sábado, 10 de abril de 2021

O programa de pós graduação do Instituto Ciência e Sociedade da UFOPA apresenta coleção em 3 volumes sobre o Baixo Amazonas

 Série reflete sobre políticas públicas de desenvolvimento, diversidade sócio cultura, direito e situações de conflitos derivadas das políticas desenvolvimentistas




Aperreado segue o tempo. Em um martelo agalopado, tocado por uma racionalidade ávida por recursos, a atropelar as dinâmicas ancestrais das terras e rios das periferias capitais. Lonjuras de espanhas e portugais de séculos atrás.  Racionalidades coloniais calçadas em violências: expropriação, saque e pilhagem.

Aligeirado tempo, a erguer sistemas de objetos (obras de infraestrutura), barrar o rio, a edificar complexos portuários, ferrovias, a derrubar e pilhar a floresta, os minérios, os bancos de germoplasma, a tentar impor aos rios do lugar amazônico a agonia das bolsas de valor. Valor de que?

É azul ou verde a água do mais belo rio que corre em minha aldeia (Tapajós)?  A feira é bela. Mercadão 2000. Ela espelha, em certa medida, as dinâmicas locais. As frutas, a farinha, os legumes, a carne e os peixes resultam do tempo do lugar.

As embarcações de madeira carregam parte desta produção. Assentamentos rurais, terras indígenas, territórios aquilombados, reservas extrativistas. Totalidade contraditória.  Amazonas, Tapajós a correr em paralelo. Um a confrontar o outro. Assim como as dinâmicas da racionalidade do “deus” mercado e o tempo sem pressa das dinâmicas dos beirais dos rios. Lonjuras de palácios, bolsas de valor e catedrais. Sabenças incompreendidas.

E no meio de tudo, a universidade, com o seu tempo diferente de tudo. Necessita tempo, instrumentos, diálogos, recursos, maturação na forja do conhecimento.  Ainda mais no caso de uma criança, dez anos apenas.

A Universidade Federa do Oeste do Pará (UFOPA), a partir do seu Instituto de Ciências da Sociedade (ICS), e o seu programa de pós graduação interdisciplinar, nos honra com a coleção Diálogos Interdisciplinares na Amazônia, série em três volumes que retrata parte destas complexidades acima descritas. 

Um volume trata das políticas de desenvolvimento e suas implicações, já outro contempla sobre a diversidade social, com cotejamentos sobre aspectos sócio culturais, enquanto o derradeiro reflete sobre direitos e suas situações de conflitos na encruza que coloca em situação antagônica os interesses do grande capital e as populações de cá.  Acesse AQUI a coleção. 

domingo, 4 de abril de 2021

Por uma política de manejo florestal de base comunitária no Pará: série de reportagens recupera saga de quase dez anos de luta

 

Uma das muitas etapas de debate sobre o pleito para a efetivação da Política Estadual de Manejo Florestal Comunitário e Familiar - Fonte: site do Observatório do Manejo Florestal Comunitário

Há 09 anos comunidades tradicionais do estado do Pará empreendem uma luta para a efetivação da Política Estadual de Manejo Florestal, Comunitário e Familiar (PEMFCF). A jornada é realizada em parceria com ONGs e pesquisadores de variadas formações. 

Além da defesa do território, a política almeja financiamento para ações que possam garantir além do uso racional dos recursos, a melhoria da qualidade de vida dos moradores de projetos de assentamentos agroextrativistas, territórios quilombolas e outras modalidades.

A série de três reportagens assinada por Rogerio Almeida e edição de Kátia Marko pode de ser acessada no site do Brasil de Fato do Rio Grande do Sul, onde o combate  popular encurtou a distância entre o Sul e o Norte. Saravá!!!

Abaixo os links com as matérias.

Primeira reportagem - o triste contexto de desmatamento e violência no Pará 

Segunda reportagem - A peleja pela efetivação da PEMFCF

Terceira reportagem - afinal de contas, o que é o manejo florestal de base comunitária?