A reportagem especial da Caros Amigos, edição de dezembro assinada por Tatiano Merlino com fotografia de Marcelo Cruz examina o processo de duplicação da ferrovia de Carajás.
Em seis páginas denunciam a prostituição de crianças, o desrespeito aos direitos humanos das populações locais que padecem com os desastres sociais e ambientais que a operação da Vale provoca no Maranhão e no Pará.
Trabalho escravo, destruição da floresta, expropriação dos territórios de quilombolas, agricultores, quebradeiras de coco babaçu também são danos que a companhia socializa com miserável população. Vale a pena ler.
Com o diria Odorico Paraguaçu, uma cria do dramaturgo Dias Gomes (O Bem Amado), que ganhou vida com Paulo Grancindo: como é sabido, conhecido e notório o palavrório sobre a mídia nacional padece de monopólio. E isso se replica nas demais dimensões regionais da nação. Sempre um coronel manda no meio de comunicação.
No Maranhão e no Pará, onde a Vale opera, nada de negativo é publicado contra a mega empresa na imprensa falada, televisada, fofocada e escrita.
Para tanto, ela usa de inúmeras táticas. Banca programas especiais, compra páginas inteiras de jornais, financia projetos diferenciados de empresas de comunicação.
E assim, se silencia as mortes nos trilhos da região de Carajás, que leva o minério extraído no Pará, para um porto no Maranhão.
Todo mundo sabe, mas ninguém dá visibilidade para crianças e adolescentes prostituídas, para a expropriação de populações tradicionais.
A destruição da floresta e o trabalho escravo integram a cadeia de produção do aço na mesma região, mas ninguém trata do assunto no cenário da imprensa de mercado local.
Uma vez ou outra isso chega a ocorrer, quando algum dono de veículo tem um projeto vetado pelo staff da empresa ou interesse ferido.
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