A toada de Manoel Conceição completa 75 anos neste fim de semana. A celebração coincide com o Dia do Trabalhador Rural (25). Mas, a comemoração será no dia 24, sábado, no Centro do Trabalhador Rural, no município de João Lisboa, a partir das 10h e encerra ás 16.
Manoel Conceição é uma pessoa rara. Um negro com um pouco mais de metro e meio. É nordestino que teve a perna amputada por conta da opção pelos trabalhadores. Viveu no exílio.
Conceição é considerado um petista histórico. Foi o terceiro nome no livro de fundação do partido no Colégio Sion, no ano de 1980. Movido por uma trajetória marcada pela coerência realizou greve de fome por conta da aliança que o partido firmou com a família Sarney no Maranhão.
No entanto, faz tempo que em nome da governabilidade e a pressa para alcançar o poder, que as alianças são as mais esdrúxulas possíveis em todos os níveis da estrutura do partido.
Mané, como comumente é tratado pelos mais próximos foi preso e torturado durante a ditadura civil-militar. Ajudou a organizar o partido em vários estados. Chegou a ser candidato ao governo de Pernambuco. Não tem o devido reconhecimento em vida dos pares no Maranhão, estado em que nasceu. Foi de Minas Gerais a iniciativa de reeditar um livro relato, Essa terra é nossa, lançado no primeiro semestre deste ano.
Um dia macambúzio por algum motivo que não lembro, Mané socorreu: ainda irás morrer várias vezes nesta vida. Faz mais de uma década. Perdi as contas das mortes.
Mané milita hoje na região de Carajás. No Bico do Papagaio, oeste do Maranhão, norte do Tocantins e sul do Pará. Uma fronteira agro-mineral marcada pela implantação de grandes projetos. Lócus onde mais se matou trabalhador rural neste país e seus apoiadores.
Nesta paragem colabora na mobilização de trabalhadores/as na defesa de seus direitos e implantação de uma perspectiva de desenvolvimento para a região, onde o trabalhador/a seja o protagonista. O meio ambiente é uma de suas inquietações.
Assalto do convite que recebi, um resumo sobre Mané: Manoel da Conceição é sinônimo de coletividade, de companheirismo, de ser político e, sobremaneira, de humanidade em plenitude.
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