quarta-feira, 9 de março de 2011

Tempestade, barcos e carnavais

O barco balançava na baía como se fosse de brinquedo. Navegava contra a correnteza. Sacudia freneticamente sobre as ondas das águas agitadas por uma tempestade amazônica. Parecia um badulaque infantil num balde com água movida pelas mãos de alguém. Quem espiava de longe calculava pelo afundamento.


As pessoas que estavam na embarcação faziam esforço para ficar em pé.  Por força das águas a nave tomou outro rumo. Depois se perdeu no mundo das águas, entre relâmpagos e a chuva forte.  


Antes da tempestade várias embarcações com bandeira de procedência francesa desfilaram no entorno do mercado. Os visitantes agitaram as mãos em direção aos frequentadores e operários do espaço. Eram barcos sofisticados. Destoavam da rusticidade dos locais.


O dia estava quente, e geralmente à tarde uma chuva precipita sobre a cidade. O vento forte varreu alguns telhados. Terça de carnaval, mercado mais ou menos vazio. Um grupo desafinado tentava cantarolar sambas antigos. O pessoal tinha a cara de ontem. Foliões de inúmeros dias e noites. Incensados por cheiro de cigarro forte.  


Foram mais de duas horas de chuva intensa. A cidade fica um desastre. Os locais mais baixos, as baixadas, como se trata aqui, ficam inundadas. Ruas demoram um bom tempo até a água recuar. Ainda há carnaval da cidade.


O bloco Rabo do Peru desfila no bairro de Icoaraci, um pólo de produção da cerâmica marajoara. O bairro é um bom lugar para se comer peixe. 


Já no boêmio bairro da Pedreira, o bloco Maria Quitéria homenageia as mulheres.


As emissoras de rádios informam das mortes nas rodovias e nas quebradas. E os números sobre a violência contra a mulher.

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