domingo, 25 de março de 2012

Uma viagem sonora ao profundo universo dos inferninhos


Mais de uma hora de viagem separa onde moro do centro da cidade. Uma viagem. No busão  a praxe é no mínimo duas pessoas comercializando ou pedindo algum tipo de ajuda: ex drogados, ex presidiário, desempregados, enfermos, evangélicos, voluntários de porra nenhuma...
Tudo fica pior quando a chuva despenca.  Todas as janelas fechadas. Uma panela de pressão. Mas, tudo pode sempre ficar pior. Caso da trilha sonora, hinos de igreja ou bregas em último volume.
Mas, nem tudo é desgraça no reino da desesperança. Outro dia, numa grata surpresa, a trilha sonora de cerca de sessenta minutos foi marcada por clássicos dos puteiros de então: Fernando Mendes. Aquele da canção da Cadeira de Rodas. Uma vanguarda da inclusão social. Hoje mote das empresas que buscam agregar valor à marca com ações taxadas de responsabilidade social.
E teve mais do melhor som do estilo: Gilliard, Odair José, Bartô Galeno (no toca fita do meu carro\uma canção me faz lembrar você), Raimundo Soldado, que assina o sucesso Abraçando Você.
Os tempos eram de gonorréia e do tetrex. Velhos tempos.  

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