domingo, 23 de setembro de 2012

Pará profundo - Globo Rural ilumina situações sobre desmatamento no estado


O desmatamento constitui um dos passivos que os processos econômicos engendraram na Amazônia. Não é novidade. E tudo pode ficar pior com a agenda desenvolvimentista estabelecida a ferro e fogo para a região, baseado no uso intensivo dos recursos naturais.

Na edição do Globo Rural de hoje, 23, uma reportagem de José Raimundo lançou luzes sobre situações no estado no Pará, na região da BR- 163, a oeste do estado e também no sudeste. Foram tratadas situações de desmatamento protagonizadas tanto por fazendeiros, quanto assentados da reforma agrária.  

Os tratados acadêmicos atestam que a dinâmica é emoldurada pela irregularidade e a violência. O saque aos recursos florestais escravizam trabalhadores, não dispõe de documentos para operar e ainda ameaçam ou executam adversários.

O próprio repórter global chegou a ser ameaçado por funcionário de madeireira ilegal. Além das situações de precariedade camponesa, a matéria com quase 24 minutos de duração denunciou a fragilidade que possuem as instituições públicas responsáveis pela fiscalização em zonas da fronteira distante.

Mas, nem só de desgraça vive o Brasil, o experimentado repórter iluminou algumas situações de êxito de um camponês que consegue uma vida digna a partir de uma estrutura de produção diversificada, num cenário onde impera a cultura da pecuária. A mesma foi imposta a partir do período de exceção (1964).

É complexa a região. Seria interessante num outro momento contemplar as situações de conflito que ganham vida a partir dos interesses de grandes corporações dos setores de construtores de barragens, monocultivos e obras de infraestrutura, que tende a pressionar territórios das populações ancestrais.

No próximo programa a reportagem irá contemplar algumas medidas tomadas no município de Paragominas para sair da lista suja do desmatamento. A cidade tem sido festejada como município verde, e conseguiu agregar de forma positiva tal capital a suas ações de reflorestamento, ainda que seja feito a partir de espécies exóticas, como o plantio de eucalipto.
 

O trabalho da equipe do Globo Rural merece considerações positivas, ainda por escapar á lógica comum da grande mídia, que sempre “descobre” a região após as tragédias sociais ou ambientais.

Agora, resta aguardar a resposta do governo do estado. E esperar se a repetidora local da Globo irá replicar a excelente matéria do jornalista José Raimundo, a exemplo do que tem feito com a visibilidade de artistas e atletas locais, quando os mesmos logram sucesso além rio-mar.

 
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