Corrupção na Assembleia
Legislativa, secretário processado por trabalho escravo, renúncia de acusado de
corrupção no segundo escalão, e agora dois corpos de camponeses sobre a mesa do
governo em menos de seis meses de PSDB no estado.
Quando o partido reassumiu o
poder após de 12 anos na administração, e a desastrosa administração petista, a
avaliação dos setores do campo no Pará era que o ímpeto dos ruralistas iria se
reacender, e o aparato do estado agudizar a coerção contra as representações
camponesas.
Impossível não lembrar do
Massacre do Eldorado, 1996, uma ação da polícia que resultou com a execução de 19
camponeses no município de Eldorado do Carajás sob a ordem do médico Almir
Gabriel (PSDB). Não há ninguém preso até
hoje.
O nome de José Cláudio Ribeiro da
Silva constava na lista de ameaçados de morte desde a década de 1990. Ele
militou junto ao Sindicato de Trabalhadores Rurais e do Conselho Nacional de
Seringueiros (CNS), assim como Chico Mendes.
Sempre que concedia entrevista
fazia questão de exibir uma frondosa castanheira no projeto de assentamento
rural Praia Alta Piranheira, localizado no município de Nova Ipixuna, no
sudeste do Pará.
A árvore era o orgulho dele e uma
espécie de símbolo de resistência contra a voracidade dos madeireiros. A esposa
Maria do Espírito Santo iria colar grau no curso de Pedagogia do Campo da UFPA
em julho.
Uma ironia é que as denúncias circularam
em tudo que é canto. Cláudio e Maria concederam inúmeras entrevistas, num
seminário em Manaus ele voltou a reforçar as ameaças que a família vinha
sofrendo dos madeireiros da região.
No dia 13 no Rio de Janeiro a
atriz paraense Dira Paes participou do lançamento do documentário Este homem vai
morrer, do cineasta Emilio Gallo. O filme trata justamente de uma chaga que
persiste de forma sistemática no sul e sudeste do Pará desde a década de 1980,
o apogeu da União Democrática Ruralista (UDR).
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