Ri em êxtase. Está feliz. Baila nua. Um “padede” ao tucupi. Esfuziante. A rodopiar sem a saia do carimbó. No entanto, a simula. Ri, ri e ri sem cessar. A padilhar sem atabaque, agogô, ganzá ou um ponto. A menina dança.
O corpo preto gira sem se cansar. Pés descalços. O corpo boleado cheio de felicidade só quer
celebrar. O corpo feliz espanta banzo. Exalta
o amar. Como se o amanhã não fosse nascer, os rodopios insistem, qual pião, em
sentido anti-horário. Abre caminho na encruza. Nijra. Ciata. Patchouli.
As mamas turgidas implicam com a gravidade. Redondas, tal um pão de
queijo, as nádegas entopem o cômodo de cio. A vencer todo e qualquer tormento e
as águas turvas. Uma graça. Grávida de riso, ela ri, ri e ri.
A menina dança. O mundo para. Ela é toda alma. Ela é toda corpo.
Corpo e alma. Encantes a vibrarem por todo canto. Terra, floresta, rios e cios.
Oxum na cachoeira. Sentada, enquanto a menina gira. Padilha.
Um turbilhão. Uma tempestade. Apoteose. Psicose em transe em forma
de gente. Deus e o diabo no mesmo corpo-alma.
Sob o sol ou a chuva, a menina dança. Por entre as rosas, ventos e
espinhos das veredas da vida. No balancê do baque solto da alfaia. Maracatu de
mais de tonelada.
A menina...em espiral....vibra em riso para o tambor sob a luz do candeeiro...limpa o terreiro eh..limpa o terreiro ah....
oh como ela é linda, é linda demais...não mexe com ela...abre a roda....deixa a menina...ela tem peito de aço e o coração de sabiá...oh abre a roda...que ela não mexe com ninguém.... oh arreda ..que lá vem mulher...encantada...senhora da magia...lavanda em flor...gira, gira, gira, oh girandola.....riso e pólvora. Dói, dói, dói...um amor faz chorar, dois faz sofrer...navalha na carne, regalo.







1 comentários:
Oh, gira deixe a gira, girar!... Lindo demais!
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