A construção de um edifício de
luxo de 32 andares ruiu ontem,29, em Belém. Um acidente da mesma proporção ocorreu
no ano de 1987, quando o prédio Raimundo Farias de 13 andares caiu e matou 40
operários.
A construtora Real Class
Construções é a responsável pela obra. A avaliação é que o desastre poderia ter
sido bem maior caso ocorresse num dia útil. Cada apartamento do prédio
localizado na Travessa Três de Maio, no centro da capital do Pará, estava sendo
negociado por 500 mil reais.
Faz uns 10 anos que a cidade
respira um boom imobiliário. A cidade é quase uma ilha e se verticaliza numa
velocidade impressionante, a se considerar a per capita do estado. Prédios de
luxo serpenteiam nas áreas mais nobres da cidade, que tem um dos metros
quadrados mais caros do país.
Até agora o corpo de uma mulher
foi encontrado nos escombros. É sabido que o “jeitinho brasileiro” impera no
país. O acidente lança luz o processo de aprovação técnica da obra. Alguém tem
que ser responsabilizado pelo desastre.
A cidade a cada dia fica mais
quente. A modificação do clima tem sido creditada ao conjunto de prédios que alteram o
processo de circulação dos ventos e a impulsiona a redução de áreas verdes.
Nas áreas mais afastadas da
cidade, no perímetro da Avenida Augusto Montenegro, a paisagem é enfeitada por
placas que anunciam novos empreendimentos e canteiros de obras. A região abriga por parte de áreas verdes da
cidade.
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