terça-feira, 27 de julho de 2021

Rabiscos sobre o trecho Marabá - São Luís/MA

                                        Trecho de Santa Inês. Palmeira de babaçu. 

Minha terra tem palmeira, onde o babaçu abunda na mesma proporção de estrada marcada pela buraqueira. Caso queiras conhecer de perto o “solo lunar”, basta percorrer o território entre Brejo do Meio e Santa Inês. Ocorre tanto buraco, tanto buraco, que convive em harmonia um buraco dentro de outro buraco. Sem a devida delicadeza, lembra a matryoshka. 

A buraqueira rivaliza em imundície com a rodoviária de Santa Inês. Aportamos na cidade por volta das 6h da manhã, vindos de Marabá, sudeste do Pará. Nas proximidades da rodoviária, em área de um posto de gasolina, jovens ao som do funk testemunhavam o amanhecer do dia. Uma viatura da guarda municipal passa ao largo. Bem ao largo....

As principais vias de Marabá estão bem sinalizadas e limpas. Ao menos as consideradas centrais. O trânsito flui sem maiores problemas. Ao contrário de Santarém, em certa medida marcada por vias que não facilitam a fluidez, e os motoristas não economizam em buzinadas.

Ao contrário da cidade de Santa Inês, em Imperatriz, existe uma nova rodoviária.  Maior e mais arejada que a anterior, que ficava apertada nas proximidades do Centro. Foi em Imperatriz, após correr o mundo, que Manoel da Conceição sentou praça. O dirigente sindical, educador e ambientalista por esses dias somou 86 anos. É uma referência da luta  popular do país. Saravá Mané!!! Todo respeito e admiração. 

Docinho e eu corremos Marabá-São Luís com a missão em festejar Mainha. Uma demanda reprimida: Dia das Mães, aniversário de 90 anos, São João, e o natal antecipado. 14h de estrada.

Felizmente o busão estava vazio. Numa poltrona em frente uma jovem não cessava um vômito.  Ao descer em algum ponto, deixou como legado três sacolas devidamente bem servidas.

Santa Inês, tal Marabá, tem a feição da brutalidade. Excelente entreposto para o Veio da Havan erguer seus monstrengos espelhados em duvidoso gosto e simbolismo de colonialidade. Santa Inês tributava uma das mais agradáveis maconha da terra. Uma liga. Terra de pistolagem. Desconheço se mantém o serviço como dantes. 

Marabá (PA), Imperatriz (MA), Santa Inês (MA), entre outras cidades, eram respeitáveis e temidas na região por conta da reputação em possuir escrete de primeira linha da pistolagem. Fala-se que até escritório existia. 

Em Santa Inês comemos uma parte de um pão de queijo mais massudo de todos os tempos em local até arrumado, todavia, tomado por um som em elevado volume a executar sofrência.

Tudo soa pacato e sem pressa nestas paragens. No povoado de São Vicente um nelore pasta em um local que lembra uma praça. No percurso é possível avistar além das palmeiras de babaçu, buracos e inúmeros tanques de criação de peixe.  Uns parecem bem cuidados, outros abandonados. Os tanques de peixe é algo novo no ambiente da região.

10h 30 era a previsão de chegada em São Luís. Apesar de todos os buracos no trecho de Santa Inês conseguimos chegar as 11h. Na cidade cercada de água por todos os lados, um movimento de artistas empreende uma batalha contra a instalação de símbolo da loja Havan.  Nos solidarizamos e formamos fileiras neste combate que afronta a cidade Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco.

25 de julho. O Sampaio enfrentou o CRB, infelizmente, saiu vencido em casa, 2X3.