As
velas deixaram o espaço mais quente. Havia vela em tudo que é canto no terreiro
de Teuci na noite de segunda feira. A celebração era dedicada à Santa Bárbara.
Iansã ou Oyá no sincretismo religioso. Esposa
de Ogum e de Xangô, o deus dos raios. Ela é considerada a senhora dos ventos e
da tempestade. Deusa da espada do fogo, dona da paixão, da provocação e do ciúme.
Os
ensinamentos explicam que a entidade feminina não nutre simpatia por afazeres
domésticos. Possui mais inclinação para as batalhas e as lutas. Prefere os caminhos
de risco e aventuras. Mantém relação com os Eguns (o espirito dos mortos).
Eparrei é a sua saudação. Iansã é o Orixá do arrebatamento e da paixão. Tudo nele
parece abissal. As zangas e os dramáticos arrependimentos.
Vermelho
e laranja enfeitam o lugar. São as cores do Orixá. Logo na porta de acesso ao salão principal
dois cálices de vinho festejam um ornamento da indumentária de Iansã, o chifre.
As luzes de natal contrastam com a alvura dos trajes dos devotos que dançam em
círculo em sentido anti-horário. Rosas vermelhas enfeitam o altar colocado em
local estratégico no salão. Bem ao centro.
O
senhor negro encurvado pelo tempo e de pés descalços agita o xekerê (cabaça com miçangas). As pernas são cambotas.
Lembra o nativo marajoara. Três ogãs garantem a percussão nos tambores. Uma pequena
procissão ao redor do quarteirão precedeu a celebração no terreiro. Cantos são entoados.
Os tambores se agitam. Não tarda e os transes começam. Eparrei.
O
espaço no terreiro é generoso. Pelo menos umas cinco famílias compartilham o
território. Os frequentadores que chegam mais cedo garantem estacionamento para
o carro no vão que separa o portal principal ao acesso do salão. É como tem
carro de bacana. Sem falar nos carros que
ficam no portão.
Não
existe problema para acessar o terreiro. Em todas as ocasiões em que visitei o
espaço nunca alguém veio inquirir sobre a minha presença. Os visitantes podem
ocupar dois espaços. Um logo na entrada do salão. São bancos de madeira. E outro
no terreiro propriamente dito. Os parentes e os mais próximos podem ficar em
cadeiras de plástico.
Adultos,
jovens e crianças formam o circulo. Cantam, dançam e batem palmas. Lembro São Luís. Os becos,
as ruas, os tambores, o mar e encantarias. A Casa de Euclides.
Daqui a pouco tem mais tambor na Casa de Teuci em homenagem à Iansã.
Daqui a pouco tem mais tambor na Casa de Teuci em homenagem à Iansã.
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