Prestes a celebrar o
primeiro mês de aniversário do acidente que matou quase cinco cabeças de gado,
a população de Barcarena continua desassistida pelas instituições públicas e as
empresas responsáveis pela compra e transporte da carga viva na Vila do Conde.
Conforme informações de
moradores da Vila do Conde, a distribuição cesta básica e água não existe mais.
“O que ainda estavam fazendo era distribuir arroz”, declara um morador da
comunidade.
A ação desordenada entre
os diferentes atores públicos marcou a ação reativa do Estado em relação ao
acidente. Apesar do polo industrial, a cidade não conta com plano de contingência.
Até o acidente com o navio, não existia
defesa civil.
Barcarena, uma ilha
industrial, vive sob o signo de risco de grandes acidentes ambientais. Faz uns
10 anos que acidentes de grandes proporções fazem parte da rotina de moradores
tradicionais da cidade e vizinhança.
Grandes corporações do
setor de alumínio da cadeia de alumínio controladas pela norueguesa Hidro, o
extrativismo do caulim pela a francesa Ymeris, a estadunidense Bunge do setor
de grãos e fertilizantes são algumas estrelas da constelação.
Investigações da UFPA e
do Instituto Evandro Chagas atestam o comprometimento dos recursos hídricos da
cidade por conta da emissão de rejeitos dos processos químicos e dos acidentes
com os transbordamentos da bacias dos mesmos em furos, igarapés e rios.
Há o comprometimento da
saúde de trabalhadores, moradores e das populações rurais. As últimas
consideradas as mais vulneráveis, posto, que acabam por socializar os prejuízos
causados pelos acidentes, que colocam em risco a segurança alimentar.
No Furo do Arrozal, por exemplo, pescadores compartilham
os prejuízos por conta do acidente com o gado e outro com as balsas de soja da
Bunge.
Um antigo ativista
ambiental analisa que “as instituições públicas responsáveis pela fiscalização
e monitoramento do setor de saúde e meio ambiente não possuem estrutura e
quadro de pessoas para fiscalizar de forma séria e isenta as grandes empresas
que atuam na cidade”.
“Morar aqui é como
dormir no pé de um vulcão ativo”, crava um técnico industrial que prefere não se
identificar.
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