quinta-feira, 26 de junho de 2025

Maranhão: camponeses resistem à expropriação da empresa Suzano

 

Nesta manhã calorosa de terça feira(24/06), na cidade de São Pedro de Água Branca – MA, camponeses pobres sem terra se levantaram para protestar contra a latifundiária Suzano S.A., uma dentre as empresas mais poluidoras do Estado do Maranhão e opressora de trabalhadores em conluio com os órgãos públicos federais, estaduais e municipais. 

A manifestação ocorreu na Praça Central da cidade, organizada pelo acampamento Palmeiras e contou com a participação do presidente e dos membros da Associação da ocupação Canaã, da ocupação Sapucaia, moradores da cidade, representantes do CEPASP, do Coletivo de Defesa da Palestina, do Coletivo Taca Tinta e do SINDIUNIFESSPA-Sindicato dos Professores da Universidade Federal do sul e Sudeste do Pará.

 


A manifestação foi motivada pela necessidade de unir forças em defesa das terras ocupadas e reivindicadas por camponeses pobres sem terra, há mais de 30 anos vivendo e plantando nas áreas, e que em forma de grilagem, a Suzano se diz proprietária e junto ao poder judiciário conseguiu liminar para despejar em torno de 600 famílias dos municípios de São Pedro da Água Branca e Vila Nova dos Martírios, ambos no Maranhão.

Os representantes das famílias camponesas denunciaram a apropriação de mais de 3 milhões de hectares de terra feita pela empresa na região, enquanto os camponeses pobres sem terra não têm direito a sequer 20 hectares para garantir seu sustento, o que leva a uma crise de falta de alimentos e elevação do preço dos produtos nas prateleiras dos supermercados. 

Denunciaram também o grande desmatamento, a destruição e poluição dos mananciais com uso intensivo de venenos (agrotóxicos), a poluição dos solos, a escassez de água superficial e subterrânea que já se faz sentir na região,devido o plantio de eucalipto em toda a área, sendo essa árvore uma grande sugadora de água e destruidora do solo. 

Mais ainda, as famílias sacrificadas e permanentemente ameaçadas, encontram-se totalmente desamparada, devido aos prefeitos dos dois municípios se colocarem contra elas e em defesa dos interesses da empresa. Mesmo assim, a Associação do acampamento Palmeira protocolou na Prefeitura e na Câmara de Vereadores, documento chamando atenção dos poderes para a situação desastrosa e cobraram uma posição. 

A manifestação não foi só de denúncia e lamentação, os representantes das famílias de camponeses se posicionaram firmemente no sentido de fortalecer a luta em toda a região em defesa de suas terras, cobrar permanentemente do poder judiciário que seja feita justiça e que a luta continuará firme contra a Suzano, como também contra os latifundiários da soja e todos que se posicionam como inimigos do povo. 

Estenderam pela praça muitas faixas no sentido de chamar atenção da população para a luta das famílias em defesa de seus direitos, uma delas dizia: NINGUÉM COME EUCALIPTO! FORA SUZANO! A TERRA É NOSSA! 

As organizações acima citadas que se fizeram presentes também se manifestaram em apoio irrestrito à luta enfrentada pelos camponeses na região, somada às diversas lutas do campo e da cidade nos Estados do Maranhão e Pará, na Amazônia, no país como um todo, como também, em defesa da vitoriosa Resistência Nacional Palestina e de todos os povos acossados pelo imperialismo mundo a fora e que têm resistido de todas as formas possíveis.

Marabá, 26 de junho de 2025.

Centro de Educação, Pesquisa e Assessoria Sindical e Popular - CEPASP

 

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