É o trecho uma
longa estrada de corações despedaçados? Histórias de perdas abundam por todos
os lados, como se oceano fosse. Seria o trecho uma supersafra de motes para riomares
de melancolias?
Trecho, solidão, conflito, aridez.
Trecho, demasiadamente árido. Um território de lonjuras. Longe de tudo:
família, afeto ou ternura. Um aceno de carinho e o coração entrega-se
enjaulado, submisso, de quatro.
Um coração partido no trecho é alerta de grave risco. Risco de
vida. Risco de morte. Risco de peixeira cravada no pé do umbigo de quem o
coração alheio despedaça. Mesmo que jovem. Inocente, puro e besta, com diria
Raul.
Judiaria pior que Nero fez a moça ao motorista. Aquele que guia o carro, nem sempre sabe para
onde vai ou de onde veio. Não conhece todos os palmos do chão minado das
lonjuras. Confunde tudo. Até mulher com parafuso.
O amor interrompido fez do motora cantor iniciante de música
sertaneja em terra de garimpo e fogo, onde tudo é risco.
O amor interrompido o colocou no corner do ringue da dor de
cotovelo. Dor acudida por comprimidos contra depressão e bebida. A judiação do
amor apartado era turbinada com declarações de desprezo e retratos de devaneios
com outros homens.
Coração pisado por sandálias de arame. Um coturno de maldade de
tropas a desfilar em 07 de setembro sobre o coração ferido de morte na encruza
das distâncias. Morto de dor, morto de fome, morto de sede.
Uma bomba atômica de milhões de canções tristes. Vida no trecho não
tem cabresto. Bezerro novo desembestado no pasto movediço da inexperiência.
A dor do amor rompido atravessou o coração do peão de meio a meio.
O dia era dor. Acudida por comprimidos engolidos pela pujança da bebida.
Ninguém ao redor. Ao redor, solidão,
lonjura, judiaria e morte.
Nada mais toca no toca-fitas do carro.
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