terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Tapajós sob ameaça: movimentos sociais exigem ação imediata do Estado contra garimpos ilegais na região

 

                            Rio Tapajós, cidade de Santarém, Pará, 2022. Fonte; Rogerio Almeida

Notoriedade por conta de agendas negativas tem sido recorrente no histórico do estado do Pará. A condição de almoxarifado na trama da geopolítica mundial como uma região de estoque de riquezas colabora para a composição do cenário, que tem consagrado a região como a que mais desmata, mata dirigentes sindicais, ambientalistas e defensores de direitos humanos nas pelejas da luta pela terra, recordista em trabalho entre outros itens negativos.

O ano inicia com a chacina de ambientalistas na região do Xingu, onde um casal e uma filha adolescente foram executados. Tem-se ainda o avanço do garimpo na região do Tapajós, que tem conferido visibilidade mundial à área de reserva de Alter de Chão, consagrada no mercado de turismo como Caribe Amazônico. Negócios, negociatas.

Pelo menos 3 mil garimpeiros operam em unidades de conservação e outras modalidades de territórios da região. Sem falar em grileiros de terras e saqueadores de madeiras.  Um riomar de ilegalidades, que ganhou endosso do presente sinistro governo que destroça o país.

A atividade garimpeira é uma desgraça em variados níveis, alerta nota publicada pelo conjunto de movimentos sociais da região do Tapajós, que sublinha o uso intensivo de mercúrio na atividade, que compromete todo o ciclo da bacia rica bacia hidrográfica, existem ainda as dimensões humanas, como a prostituição, alcoolismo e uso de drogas. A historiografia sobre a questão sinaliza que grande boom da atividade ocorreu nos anos de 1980.

O recrudescimento da atividade, combinado com o esvaziamento de instituições que possuem a fiscalização, esvaziamento do orçamento, precarização e assédio do trabalho, e ainda a nomeação de pessoas sem a devida qualificação para cargos estratégicos em órgãos considerados estratégicos para a defesa da Amazônia representam um aceno do governo aos protagonistas das atividades ilegais. Exemplo recente é o ataque terrorista sofrido pelas aeronaves do Ibama em Manaus.

Sufocar os rios é sufocar a vida de milhares de pessoas que possuem neles fonte de proteínas e renda, e ferir de morte toda uma cosmologia que faz parte do vasto e rico universo de pessoas que possuem no rio, na terra e na floresta a sua condição primordial para a sua reprodução política, econômica, cultural e social.  

A nota do conjunto dos movimentos sociais exige das instituições públicas dos mais variados níveis uma ação imediata contra os crimes cometidos na região. Leia a nota AQUI.