sábado, 17 de abril de 2010

Massacre de Eldorado soma 14 anos de impunidade


Faz 14 anos que o Massacre de Eldorado ocorreu no município de Eldorado dos Carajás, no sudeste do Pará. Não há ninguém preso ou punido. Nas edições dos jornais grandalhões da cidade nenhum destaque.

Um sublinha caso de pedofilia na Igreja Católica. O outro o leilão de Belo Monte. A mídia banaliza as execuções e chacinas de trabalhadores rurais. Como o fez com o assassinato no começo do mês do dirigente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar, (FETRAF), Pedro Alcântara.

Ainda que a maioria da sociedade pareça indiferente, o MST mantém acampamento na Praça da Leitura, no bairro de São Brás, em Belém. As primeiras barracas foram erguidas na tarde de ontem. Chovia forte. As estacas foram cobertas pelas tradicionais lonas pretas. Não havia muita gente, como dantes.

A cidade vivia a hora do rush. O trânsito caótico parecia pior. Alguém apressado saberia do que se tratava?

A semana de luta pela terra também ocorre na “Curva do S”, o local da chacina. No campus da Universidade Federal do Pará (UFPA), no município de Marabá, os dias foram marcados por debates. Em Belém o Instituto Federal do Pará (IFPA) serviu de referência.

Desde o Massacre o sul e sudeste do estado foram atravessados por abissais mudanças. Ocorreu o reconhecimento em massa de áreas ocupadas.
Mais de 50% do território das regiões são projetos de assentamento. Daniel Dantas sentou praça nas regiões. As operações da Vale se expandiram. Serra Pelada vai ser reativada.

O avanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) promete agudizar as situações de tensão pela disputa do território.

Para os rios Araguaia-Tocantins promessa de um mundo de cimento a partir de hidrelétricas.

Eldorado, a bandeira da impunidade tremula.
O monumento em homenagem ao Massacre de Oscar Niemeyer em Marabá foi destruído pelos fazendeiros. E todos parecem dormir sem peso na consciência.

Quem quiser saber um pouco mais, ler o livro de Eric Nepumuceno.

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