeos autorais  sobre questões ambientais que afetam diretamente suas realidades, a exemplo do desmatamento, da poluição, da escassez de água e a relação entre clima e desigualdade social, além do histórico da escola que completa 40 anos.

terça-feira, 25 de novembro de 2025

Comuna Cepasp/Marabá: debate sobre a liberdade de cátedra marca lançamento do livro do professor Rogerio Almeida, da UFOPA

 

Mesa de debate sobre a liberdade de cátedra. Foto; Thiago Cruz 

Na tarde do dia 22, um sábado, a Comuna Cepasp, com sede em Marabá,  acolheu o lançamento do livro Arenas amazônicas: economia, natureza e sociedade, autoria de Rogerio Almeida, professor do curso de Gestão Pública, da UFOPA, campus Santarém. O livro foi selecionado no edital de Política Nacional Aldir Blanc, do município de Santarém.

Entre ensaios e reportagens o livro é composto de 13 trabalhos. O conjunto reflete sobre a implantação de grandes projetos no Pará e no vizinho estado do Maranhão. Alguns trabalhos são mais robustos, outros nem tanto. Alguns foram atualizados.  A maioria é autoral. Todavia, a jornalista Lilian Campelo divide uma reportagem sobre mineração com o pesquisador. 

Além de ensaios autorais, Almeida conta com a contribuição  de Júlia Iara, militante do MST. Em texto de verve poética, a militante  empreende reflexão sobre o temor em ser ativista em terras amazônicas. O escrito foi gestado quando da passagem do Massacre de Eldorado, que em 2026, soma 30 anos.

A advogada e poeta Wanda Monteiro, filha do escritor, advogado, gestor público e político Benedicto Monteiro, cedeu uma  loa lírica escrita em homenagem ao pai. O texto foi produzido para ser lido quando da entrega da comenda de doutor honoris (pós morte) conferido pela UFOPA (Universidade Federal do Oeste do Pará) em 2025.

A Comuna existe há 40 anos. É um espaço dedicado à pesquisa e assessoria sindical e movimentos sociais. Fez parte de inúmeros fóruns nacionais e internacionais. Na região, tem um papel de vanguarda no debate ambiental, na comunicação popular, na luta pela terra e pela defesa dos direitos humanos.

Celebração e bate papo pós lançamento do livro do professor Rogerio Almeida. Foto: redes sociais

Liberdade de cátedra- uma reflexão sobre a liberdade de cátedra precedeu o lançamento do livro.  Os professores Armando Tafner (Unifesspa), Marcelo Melo (IFPA) e dirigente sindical, Amailson Lima (UEPA), campus de Conceição do Araguaia e representante sindical,Raimundo Gomes da Cruz Neto, educador popular e dirigente da Comuna Cepasp, José Batista Afonso, da Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Marabá compuseram a mesa.

A seção foi organizada por conta de processos movidos por empresários do Mato Grosso contra o professor Almeida.  O motivo é um artigo acadêmico publicado na revista da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em dezembro do ano passado.

O trabalho versa sobre o projeto que pretende erguer um complexo portuário na cidade de Santarém, oeste paraense. Um território de incidência de aldeias indígenas territórios quilombolas e campesinos.

Marcelo Melo recuperou que desde o começo da década a educação pública tem sido um alvo sistemático de setores reacionários do país. Tanto no ponto vista jurídico, com a proposição de uma série de leis que atacam a liberdade e a autonomia universitária, quanto na elaboração de narrativas que visam desqualificar a educação. Como exemplo, o professor relembrou a proposta da “escola sem partido”. 

Lima, dirigente da UEPA, enfileirou inúmeros casos ocorridos em todo o estado do Pará e no país.  No caso do Pará, recordou o ataque recente por uma professora da Unifesspa, por conta de sua intervenção em audiência que debatia a remoção do Pedral do Lourenço, localizado ente os municípios de Itupiranga e Nova Ipixuna.   

A antiga demanda pela remoção do Pedral é estratégica para viabilizar a a hidrovia do rio Tocantins. O projeto integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal.

 Por sua vez, o professor Tafner, que já foi alvo de processos por conta de sua produção alinhada a setores populares no Mato Grosso, esclarece que a situação de ataque à universidade pública consiste em uma estratégia de intimidar e silenciar as vozes críticas da instituição.

 “Ocorre que estamos em um cenário que a atuação do grande capital é escala planetária. E, nós atuamos em uma escala que em certa medida é local e mais frágil”, avaliou o pesquisador.

O experimentado educador popular, Raimundo Gomes, segue vereda semelhante ao professor Tafner, e contempla o aspecto macro das disputas políticas e ideológicas sobre o desenvolvimento para a Amazônia. “Estamos diante de um cenário marcado por inúmeras encruzilhadas, onde temos a democracia em jogo , a civilizatória, a ambiental e a humana”, considera Gomes, que realça que a universidade não escapa aos interesses do capital.

Batista Afonso, advogado da CPT, manifestou solidariedade e apoio ao professor Almeida.  “A agente acredita que a universidade também integra os espaços de disputas nas arenas nacionais. Entendemos que as ações contra o pesquisador da UFOPA, assim como tantas outras país afora, tem como objetivo principal o silenciamento de vozes críticas da universidade. Em particular as alinhadas aos movimentos sociais”, encerrou o defensor da CPT.  

sábado, 22 de novembro de 2025

Assassinatos e impunidade no campo do Pará: site paulista Repórter Brasil repercute livro da CPT de Marabá/PA

O livro foi lançado no último dia 20, durante a COP 30

DE BELÉM (PA) — Dos 1.003 assassinatos no campo registrados no Pará nos últimos 45 anos, apenas 61 chegaram a julgamento. Destes processos, houve denúncia de mandantes em 30 casos (metade deles acabou absolvida), enquanto 42 pistoleiros foram condenados como executores. A maior parte dos homicídios nunca teve inquérito concluído. As descobertas estão no livro “Assassinatos e Impunidade no Campo no Pará: 1980 a 2024” (Editora Dialética), lançado nesta quinta-feira (20) na COP do Povo, em Belém (PA). Leia a íntegra AQUI