segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Chacina de pau Dárco - ex prefeito Luciano Guedes ameaça técnicos e estudantes da Unifesspa



O Movimento Brigadas Populares denuncia ameaças do latifúndio em Pau D´Arco contra ativisitas e estudantes

Neste final de semana (28 e 29/10) a Liga dos Camponeses Pobres realizou um encontro em Pau D’Arco para discutir a violência contra camponeses no Sul do Pará e tratar sobre situação as famílias do acampamento na fazenda Santa Lúcia, naquele município.

Estudantes dos cursos de Pedagogia, Geografia, História, Ciências Sociais e Direito da Terra, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, usando de seus direitos, conseguiram junto a universidade um micro-ônibus da instituição para participarem do encontro e entenderem melhor a realidade naquela região.

Chegaram no local e foram calorosamente recebidos por trabalhador@s rurais que estavam do Encontro. Participaram à tarde e à noite das atividades do evento. Os estudantes dormiram no local do encontro, já os dois técnicos que acompanhavam os estudantes procuram um hotel na cidade para dormirem.

Já era um pouco mais das sete horas da manhã do dia 29, quando chegaram os dois técnicos ao local do encontro, cada um mais nervoso do que o outro, relatando que haviam sido ameaçados e que deveriam retornar para Marabá imediatamente. Os estudantes mesmo insatisfeitos com a determinação e com vontade de resistirem tiveram que abandonar o encontro.

Um dos técnicos informou que ao chegarem no hotel foram imediatamente abordados pelo ex-prefeito, Luciano Guedes, e dois capangas. Partiram para cima dos técnicos para saber o que eles estavam fazendo ali e porque a UNIFESSPA não procurou o prefeito da cidade deles para se apresentarem. Insistiram falando de que não era papel da UNIFESSPA apoiar assassinos e nem comunistas, se referindo aos trabalhadores Liga. E que os técnicos e estudantes deveriam deixar a cidade e não participarem do encontro.

Vejam quanto desaforo: 1 - dizerem que a cidade é deles, pois quem chega tem que se apresentar ao prefeito; 2 - que eles é que tem que definir o que a universidade e estudantes tem que fazer, como se a instituição também fosse deles; 3 - que os trabalhadores são assassinos e bandidos.

Não é novidade a arrogância deste latifundiário que se sente dono do município de Pau D’Arco, é um dos dirigentes do sindicato que comanda o assassinato de trabalhadores no Sul do Pará. Deve ter ficado muito aborrecido com a capacidade de resistência das famílias de trabalhadores assassinados por covardes policiais, a serviço dos fazendeiros da região, em maio deste ano. Aborrecido com a força da Liga dos Camponeses Pobres capaz de juntar trabalhadores rurais, urbanos e estudantes para discutirem sobre a crueldade imposta pelos latifundiários aos povos que lutam pela terra.

Nós das Brigadas Populares repudiamos a atitude coercitiva deste fazendeiro, nos colocamos solidários às famílias da trabalhadora e dos trabalhadores assassinados em Pau D’Arco, à Liga dos Camponeses Pobres, aos técnicos e estudantes da UNIFESSPA, e em defesa d@s despossuíd@s que lutam permanentemente em defesa de seus direitos.

Esperamos que a universidade não venha se curvar diante da opressão dos latifundiários e empresários que querem impor o domínio sobre tudo e tod@s nesta região, continue cumprindo seu papel a serviço dos povos. Dos povos ela nasceu e para os povos deverá continuar existindo!
Marabá, 30 de outubro de 2017.
Brigadas Populares - Pará

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