Lançamentos ocorrerão em Marabá e Santarém em março
O livro A Destruição da Amazônia pela besta fera do capital e outros cordéis, do dirigente sindical e ambientalista Francisco Valter Pinheiro Gomes, o Ceará do Pará, será lançado no dia 01 de março no Hall Central do Prédio da Reitoria, Unidade/Campus 3, da Unifesspa (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará), em Marabá, no dia 01 de março, a partir das 9h.
Já em Santarém, o evento ocorrerá na noite do dia 07, no espaço cultural Quintal Sapucaia, localizado na Av. São Sebastião, nº 1233 (entre 7 de Setembro e Morais Sarmento), a partir das 19h. O livro fará parte de evento coletivo denominado de Puxirum de Ideias, que contará com lançamentos de obras de professores/as da Ufopa.
Para a impressão da obra, o projeto contou com o apoio da Cese (Coordenadoria Ecumênica de Serviço) e a Cafod, uma agência internacional de desenvolvimento ligada à Igreja Católica.
O livro resulta do projeto de extensão da UFOPA, Luta pela terra na Amazônia, coordenador pelo Rogerio Almeida, do curso de Gestão Pública, e a contribuição das extensionistas Glenda Flávia Guimarães Cunha, Luana Vitória de Sousa Brito, Bianca Emanuelle Bezerra da Silva e Yasmin de Souza Corrêa.
No percurso do projeto, as discentes além de entrevista com o escritor, realizaram a leitura de artigos e debates sobre a questão da terra na Amazônia , o que teve como produto dois artigos a partir dos livretos de cordel, onde as autoras relacionam as conjunturas realçadas nos livretos, os sujeitos envolvidos nos processos e as políticas públicas.
Ambos os trabalhos foram selecionados para a apresentação no
Encontro Nacional da Rede Alcar (Associação Brasileira de Pesquisadores da
História da Mídia), ocorrido em Niterói, no mês de agosto de 2023. Todavia, o
elevado preço das passagens aéreas, além de outros custos inviabilizaram a
participação de um autor no evento. Além
dos artigos, Glenda Flávia realizou o trabalho de conclusão sobre a obra do
cordelista, a ser apresentado em março.
Para a produção do livro, o projeto estabeleceu diálogo com o escritor,
educadores da Faculdade de Educação do Campo da Unifesspa, em particular com o
professor Haroldo de Souza, com o Movimento de Pequenos Agricultores (MPA) e a
Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Marabá.
Na jornada os professores e pesquisadores Airton Pereira (Uepa) e
Fabíola Pinheiro doutorando da Unir (Universidade Federal Rondônia) colaboraram
em debates sobre as disputas territoriais no sudeste paraense e sobre escrita
científica. O artista Rildo Brasil de
Marabá assina a capa e outras ilustrações do livro, assim como Thulla
Christina.
A obra reúne quatro livretos de cordel produzidos pelo escritor
desde os anos iniciais da década de 2000. No conjunto da obra, Ceará registra
as formas de r-existência dos seus iguais, a exemplo do cordel que recupera a
ação direta dos camponeses no início da década de 2000. Os grandes acampamentos de Marabá, como a
ação ficou reconhecida, aglutinava perto de 20 mil pessoas na frente da sede do
INCRA. O ato demonstra a enorme capacidade de organização do conjunto dos
movimentos sociais ligados à luta pela terra, em plena conjuntura do avanço de
políticas neoliberais.
As políticas públicas desenvolvimentistas impostas para a Amazônia
também inquietam o cordelista. Nele, Ceará alumeia os sujeitos das pelejas das
disputas pela terra, trata das violências, dos crimes contra os camponeses e
camponesas e responsabiliza o Estado autoritário pelo avanço do capital sobre a
fronteira.
Para além da pecuária, em outra obra, o migrante e sindicalista
trata do poder da mineradora Vale, na região sudeste do estado, onde Ceará
reside e r-existe. Por conta da
hipertrofia do poder da mineradora, ela é considerada uma empresa maior que o
estado do Pará. A mineradora expropria,
proíbe acesso à terra, à floresta e ao rio. Vigia e processa os que ousam
denunciar os seus abusos.
Ceará já foi cabra marcado para morrer, como conta em sua
entrevista. Atualmente, é estudante do curso de Educação do Campo, da
Universidade Unifesspa, Campus de Marabá. Segue a teimar contra os muros altos.
O presente livro encontra-se assim organizado: prefácio,
apresentação, os dois artigos produzidos no projeto de extensão, uma entrevista
com o autor e os respectivos cordéis. Como alerta o samba enredo da Mangueira
de 2019, que exalta os sujeitos historicamente colocados em condições de
subalternização: “É na luta que a gente se encontra!”.
Os cordéis de Ceará do Pará é uma lição, que a alerta a todos que a
mão que lavra a terra, afronta as cercas do latifúndio e de terras griladas,
também se indispõe com as palavras, antes, monopólio de poucos.
Maiores
Informações
Ceará
do Pará – (94) 99155-7624
Rogerio
Almeida – (93) 99228 1379
Haroldo
de Souza – (94) 99145-7737
Glenda
Flávia - 93 99653-8900
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