domingo, 30 de maio de 2021

Mais um São João amofinado

                                                        Foto: sede do Boi da Floresta/Leonardo. Thulla Esteves

Finda o mês de maio. Adeus Maria. Até qualquer dia. Quem sabe, ano que vem, em aboie o guarnicê....neste ano, pro modo de um praga maldita, será necessário adiar a festa. Zelar a vida. Polir a esperança.  Adeus Maria...até qualquer dia....que neste ano, o guarnicê desdobra somente no meu coração, enquanto o fio de saudade parte-me ao meio. Bruto, tal peixeira de valente.

Adeus Maria. Adeus Coração. Até qualquer dia.  Neste ano, nada de fogueira e balão. A vacina não chegou para todos. Para muitos, a morte tornou em noite o dia. Milhares tombados na algibeira da estupidez planaltina, que ora, maltrata e zomba sobre as cruzes espalhadas país afora, a perder de vista. Um rio de lágrimas. Mar de indignação.

Maria, junho ronrona na porteira do dia. O sol arde na moleira. O onça, mufino, acomodado em um canto, reclama o rufar do pandeirão preso em uma escapula de rede. O  onça sem pandeirão e matraca não é ninguém. A trinca da boiada anseia o assobio do apito do amo, a convocar para o ensaio final. Aquele que precede ao batizado do batalhão.

Querida, nada de tropeada na quadra junina. Tudo é vazio no terreiro do Brasil. Nada mais banzo que um arraiá calado. Desprovido de bandeiras, sem barracas de quitutes: maçã do amor, cachaça, milho assado e cozido, cocada, mingau de milho de branco entupido de coco.   

Santo Antônio, São João, São Pedro e Marçal não terão paga de promessa. Pai Francisco, Catirina, caboclo de pena, burrinha, a fileira de índia, tudo em retiro. Eh João Paulo de Marçal, Maioba, Maracanã, Iguaíba, Pindoba, Ribamar.....como é bom o tropear.....o virar o dia em aboio da sabença ancestral.....

Adeus Maria, que ano vem, quero chorar uma pororoca de mundo, que seja de felicidade de brincante, feliz pelo seu batalhão nas ruas....ao som dos tambores de África, Maranhão.....


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