Um
dirigente da CUT deu entrevista a uma grande rede de TV sobre as degradantes
condições de trabalho que resultaram em revoltas dos trabalhadores nas
hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no estado de Rondônia.
Assim
como inúmeras outras análises disparadas dos mais variados cantos e das mais
diferentes instituições, a do dirigente sindical é inundada de má informação e
equívocos sobre as realidades que conformam a região, e do significado dos
grandes projetos para a mesma.
Não
bastasse isso, o sindicalista ainda reiterou uma interpretação realizada pela
mídia grandalhona, que afirmou que tudo não passou um conflito entre os
próprios operários.
Noutro
episódio, desta feita no Pará, outro dirigente ao avaliar a perda de um
sindicato de uma categoria empregada numa grande corporação, creditou às peças
de comunicação a derrota. Uma miopia hercúlea.
O
sindicato conseguiu por conta própria relações com inúmeras redes locais,
nacionais e internacionais sem a mediação de nenhuma central.
Deu
visibilidade aos abusos e impactos dos grandes projetos tanto com relação aos
operários, quanto ás comunidades afetadas. Era estratégico para a grande
corporação cooptar a entidade.
A
ausência de leitura e consequentemente de conhecimento sobre a região desfila
nas mais diferentes frentes.
O que
torna a assimetria de poder entre as partes envolvidas nas pelejas pela terra,
as riquezas ainda cá existentes, e o projeto (saque) de desenvolvimento mais
desigual.
Ao ocupar
um espaço de disputa tão importante, e não tratar dos desastres que tais
projetos internalizam, do papel autoritário do Estado em diferentes escalas é
de um retumbante despreparo.
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