A disputa pela terra e os
recursos nela existentes nas Amazônia (s) coloca ao centro a disputa pelo
projeto de desenvolvimento em que estão em oposição grandes corporações do
setor do agronegócio, mineradoras, construtoras de barragens, base de
lançamento de foguetes de Alcântara, empresas de cosméticos e farmácia; e noutro
extremo camponeses, indígenas e quilombolas e demais modos de vida considerados
tradicionais. E um Estado que arbitra sob a pressão do capital e de
lobby.
Para debater o assunto Belém
sedia em novembro o V Simpósio Internacional de Geografia Agrária do Brasil e VI
Simpósio Nacional de Geografia Agrária. A coordenação é de um pool de
universidades, entre elas a Federal do Pará, a Federal do Oeste do Pará, a
Federal do Amazonas e Acre. A disputa pelo território norteará as atividades
dos encontros que serão abrigados na UFPA, Campus do Guamá.
A Jornada Jean Hébette discutirá
os conflitos entre capital e campesinato na Amazônia. O eixo é uma homenagem ao
belga radicado no Pará desde a década de 1960 do século passado, e que investiga as dinâmicas camponesas
há 30 anos. O doutor vinculado ao departamento de Sociologia da UFPA é
considerado uma das autoridades na temática. Recentemente teve parte da obra
compilada em quatro volumes.
Além da jornada dedicada ao
pesquisador da UFPA, os encontros terão como eixos de discussões os conflitos
em territórios considerados tradicionais na Pan- Amazônia por conta da
Iniciativa de Integração da Infraestrutura Regional Sul-americana, IIRSA e as
tensões com o paradigma de desenvolvimento sustentável. A derradeira linha de
orientação dos debates reside sobre o modelo de apropriação dos recursos
naturais.
Entre os debatedores há uma
interdisciplinaridade que contempla a participação de jornalistas, antropólogos,
sociólogos, e geógrafos. Ariovaldo Umbelino, Lúcio Flávio Pinto, Leonildes
Servolo de Medeiros, Alfredo Wagner Berno de Almeida, Gilberto Rocha, Bernardo
Fernandes Mançano, Boaventura de Souza
Santos, Gutemberg Guerra e representantes de movimentos sociais organizados em
torno da disputa pela terra estão entre os indicados.
Os eixos visam contemplar uma
ampla reflexão sobre o avanço do capital a partir da lógica do agronegócio, dos
grandes projetos na região, o campesinato, a relação do estado com a sociedade
e a questão fundiária. O último item é apontado como um grave limite para a
definição de políticas públicas para a região.
Os interessados para a
apresentação de trabalho podem enviar resumo expandido até o dia 16 de maio. Saiba mais
sobre os encontros AQUI
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