sábado, 25 de janeiro de 2014

Tocantins em Marabá - tempo de chuva


Janeiro. Tempo de chuvas. As famílias que moram mais próximas aos rios Itacaiúnas ou  Tocantins saem de casa.

Na Obra kolping, tradicional local de abrigo, o telhado encontra-se no chão. Todo início de ano o mesmo enredo. Caminhões circulam na cidade com os “trens” do povo.  

Janeiro. O rio corre violento. Arrasta galhos e lixo doméstico. O Tocantins tomou a praia do Tucunaré. Não há vestígio de barracas maltrapilhas e banheiros fétidos do tempo do veraneio.

Orla de Marabá. 9h da manhã. Papudinhos comungam o primeiro trago de vinho barato e pinga na Mercearia Cruzeiro, ao lado da Geleira Marujo.

Encontro William, pintor de parede, e artista sempre que pode. Traja bermuda de trabalho e camisa vermelha. Tem cara de ontem. E bafo de sempre.

Tempo cinza. Alguns comerciantes montam barracas: água de coco, cerveja, milho, água, bombons. Os restaurantes preparam a arena.

Adiante um grupo em círculo faz oração. A maioria é adulta. Parecem felizes.

O flutuante continua no mesmo lugar. O sertanejo segue imponente. Não é a melhor das canções.  

Uma casa flutuante ocupa uma parte da orla. Parece simpática. Pega energia da rede pública. Tem churrascaria, sofá e outros mimos.

O rio corre violento. Sufoca uma canoa. Não sei se lembranças. Segue sem ter começo.

Não fosse o rio a cidade teria sentido em existir?

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