Juraci Siqueira assina os versos abaixo. Ele acabou de lançar uma nova obra. Ganhou um prêmio nacinal. Qual Plínio Marcos, comercializa os livros em praças, casas de show e bares.
É totalmente desprovido de pompa. Anda armado com um chapéu de palha que o protege do sol escaldante de Belém.
Recita versos em qualquer canto, e oferta sempre uma espécie de santinho com versos que sempre carrega no bolso. Juraci não existe. É uma lenda. É filho do boto.
AGUAS & MÁGOAS
I
Atormentado e só,
eis-me poeta!
Violentada e nua,
eis minha terra!
Desprotegida e pobre,
eis minha gente!
Fragmentado e triste,
eis meu poema!
II
Para domar a fúria desse rio
em minhas mãos caboclas trago um ramo
de amor desfeito em remo rima e rumo
ao inseguro porto das palavras
onde cansado hei de ancorar meu canto
à espera de tranqüila preamar.
Eu fiz da minha pena a chave-mestra
capaz de abrir as portas deste mundo
indecifrável e hostil – reino de mitos
berço de lendas palco de conflitos
razão e inspiração do meu cantar.
Vem navegar comigo em meu poema
e ao eco lógico da minha lira
reinventar as regras do viver.
Versos enviados por Ellen Pessôa
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