A
DIREÇÃO DO SINDICATO DE TRABALHADORES RURAIS, AGRICULTORES E AGRICULTORAS
FAMILIARES DE SANTARÉM - STTR -, repudia e lamenta profundamente o fato
ocorrido na manhã desta segunda-feira, dia 03 de maio de 2021, quando um grupo
de pessoas de comunidades da Resex Tapajós Arapiuns, liderados por
representantes de cooperativas, entre as quais, uma que já iniciou a exploração
e comercialização de madeira e duas que pretendem executar projetos não
madeireiros da sociobiodiversidade, com foco voltado para o fortalecimento das
cadeias produtivas dentro da Reserva Extrativista.
Essas
pessoas se arvoraram e decidiram invadir as dependências do nosso Sindicato, na
tentativa de fazer pressão, de intimidar e ameaçar a Diretoria do STTR de
Santarém, na pessoa do Presidente Manoel Edivaldo.
O
episódio lamentável se deu em razão de uma Ação Civil Pública (ACP) movida pelo
STTR e pelo Conselho Indígena Tapajós Arapiuns (CITA), que acionaram a justiça
objetivando a suspensão dos procedimentos de aprovação dos planos de manejo
florestal dentro da Resex Tapajós Arapiuns, até que seja realizada a consulta
prévia, livre e informada, nos moldes da Convenção 169 da Organização
Internacional do Trabalho, das 78 Comunidades Tradicionais e Aldeias Indígenas,
que vivem na Reserva.
Esclarecemos
que somos a favor do desenvolvimento das nossas comunidades e aldeias, desde
que os projetos sejam feitos, dentro da legalidade, respeitando os protocolos
ambientais, com transparência, em função da melhoria de vida das populações
locais, refutando a prática de segmentos madeireiros, que agem com ganância,
tentando manipular pessoas e organizações em função de seus interesses
espúrios.
O
STTR como representante da categoria, no exercício de suas prerrogativas, está
fazendo o seu papel de lutar pelo interesse coletivo dos diversos territórios que
compõem a sua base social.
Nesta
manhã, a tentativa de diálogo com tais representações das cooperativas, foi
realizada uma reunião com as três cooperativas, mas infelizmente, a COOPRUNÃ se
recusou de responder alguns questionamentos e se retirou antes dos
encaminhamentos formalizados.
Da
reunião resultou os seguintes encaminhamentos:
-
uma reunião com o Ministério Público Federal, com a diretoria do STTR, CITA e
as condenações das cooperativas COOPERMARÓ e COOPERRIOS afim de discutir o
fortalecimento das cadeias produtivas nas áreas de abrangência de atuação das referidas cooperativas;
-
o STTR estará buscando parceria com órgãos do governo e outros atores no
sentido da geração de renda e a sustentabilidade do território;
-
um outro encaminhamento firmado foi a realização de futuras reuniões
institucionais para a continuidade aos diálogos.
Agradecemos
profundamente todos os apoios de inúmeras entidades e pessoas que se
solidarizaram com a nossa luta e afirmamos nossa decisão de continuar lutando
pelos interesses das populações Tradicionais e Indígenas.
“NOSSA
FORÇA É A NOSSA UNIÃO”
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