segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Zélia Amador, curta recupera parte da trajetória da educadora

 O jornalista Ismael Machado assina o argumento do filme, e divide a direção com Glauco Melo. O documentário poder visto no yuotube desde o dia 13


Negra retinta, Zélia Amador de Deus é plural.  Educadora, atriz, diretora de teatro, além de militante do movimento negro no estado do Pará. Uma das fundadoras do Centro de Estudos de Defesa do Negro no Pará (Cedenpa).  Trata-se de uma referência nacional. A professora emérita da Universidade Federal do Pará (UFPA) é filha de Soure, arquipélago do Marajó. Terra sesmarial, onde os seus ancestrais labutaram em fazendas.

Manuel Faustino de Deus e Francisca Amador de Deus, avós, foram os responsáveis pela educação da filha de Xangô e Nanã. Os avós migraram para Belém logo que a mãe, com apenas 16 anos, pariu Zélia. Até o momento não conheciam moeda. No Marajó o escambo servia de paga na fazenda.  Uma ferramenta de subordinação, como registra os escritos de Dalcídio Jurandir.

O teatro e a educação serviram de trilhas para a sua consciência de classe e na sua formação política, bem como de reconhecimento como mulher, negra e educadora. Zélia viveu os sombrios anos da ditadura civil militar.  Numa escola de freiras conheceu pela vez primeira o preconceito racial.

Amador é defensora ferrenha das cotas nas universidades. É linha de frente na elaboração de políticas públicas no campo da educação sobre a questão racial.  Na condição de coordenadora do Grupo de Estudos Afro-amazônicos foi responsável pela elaboração do processo seletivo especial direcionado para as comunidades quilombolas.  

Nos anos recentes, diferentes universidades federais no estado adotam o processo especial. Um importante passo no processo de inclusão. Ainda que pese inúmeros fatores limitantes que comprometem a permanência de quilombolas nas universidades e indígenas.  Uma outra barricada a se enfrentar

Na intenção em recuperar parte da vasta trajetória da professora, a produtora Floresta Urbana, disponibiliza no youtube desde o último dia 13 o curta metragem Amador, Zélia. O argumento e direção é assinado pelo jornalista Ismael Machado, que divide a direção com Glauco Melo, que conta com uma robusta retaguarda.

A partir dramatização, colagens e de relatos da própria professora, educadores e militantes do estado do Pará, e de além riomar, a exemplo da escritora Djamila Ribeiro, o filme intenciona em valorizar a relevante contribuição da múltipla Zélia Amador, esclarece o site do projeto contemplado em edital da Lei Aldir Blanc.

Veja o curta AQUI. Maiores informações no site.

2 comentários:

Curuja disse...

Massa, vou dar uma verificada.Valeu Rogério.

Unknown disse...

Eu tenho orgulho de conhecer a Professora Zélia.Uma mulher que nos representa,me representa como mulher Negra,militante e comprometida com a causa do pobre,negro periférico.Meu apresso e admiração.Irmã Telma Maria Coelho Barbosa Franciscanas de Ingolstadt Pastoral Afro Diocese de Xingu Altamira Pará.