Afinal,
o que foi o III Chamado da Floresta, que ocorreu na Resex Tapajós-Arapiuns, no
município de Santarém, nos dias 28 e 29 de outubro, organizado pelo CNS, uma
grande ação social para assinatura de convênios pelo governo federal com o
endosso do capital?
Em tempos de
hiperconetividade, não encontrei um documento base ou uma carta final sobre o
III Chamado. Alô Chamado. Chamando o Chamado: Existe uma avaliação sobre o
grande combate sobre desenvolvimento da Amazônia, em tempos de PEC 215, que
objetiva azeitar o controle dos territórios ancestrais por grandes corporações
de mineração, monocultivos e construtores de hidrelétricas?
É
possível explicar o financiamento do Consórcio Norte Energia, responsável pela
construção do mastodonte Belo Monte, ao evento, justo ele, ponta de lança do
maior caso – ou case, como preferem especialistas do mercado - de violação dos
direitos humanos na Amazônia?
Afinal
de contas, você samba de que lado, de lado você quer sambar? A chapa está quente, e as forças conservadoras
ganham musculatura de Norte a Sul do Brasil. Esqueleto assanha sair do armário, vestir o
quepe, calçar o coturno e desfilar em avenidas centrais.
O
tempo é sombrio, achacador engessa a República, ruralistas certos da impunidade
assassinam indígenas do Maranhão ao Mato Grosso do Sul, enquanto a mídia choca
o ovo da serpente e turbina o ódio e o medo.
O
bagulho é doido, e o Planalto endossa o agronegócio ao abraçar a truculenta kátia
Abreu, a agilizar financiamentos de grandes obras hidrelétricas, e facilitar licenças
ambientais de grandes projetos na região.
Em oposição, no Projeto de Assentamento Lago Grande, em Santarém, por exemplo, a população reivindica há dez anos o georreferenciamento de seu território, para poder elaborar projetos e acessar financiamentos. O território sofre ameaça da empresa Alcoa, que opera no município de Juruti.
Ante
os meus míopes olhos, o Baixo Amazonas, que abrigou o Chamado, promete ser o que
Carajás encarnou no século passado, um cenário de saque de riquezas e violência
contra as populações locais.
Este
tem sido o papel consagrado à Amazônia, uma grande colônia de matérias primas
para os estados mais ricos do país, e dos países ricos da economia mundial. Um
grande exportador de commodities, como diria um economista de grande diário em
sua coluna matinal.
Interroga-se: tudo
é pragmatismo político de segunda classe? Foi-se para as cucuias o caráter
pedagógico dos encontros de base? O Chamado foi um encontro de base? Afinal, o
que foi III Chamado?
E
quem chamou na chincha as “otoridades’ foi Auricelia Arapiuns. Uma mulher. Uma indígena. Uma guerreira.
Tinha de ser. Veja AQUI. Saravá!
2 comentários:
Prezado Rogério, o Chamado da floresta chamei de Chamado da capoeira. Realmente olhando os promotores do evento e a forma ilusória de que A PRESIDENTE viria tomar parte, achei uma enganação até para os que ainda creditam que a presidenta respeita os povos da floresta. Não veem o que seu governo ja fez nos rios Madeira, Teles Pires, Xingu e pretende não abrir mão do Tapajós como ela mesmo arrogantemente que n~~ao abre mão das hidroelétricas no Tapajós. Vou te enviar um artigo que publiquei aqui dois dias antes do início do chamado. Abraço do amigo Edilberto
Olá...grato pelo comentário...aguardo o texto para replicar aqui....abraço fraterno
Postar um comentário