É tempo de chuva. Ontem à tarde
teve uma linda. Tudo cinza na baía do Guajará. Os barcos protegidos com lona
azul para não molhar os viajantes que seguiam rumo à Barcarna, Ilha das Onças e
tantos outros lugares. O município
abriga as maiores fábricas de alumínio do Brasil.
Ver o Peso. O vento era forte. A água
da chuva cobria todo o mercado. Tempo de muitas frutas. Um colorido entusiasmante:
tinha cupuaçu, bacuri, pupunha, banana, mangustão, uva, maçã, taperebá, mamão,
melancia e maracujá.
Sexta de carnaval. Uma bandinha
fazia a animação das bancas que vendem cerveja. Dois reais e o pedido é
atendido. O chato era ouvir partes dos hinos de clubes de futebol. Um casal
beijava-se apaixonado. Os velhos aumentavam feitos pretéritos. Ou simplesmente inventavam?
Um dizia-se militar dos tempos da
ditadura, e agente na área de segurança nacional no sudeste do estado. O discurso
animado por várias cervejas transbordava para a delação de nomes conhecidos da
sociedade local. “Prestei serviço para as famílias ......mas, não matei
ninguém....”O militar da reserva não cessava de falar. O militar recebia “por
fora” para prestar serviço privado para os ricos da região
Contou dos cabarés antigos, dos
tempos de garimpo e da pistolagem.....diz ter morado na região entre 1977 a
1988. Ao apagar das chamas da Guerrilha do Araguaia, quando os castanhais foram apropriados indevidamente. Dias em que a região registrou o maior número de execuções e chacina de
camponeses....
Ao lembrar de Sebastião da
Terezona, um reconhecido pistoleiro da região, fala com solidariedade: o coitado
foi morto covardemente. Nunca fez mal a
ninguém....matava somente quem não prestava
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