Um time de futebol do Pará passou
12 horas até alcançar a cidade onde se daria uma peleja do combalido esporte no
estado.
Barco, ônibus e avião foram
necessários para superar a hercúlea distância.
O escrete do município de Cametá,
cidade do Baixo Tocantins, foi disputar três pontos contra o São Raimundo, no
município de Santarém, oeste do estado.
A cidade é irrigada pelo belo
Tapajós, onde o governo federal deseja erguer um mundo de barragens.
Soa que a Amazônia não passa de
um almoxarifado aos olhos da maioria.
Não fosse o estado, as esquadras
estariam em óbito. É ele quem subsidia boa parte das despesas dos times,
repassando verbas em troca do direito de transmissão das partidas.
E tem gente que acompanha.
O erário público irriga e garante
a sobrevida no futebol nessas paragens.
O estado de coma marca o cenário
do futebol local, onde quase sempre Remo e Paysandu alternam a conquista do
caneco.
O estado não conta com nenhum
representante na primeira divisão do campeonato nacional.
Vez ou outra um clube do interior
faz uma graça e chega a alcançar o vice-campeonato. Casos de Águia, da cidade
de Marabá, sudeste do Pará e São Raimundo.
Os saudosos adeptos do Paysandu,
quando em troca de deboches com os torcedores do Remo, rememoram a passagem do “Papão”
na Copa Libertadores de América.
Na ocasião o escrete paraora bateu
o Boca Juniors por 1XO, em plena Argentina. Gol do ex- atacante do Timão, Iarlei.
O feito é histórico, a se
considerar que até mesmo para os grandalhões do país a empreitada é considerada difícil.
Mas, no jogo de volta, apanhou
como um cão sem dono. E o sonho findou. Nesses dias o time somou noventa e
tantas anos. Um milagre....
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