quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Amazônia: mortes no campo, política e oportunismos


As tragédias costumam pautar a Amazônia na mídia grandalhona. Em particular os casos de execuções de militantes em defesa da reforma agrária, meio ambiente e direitos humanos. 

No próximo dia 24 a execução do casal de ambientalista do projeto de assentamento Praialta Piranheira, no município de Nova Ipixuna, sudeste do Pará vai somar mais um mês. Outras mortes já sucederam, como o caso do militante do Rio do Anfrisio, a oeste do estado. E outras sucederão a se confirmar a agenda de desenvolvimento para a região.

A execução de Zé Cláudio poderia ter sido evitada. Assim como a maioria.  Desde 2001 o nome do ambientalista constava numa lista publicamente divulgada. O Estado não tomou providências, apesar de uma denúncia pública realizada pelo próprio Cláudio num importante evento que ocorreu em Manaus, o Ted Amazônia.

O baixo clero envolvido na execução foi alcançado. Mas, os cardeais não. Tem sido assim ao longo dos anos no rosário de mortes e impunidade. A reação marca ação do Estado, ao invés da prevenção. E com isso todo tipo de oportunismo, a torto e a direito.

Como o projeto de assentamento Castanhal Araras, o primeiro a ser criado na região em 1987, o Praialta nasceu com a intenção de contemplar a agroecologia. A assessoria veio da Universidade Federal do Pará (UFPA) a partir da parceria com o Laboratório Sócio agronômico do Araguaia Tocantins (LASAT), que este ano levantou acampamento da região após mais de duas décadas de ação na região.        

Soube que o governo federal após mais uma execução de militantes no Pará deseja incentivar um projeto de revitalização no local onde José Cláudio e Maria foram mortos. O mesmo Estado que não tem recursos para garantir políticas de garantia de vida dos ameaçados, como anunciado numa região em bucólico hotel em Belém.  Ocorre interrogar: tal ação é um oportunismo?

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