quinta-feira, 3 de junho de 2021

Vida longa ao SUS!!!



Uns dois quarteirões separam onde moramos da Unidade Básica de Saúde (UBS), localizada na Av. São Sebastião. Inúmeras vezes, por uns dois meses, pelo menos uma vez por semana baixava no espaço para saber da vacina.

 

E, nada de chegar a nossa faixa de idade, dinos com um pouco mais de 5.0. Em todos os momentos fui atendido de forma respeitosa. Estranhava o local com poucas pessoas. O ambiente sempre calmo. 

 

Na derradeira ocasião que aportei no local informaram que a UBS havia suspendido o serviço de vacina da Covid, e que a gente procurasse a UBS de Fátima, que fica na orla da cidade, às margens do belo Tapajós. A UBS fica numa casa espaçosa, com árvores, tudo arejado, cadeiras para acomodar as pessoas.


No dia primeiro do mês de junho Docinho foi vacinada pela Lindalva. Poucas palavras, ligeira no gatilho. Em menos de cinco minutos, tudo resolvido, vacina tomada. Agradecemos a gentileza.

 

As pessoas de linha de frente da UBS  de Fátima tratam alguns visitantes pelo nome. Perguntam da reação da vacina, se tá tudo bem, como vão os filhos, comentam da cheia do rio, do calor. Tudo de forma amistosa.

 

Noutro dia voltamos para que eu fosse vacinado.  Sobre a mesa das moças que atendem copos de mingau, água, coisas do trabalho. À porta da UBS um vendedor de picolés atende os aflitos pelo sol inclemente. Matreiramente, uma das atendes sugere que gostaria de um picolé. Entendemos o sinal e pegamos vários para todo o pessoal.

Muito pouco para pessoas verdadeiramente dedicadas ao serviço público, ao interesse comum, à saúde coletiva, ao respeito e empatia ao próximo. 

Uma pandemia que a todo momento ceifa vida em todos lares do país foi necessário para conhecermos a relevância do Sistema Único de Saúde (SUS), o papel de vanguarda que o mesmo possui no atendimento da maioria da população.  Rabiscamos as singelas linhas para agradecer aos servidores das UBS pela relevante contribuição neste momento tão conturbado em nossas vidas. Vida longa ao SUS! O maior património do país nos  últimos meses. 

domingo, 30 de maio de 2021

Mais um São João amofinado

                                                        Foto: sede do Boi da Floresta/Leonardo. Thulla Esteves

Finda o mês de maio. Adeus Maria. Até qualquer dia. Quem sabe, ano que vem, em aboie o guarnicê....neste ano, pro modo de um praga maldita, será necessário adiar a festa. Zelar a vida. Polir a esperança.  Adeus Maria...até qualquer dia....que neste ano, o guarnicê desdobra somente no meu coração, enquanto o fio de saudade parte-me ao meio. Bruto, tal peixeira de valente.

Adeus Maria. Adeus Coração. Até qualquer dia.  Neste ano, nada de fogueira e balão. A vacina não chegou para todos. Para muitos, a morte tornou em noite o dia. Milhares tombados na algibeira da estupidez planaltina, que ora, maltrata e zomba sobre as cruzes espalhadas país afora, a perder de vista. Um rio de lágrimas. Mar de indignação.

Maria, junho ronrona na porteira do dia. O sol arde na moleira. O onça, mufino, acomodado em um canto, reclama o rufar do pandeirão preso em uma escapula de rede. O  onça sem pandeirão e matraca não é ninguém. A trinca da boiada anseia o assobio do apito do amo, a convocar para o ensaio final. Aquele que precede ao batizado do batalhão.

Querida, nada de tropeada na quadra junina. Tudo é vazio no terreiro do Brasil. Nada mais banzo que um arraiá calado. Desprovido de bandeiras, sem barracas de quitutes: maçã do amor, cachaça, milho assado e cozido, cocada, mingau de milho de branco entupido de coco.   

Santo Antônio, São João, São Pedro e Marçal não terão paga de promessa. Pai Francisco, Catirina, caboclo de pena, burrinha, a fileira de índia, tudo em retiro. Eh João Paulo de Marçal, Maioba, Maracanã, Iguaíba, Pindoba, Ribamar.....como é bom o tropear.....o virar o dia em aboio da sabença ancestral.....

Adeus Maria, que ano vem, quero chorar uma pororoca de mundo, que seja de felicidade de brincante, feliz pelo seu batalhão nas ruas....ao som dos tambores de África, Maranhão.....