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“A floresta é sustentável duas vezes mais em pé de
que derribada.
Porque quando você derriba, você só tem uma vez.
E quando você deixa ela em pé, você tem ela pra
sempre”.
(Zé ClaúdioRibeiro - Nov. 2010)
Sabe-se, historiacamente, da
evolução do extrativismo no Brasil, em especial na Região Norte quando da ocupação
da região nas décadas de 60, 70, por migrantes do centro-sul a procura de
terras para se “integrarem” ao país.
Todos os Estados da Região
Norte, entre eles o Acre quando receberam os grandes produtores, acabaram por
ocupar espaços de famílias, muitas extrativistas que ali habitavam e tiveram
que sair de suas áreas, tendo que perde-las e verem-na sendo transformadas em
pastos para criação de gado. Entre muitos exemplos tivemos Chico Mendes.
Hoje, em pleno século XXI, essa
realidade não é diferente. A lógica da expulsão do campones de suas terras,
para que essas se tornem áreas de produção em grande escala, voltadas para o
mercado internacional, ainda persiste e se afirma. E essa permanência se dá
pela retirada do morador de seu lote, de sua terra, por bem ou por mal.
E nessa busca desenfreada pelo
grande capital, registram-se os números da violência no campo e na cidade.
Em relatório recentemente publicado,
a Comissão Pastoral da Terra—CPT mostrou mais uma vez o que tentam calar, os
números dos conflitos. No Relatório: Conflitos
no Campo e no Brasil 2010, somente no Estado do Pará, foram registradas 30
ameaças de morte, 30 pessoas entre sindicalistas, trabalhadroes ruraias,
sem-terra, lideranças, índios e assentados. Desses 30 registrados, 18 foram
assassinados.
Em 24.05.2011, tivemos mais
uma triste notícia, triste e duplas, foram mortas 02 lideranças - Maria do
Espírito Santo da Silva e José Claudio Ribeiro da Silva, líderes do Projeto
Agroextrativista Praialta-Piranheira, município de Nova Ipixuna-Pará.
Extrativistas que defendiam
suas terras, as árvores, a mata, que lutavam contra a derrubada da floresta,
defendiam a floresta em pé, afinal delas vinha o seu sustento e a garantia de
vida com qualidade e quiçá tranquilidade, pois nelas teriam gantida a
possibilidade de reprodução de suas famílias.
Mesmo com a criação das
Reservas Extrativistas, que legitima a posse e reconhece o direito a terra, o
direito a vida ainda não é respeitado.
Ontem foram: Dorothy, Dezinho,
Expedito, Irmãos Canuto, Chico Mendes e outros mais que tombaram por
acreditarem que é possível viver dignamente com um pequeno espaço de terra,
onde se pode produzir e garantir seu sustento e o sustento de milhões de
brasileiros.
A parte que se quer da terra
não é uma cova, mas um pedaço de chão para reprodução da vida e das famílias. Até
quando se dará a violência no campo? Quantos mais terão que tombar porque lutam
por didignidade, por vida justa, por um espaço, por um pedaço de chão quer no
campo ou na cidade, para que possam garantir as suas vidas e a de suas famílias?
Belém,
24.05.2011
Elen Pessôa
Instituto
Amazônia Solidária e Sustentável-IAMAS
elenpessoa@yahoo.com.br
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