A Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA)
oferta 25 vagas para a primeira especialização em Jornalismo Científico no
estado. As inscrições estão abertas até o dia 17 de junho.
O experiente professor e
jornalista Manuel Dutra da Faculdade de Comunicação (FACOM) da Universidade
Federal do Pará (UFPA), irá coordenar o curso com duração prevista para nove meses.
O objetivo do curso é incrementar
o repertório de conhecimentos dos jornalistas para a produção de informação
sobre ciência para o grande público em linguagem acessível para o conjunto de
mídias existentes. E assim aproximar o conhecimento acadêmico da sociedade em
geral.
O curso se instala no oeste do
Pará, uma região que hoje integra o portfólio do governo federal para a instalação
de grandes projetos: geração de energia, monocultura de grãos e extrativismo
mineral. Abriga um conjunto de unidades de conservação e palco de intensos
conflitos em torno da exploração da floresta.
No município de Santarém, cidade pólo da região, a empresa estadunidense Cargil, ergueu um porto para o escoamento de grãos ao arrepio da lei.
Lá foram executados a irmã
Dorothy e os dirigentes sindicais Bartolomeu dos Santos (Brasília) e Almir
Federicci (Dema). Em setembro de 2010 três militantes da Federação dos Trabalhadores
da Agricultura Familiar (Fetraf) foram assassinados.
O curso chega em boa hora, posto
ser comum a má qualidade da informação sobre a complexidade das disputas em
diferentes níveis que conformam as realidades da Amazônia. Em particular as
realidades que envolvem a disputa pela terra entre as populações originárias e
grandes corporações.
A região é um extraordinário laboratório, que aglutina um leque de possibilidades de produção do conhecimento. Ela reivindica a separação
do Pará para a criação do estado do Tapajós, nome do rio que banha a cidade de
Santarém, que abriga a UFOPA.
A maioria das terras griladas
numa ação que envolveu o Ministério Público Federal (MPF) e outras instituições
é da região, assim como as fraudes flagradas na Superintendência de Desenvolvimento
da Amazônia (SUDAM).
Sobre as terras griladas o caso
mais escabroso foi da empreiteira C.R Almeida, do empresário paraense radicado
no Sul do país e já falecido, Cecílio do Rego Almeida. A empresa conseguiu
numa “passe de mágica” grilar cinco milhões de hectares.
A UFOPA resulta da confluência de
outras instituições de ensino superior existentes. Hoje passa por um delicado
processo de disputa política, onde a reitoria é acusada de hipertrofia de poder.
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