A estimativa é de que pelo menos 80
pessoas estejam nos cadastros oficiais do estado do Pará como ameaçadas de
morte.
São agricultores, extrativistas,
ambientalistas, sem terra, assentados da reforma agrária e pessoas que se
alinham à causa dos direitos humanos, meio ambiente e da reforma agrária.
Deste total, o estado poderia
colaborar com algumas medidas somente com a metade. Os recursos do programa de
amparo dos defensores de direitos humanos ameaçados, de fato, pode arcar
somente com sete pessoas.
Maria Joel, presidente do
Sindicato de Rondon do Pará, sudeste do estado, é uma das agraciadas do que
virou uma espécie de loteria. A dirigente sindical é viúva de José Dutra da
Costa, executado na porta da casa há 11 anos.
Por conta da possibilidade do
julgamento de um dos acusados da encomenda da morte do marido, as ameaças
contra Joel ganham mais robustez. Trata-se
do fazendeiro Lourival de Souza Costa, conhecido em Rondon do Pará como
“Pirrucha”.
A defesa solicita o desaforamento
do julgamento de Rondon do Pará, para Belém. A praxe quando do julgamento de
fazendeiros nos locais onde os mesmos moram, é a mobilização dos pares para
pressionar os jurados.
No início do mês as
representações dos abastados do município pararam a cidade por conta das
declarações dada à imprensa da sindicalista sobre o município e as ameaças. Nem
as escolas funcionaram.
Até o instante a Justiça não alcançou nem um acusado de mando da morte de Dezinho. Por isso o Brasil foi denunciado na Organização dos Estados Americanos (OEA).
Pelo cenário: grandes projetos,
obras de infraestrutura e outras formas de pressão sobre os territórios das
populações consideradas tradicionais, outros óbitos virão.
O setor agropecuário vai cobrar a
fatura do apoio ao ninho tucano.
E tenho dito, quem hoje é vivo corre perigo....
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