Não lembro se chovia,
quando num carnaval, no ano de 1999, aportei de mala e cuia nas terras de
Carajás, na cidade de Marabá, irrigada pelo Tocantins, Itacaiunas e Araguaia. Cheguei, como se diz, puxado pela cachorra,
tão exuberante era a lisura, que se mantém.
A missão era colaborar no
setor de comunicação com a entidade Cepasp (Centro de Educação, Pesquisa e
Assessoria Sindical e Popular). Parada de maluco de históricos ativistas, na
época tocado pelo piauiense, Raimundo Gomes da Cruz Neto. Cabra porreta.
Era recém formado. Nas
terras dos Carajás, a vivência com o complexo mosaico de diversidade social, e os
conflitos na luta pela terra, a ela atrelada, equipara-se a uma pós. Costumo
declarar que foi outra faculdade, só que mais legal, uma escola sem paredes,
que educa e liberta.
Antes já havia
circulado na quebrada, na nobre missão de entrevistador na avaliação da Rede
Fórum Carajás. Era tempo de queimado. Trato de pasto. Calor pra burro. Percorri
o Bico do Papagaio, baixadas do Pará, Maranhão e Tocantins.
Maldize o lugar por
mais de uma vez, até retornar por inúmeras ocasiões, antes de cair na graça de
um povo de república.
Gente de Belém, Mato
Grosso, Marajó e Palestina do Pará compunham a casa. Gente pra caramba. Gente
de coração medonho de bonito. Em todo o tempo, pelo menos uns três anos, nunca
ocorreu uma rusga.
E até hoje existe contato com alguns. Eliana Viana, Marcos e Gilberto Leite e outros compas de instituições populares são chapas. Manos\as de copo e cruz.
E até hoje existe contato com alguns. Eliana Viana, Marcos e Gilberto Leite e outros compas de instituições populares são chapas. Manos\as de copo e cruz.
Longe de casa, a
república vira casa de mãe, e a gente pode até chorar, que alguém nota. Acode.
Muitos
carnavais se passaram. E neste, de 2016, aportei na margens de outros rios.
Novos rumos. Outros desafios, novas quebradas.
Agora, o tempo é dos rios Tapajós e Amazonas. Na mala, alguns livros. O brio do olhar encontra-se renovado pelo novo horizonte, ainda que a pedra seja miudinha.
No dia em que cheguei, choveu por mais de 24 horas. Isso, nunca esquecerei.
Agora, o tempo é dos rios Tapajós e Amazonas. Na mala, alguns livros. O brio do olhar encontra-se renovado pelo novo horizonte, ainda que a pedra seja miudinha.
No dia em que cheguei, choveu por mais de 24 horas. Isso, nunca esquecerei.
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