Sindicato United
Steelworkers responde a anúncio da Vale – Comunicado à imprensa
O que se segue é um comunicado à imprensa
do sindicato United Steelworkers (USW), em resposta à divulgação de um
investimento, feita pela Vale.
TORONTO, 17 de novembro de 2010 – O mais
recente anúncio de um “investimento” da Vale dá seguimento a uma campanha de
relações públicas mais preocupada com a imagem da empresa que com trazer
benefícios reais às comunidades canadenses.
“O anúncio de hoje da Vale é talvez o
exercício de relações públicas mais cínico até hoje visto por parte desta
empresa estrangeira,” disse Ken Neumann, Diretor Nacional do USW para o Canadá.
“Enquanto alega honrar seus compromissos nos termos da Lei de Investimentos no
Canadá, a Vale decide fechar as operações de refino e fundição em Thompson, província
de Manitoba,” disse Neumann.
“Este fechamento eliminará um componente
crucial de agregação de valor na mineração em Thompson, levando à potencial
perda de 500 postos de trabalho, o que terá um efeito devastador para a
comunidade.”
“Isto demonstra claramente a falta de
compromisso da Vale com Manitoba. Ao invés de investir em suas operações de
Thompson, a Vale opta por cortar 40% de sua força de trabalho e causar mais desestruturação
às famílias trabalhadoras canadenses.”
“Esta decisão dá continuidade ao
histórico desastroso da Vale, desde que ela teve permissão para adquirir a Inco
Ltd. quatro anos atrás,” Neumann acrescentou. “A Vale já lucrou bilhões em
nosso país, no processo eliminando centenas de empregos e causando sofrimento a
comunidades canadenses.”
“A máquina de propaganda da Vale trabalha
dobrado para tirar o foco das atenções de sua ofensiva contra os empregos e
condições de trabalho canadenses, e dos conflitos trabalhistas causados por ela
em andamento em nossas comunidades.”
“Em Voisey’s Bay, por exemplo, a Vale
continua a usar fura-greves, numa disputa que já está em seu 16º mês. Pelo
jeito, o compromisso da Vale com o Canadá não inclui estender aos seus
trabalhadores na província de Newfoundland and Labrador — muitos deles
indígenas — o mesmo acordo coletivo que negociou com seus trabalhadores na
província de Ontario.”
Segundo o USW, o investimento de CA$ 10
bilhões anunciado hoje pela Vale merece ser examinado mais detidamente.
O sindicato observou que a maior parte do
que foi anunciado pela Vale consiste de uma combinação de investimentos que
foram impostos à empresa pelo governo e de investimentos especulativos que
talvez nunca ocorram. Quando todos estes dispêndios são retirados da equação, o
compromisso real da Vale de fazer novos investimentos voluntários no Canadá nos
próximos cinco anos torna-se bem menor que o divulgado.
A propaganda da Vale indica que boa parte
do investimento anunciado para o Canadá — pelo menos CA$ 4 bilhões — ainda não
foi aprovada e, portanto, talvez não se materialize. Isto inclui a especulação em
torno de uma mina de potassa na província de Saskatchewan que a Vale alega
poderá custar CA$ 3 bilhões, e uma mina na província de Manitoba, que segundo a
Vale poderá custar CA$ 1 bilhão.
Na realidade, o grosso do investimento
que a Vale se comprometeu a fazer no Canadá consiste de dispêndios ordenados
pelo governo, e não investimentos feitos por vontade própria da empresa em suas
operações canadenses.
O custo de CA$ 3 bilhões associado com as
novas unidades de Long Harbour, província de Newfoundland and Labrador, surgiu
porque a governo provincial insistiu que as unidades fossem construídas na
província. Na verdade, este requisito antecede a Vale, pois foi imposto à Inco
Ltd. em troca do direito de explorar a rica jazida mineral de Voisey’s Bay.
Além disso, o investimento de entre CA$
1,5 e CA$ 2 bilhões para melhorar os padrões ambientais nas operações da Vale
em Sudbury foi determinado pelo governo provincial de Ontario, e não corresponde
a melhorias voluntariamente propostas pela Vale. Na realidade, após a província
ter ordenado o aperfeiçoamento ambiental, a Vale pressionou por uma extensão de
cinco anos ao prazo para se adequar aos novos padrões.
As práticas ambientais da Vale resultaram numa
interpelação judicial em Newfoundland and Labrador, onde a empresa planeja
despejar resíduos tóxicos num lago ainda intocado, ao invés de investir num
método mais custoso de gestão de resíduos.
Fonte:Jornal Sudbury Star |
Noticiário Local
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