sexta-feira, 19 de novembro de 2021

João Batista, presente! Vivo fosse hoje completaria 69 anos.

 

Vivo fosse João Batista hoje completaria 69 anos.  O comunista Batista era advogado de camponeses no Pará.  Foi assassinado quando somava apenas 36 anos. Ao lado de Paulo Fonteles e Gabriel Pimenta enfrentou latifundiários e grileiros de terra.   Pedro Batista, autor de livro sobre as jornadas de luta do irmão faz homenagem a João. Pedro também assina artigo que faz parte de uma coletânea em processo de produção (Luta pela terra na Amazônia: memória dos mártires da terra), que recupera parte destas histórias dos mártires da luta pela terra no Pará.


Manifestação pelo 1º de maio em Paragominas (PA). Foto: arquivo da família

 

A seguir, a loa de Pedro a João.

Se meu irmão, João Carlos Batista, estivesse vivo completaria hoje 69 anos.

 

Aos 36 ele foi assassinado, depois de ter sofrido três atentados, na quarta tentativa conseguiram calar sua voz, tirar sua vida.

 

Batista para muitos, Tauá para mim, teve uma vida de combate. Desde menino viveu a contradição no campo. Aos 14 anos foi vaqueiro, em uma fazenda em Paragominas, acompanhava meu pai, enquanto nossa mãe, Izaura, trabalhava na cozinha. Somente aos 21 retomou os estudos, quando nos mudamos para Belém. Fez supletivo, cursou direito e dedicou-se a defender trabalhadoras do campo e da cidade.

 

Batista priorizou suas origens. Atuou com firmeza na organização camponesa, concentrou-se na defesa da Reforma Agrária e no combate ao latifúndio e sua histórica violência contra mulheres e homens pobres com mãos calejadas do trabalho de sol a sol.

 

Foi eleito deputado estadual em 86. Em apenas 17 meses de mandato fez o que se parecia impossível: organizou milhares de trabalhadores do campo, usando com maestria revolucionária a luta organizada, a unidade do povo, a tribuna parlamentar e as brechas da lei a serviço da transformação social.

 

Cedo se assumiu socialista revolucionário. Militou clandestina e publicamente. Subiu em tamboretes, fez agitação,  vendeu jornais, pichou muros, escreveu discursos e cartilhas. Conspirou e agiu. Não teve posses, nem origem em família tradicional. Foi do trecho, sem terra, sem títulos ou riquezas.

 

Tauá ou Batista, o mesmo homem, justo, fraterno, duro e firme, convicto e corajoso. Sabia quem era seus inimigos. Denunciou Ronaldo Caiado e todos fazendeiros que fundaram a UDR e mataram dezenas. Denunciou a burguesia. Denunciou o oportunismo e o revisionismo. Acreditou no socialismo, defendeu e organizou a Revolução.

 

Hoje, 19.11, é seu natalício, estaria entre nós, fortalecendo o combate contra o fascismo e seus agentes, os mesmos que o caluniavam, atentaram contra a sua vida até conseguirem o assassinar.

 

Em 6 de dezembro próximo fará 34 anos que Batista recebeu um tiro fatal.

O seu compromisso, dedicação e exemplo revolucionário seguem nos inspirando e apontando a direção, sem vacilar, nem se deixar encantar com os luxos e prebendas que a burguesa propaga e distribui.

O empoderamento divisionista, que carreiristas e oportunistas propagam para enfraquecer a luta revolucionária nega a luta revolucionária e trai os exemplos de homens e mulheres que caíram na gloriosa caminhada.


Honra eterna aos mártires da luta do povo.

Batista presente!

Viva o socialismo!

Seu exemplo revolucionário anima a caminhada.

Venceremos!

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