segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Conferência de Comunicação do Pará: sul e sudeste dão o pontapé inicial


25 delegados irão representar a região de Marabá, sudeste e sul do Pará, na etapa estadual da 1ª Conferência Estadual de Comunicação. A conferência regional ocorreu no último fim de semana, no município de Marabá. na escola Judite Gomes.

Cerca de 60 pessoas participaram do evento. As rádios comunitárias predominaram. Representantes de 38 municípios foram convidados para a plenária regional.

Segundo a coordenação da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (ABRAÇO), seção sul e sudeste do Pará, Antônio Marques (Gordo), 16 emissoras estão em operação.

Algumas já possuem a outorga de funcionamento, a exemplo das emissoras dos municípios de Gioanésia do Pará e Rondon do Pará.

Umas verdadeiramente de caráter comunitário, outras, nem tanto. Gordo argumenta que é complicado escapar da sagacidade de algumas pessoas que visam o mero interesse pessoal. Via de regra, político eleitoral.

A Conferência de Comunicação do Pará foi uma iniciativa do poder executivo, explicaram os representantes do governo na solenidade de abertura do evento e durante os debates. Três eixos nortearam os trabalhos: produção de conteúdo, meios de distribuição e cidadania e deveres.


Trabalho de grupo
A fatia de 40% para os empresários e outros itens considerados engessamentos foram pontos de critica da plenária. Foi recorrente em todos os grupos a reflexão sobre a concentração dos meios de comunicação, em particular de vários veículos nas mãos de poucas famílias.

O quadro é avaliado como um desvio da democracia. A realização quase no fim do governo Lula da Conferência foi outro ponto de inflexão dos participantes.

Érika Morhy, assessoria da Casa Civil, esclareceu que a Conferência surgiu a partir de decreto da governadora do estado, Ana Júlia Carepa (PT). E que o governo tem se esforçado para manter diálogo com as iniciativas populares de comunicação.

A assessora pontuou algumas iniciativas do governo com a realização de oficinas de comunicação (vídeo, grafite e diagramação de jornal impresso) em inúmeros municípios.

E ainda a construção de infocentros, 54 instalados e a realização de 15 cidades digitais através do programa Navegapará, festejado como o maior programa de inclusão digital do país.

O programa utiliza a estrutura de fibra ótica da Eletronorte para poder possibilitar acesso à rede mundial de computadores em alta velocidade. O programa tem uma versão regional do Youtube, onde é inserida a produção de vídeo do estado.
Erika Morhy, assessoria do governo do estado Um pouco da história – A Conferência de Marabá ocorre 10 anos após a realização do primeiro encontro de comunicação das regiões sul e sudeste do Pará, animado pelo Movimento de Educação de Base (MEB), Centro de Educação, Pesquisa e Assessoria Sindical e Popular (Cepasp) e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Pará (FETAGRI), entre outras organizações.

Coube a Antonio Marques contextualizar os ricos processos econômicos, históricos e políticos que regem a região. Marques sublinhou os ciclos do extrativismo: caucho, castanha do Pará, madeira e minério.

Recuperou ainda a presença dos grandes projetos na região, que reorientaram a feição territorial, econômica e social e consolidou a Vale como o principal agente econômico e político.

Não menos importante é a efetivação das representações das organizações camponesas. O campesinato regional hoje controla mais de 50% do território da região.

Ao recompor a cena da comunicação popular da região Marques destaca os jornais populares de caráter combativo, editados durante o regime de exceção e mesmo durante a redemocratização do país. Entre eles: Mandi, Ouriço, Arca, Grito da PA 150 e o Boletim do Cepasp.


Antonio Marques (Gordo), Abraço/PA

Ao tratar das rádios comunitárias recordou a passagem dos oito anos da invasão da Rádio Alternativa FM, sediada em Marabá, pela PF e a apreensão dos equipamentos, numa operação considerada de guerra.

A experiência da Alternativa serviu como irradiador de vários encontros regionais, como os realizados nos municípios de Rio Maria, Xinguara, Parauapebas e Nova Ipixuna, entre outros.

No debate sobre as emissoras comunitárias sobraram críticas sobre a legislação para as mesmas, considerada uma verdadeira camisa de força, que empurra para o fracasso as iniciativas de comunicação popular.

Salientou-se ainda que para a Amazônia o espectro de alcance tem de ser diferenciado. A geografia tem especificidades que devem ser consideras: as distâncias e a densidade democrática.

Os ativistas da comunicação popular da região também advogam pela reorientação das cotas de mídia do governo.
Conheça toda a programaçao da CONFECOM Pará AQUI.

1 comentários:

L. santos disse...

é muito bom ter acesso a este meio de comunicação, a seis anos perdi contato com o meu grande amigo Antonio Marques dos Santos, e não sei como contacta-lo. espero que alguem me dê algum celular, telefone ou e-mail dele. meu nome é Luiz Santos Dourado, e fui 2° secretário da ABRAÇO do sul e sudeste do pará até a data acima citada.
gostaria muito de falar com meu amigo. meu e-mail: luizsantosdourado.luiz@gmail.com