Cantou para subir o tio
Walter. Casa dos 80 verões pra diante. Caçula,
era o bendito fruto de um matriarcado arretado.
Morava na zona rural de São Luís, em um sítio, onde mantinha um comércio.
Em Quebra Ponte, caso eu não esteja enganado.
Dos resquícios da memória de uma rara
visita à casa dele, emerge a beleza e o cheiro doce de um jenipapeiro. A frondosa
árvore produzia uma bela sombra. Os frutos esparramados pelo chão perfumavam a
entrada da casa. Compotas, doces, licores são produzidos a partir do jenipapo.
Fala-se que os galhos da árvore é
o mais recomendado para a produção do arco do berimbau. Berimbau sim, berimbau
não....berimba, berimba, berimbau...tio Walter cantou pra subir....foi fazer
meia lua em outro arraial.
Ao contrário das meninas, que
sempre organizavam reuniões, o tio era recluso. Era miúdo. Franzino. Pouquinho. Quando
jovem foi atropelado por um caminhão. Ficou todo esbandalhado. Inúmeras vezes
recordo de ir ao hospital levar refeições para ele. Quando lembro por quanto tempo
ficou internado. Todavia, saiu com sequelas.
Em uma das recorrentes idas a São
Luís para visitar Mainha, ele apareceu para um almoço. Divertido e falador. Queria
saber como eu tinha ficado. Conheceu
Docinho, que morria de rir das potocas dele.
Na ocasião, contou um causo que
teria ido de bicicleta até às proximidades do município de Rosário. Trata-se de
uma espécie de região metropolitana de São Luís. Salve engano, a proeza foi por
conta de algum rabo de saia. O esforço o fez sangrar.
no dia do almoço, antes de partir, fez a "intera" para a breja.
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