As tragédias costumam pautar a Amazônia na mídia grandalhona.
Em particular os casos de execuções de militantes em defesa da reforma agrária,
meio ambiente e direitos humanos.
No próximo dia 24 a execução do casal de ambientalista do
projeto de assentamento Praialta Piranheira, no município de Nova Ipixuna,
sudeste do Pará vai somar mais um mês. Outras mortes já sucederam, como o caso
do militante do Rio do Anfrisio, a oeste do estado. E outras sucederão a se
confirmar a agenda de desenvolvimento para a região.
A execução de Zé Cláudio poderia ter sido evitada. Assim como
a maioria. Desde 2001 o nome do
ambientalista constava numa lista publicamente divulgada. O Estado não tomou providências,
apesar de uma denúncia pública realizada pelo próprio Cláudio num importante
evento que ocorreu em Manaus, o Ted Amazônia.
O baixo clero envolvido na execução foi alcançado. Mas, os
cardeais não. Tem sido assim ao longo dos anos no rosário de mortes e
impunidade. A reação marca ação do Estado, ao invés da prevenção. E com isso
todo tipo de oportunismo, a torto e a direito.
Como o projeto de assentamento Castanhal Araras, o primeiro a
ser criado na região em 1987, o Praialta nasceu com a intenção de contemplar a
agroecologia. A assessoria veio da Universidade Federal do Pará (UFPA) a partir
da parceria com o Laboratório Sócio agronômico do Araguaia Tocantins (LASAT),
que este ano levantou acampamento da região após mais de duas décadas de ação
na região.
Soube que o governo federal após mais uma execução de
militantes no Pará deseja incentivar um projeto de revitalização no local onde José
Cláudio e Maria foram mortos. O mesmo Estado que não tem recursos para garantir
políticas de garantia de vida dos ameaçados, como anunciado numa região em
bucólico hotel em Belém. Ocorre
interrogar: tal ação é um oportunismo?
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