No dia 24 completa um mês da execução do casal de
extrativistas José Cláudio e Maria, mortos no projeto de Assentamento Agroextrativista
Praialta Piranheira, na cidade de Nova Ipixuna, sudeste do Pará.
Apresentação de retrato falado
dos suspeitos de execução do crime, apologia à tecnologia pelo setor de
segurança do estado, declarações dos governos, medo, saída de pessoas da área
das mortes marcam o cenário. E algo temível, a impunidade.
A reação tem marcado a ação do
estado ante as tragédias anunciadas contra os militantes da reforma agrária,
meio ambiente e direitos humanos na Amazônia. Faz 10 anos que José Pinheiro
Lima, esposa e um filho foram mortos no município de Marabá, sudeste do Pará.
Passado 10 anos o fazendeiro acusado da encomenda das mortes João Davi de Melo
Souza, conhecido como Joãozinho, foi pronunciado pela justiça.
Assim como no caso de Cláudio e
Maria, havia denúncia das ameaças. O depoimento do filho de Dedezinho na
audiência esclareceu que até suborno o fazendeiro havia ofertado ao militante.
Naquele ano a região experimentou
um processo de recrudescimento da violência, que acarretou na realização de
audiência pública do setor de direitos humanos da Câmara Federal, onde uma lista
com os ameaçados de morte. Na mesma
constava o nome de José Cláudio.
Ao se analisar o contexto dos
grandes projetos para a região, o afrouxamento dos aspectos do Código
Florestal, a morosidade da justiça nos casos de acusação dos mandantes das
mortes dos camponeses, a tendência é que outras mortes virão.
Até o governador, Simão Jatene
(PSDB) admitiu isso a em uma publicação nacional. Sem falar que a base de apoio
do governo atual é marcada pela forte presença dos ruralistas. Não é à toa que
ele mantém no corpo de secretários um que responde pelo crime de trabalho
escravo, Sidney Rosa.
Lembremos ainda que foi no
governo do PSDB que ocorreu o Massacre de Eldorado.
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