segunda-feira, 2 de abril de 2018

Comuna Cepasp - Um espaço de diálogos, economia solidária e utopias


Na fronteira agromineral de Carajás, educadores, agricultores, artesãos e afins edificam espaço de economia solidária e utopias


 Comuna Cepasp - Feira de sábado, 31 de março

O Tocantins já alcançou a rua na Cidade Velha. Os carros e os barcos estão rentes à via. O rio subjugou as olarias que ficam sob a ponte que leva até a Cidade Nova.  O rio desabrigou gente. As praias estão em férias. Fazia tempo isso não ocorria. 

Os rios da região estão feridos de morte, o Tocantins e o Itacaúinas. Resíduos de siderúrgicas e de frigoríficos os sangram. Assim como o desmatamento. A mazela é o saldo do processo de integração subordinada da economia. 

Neste sábado de sol, que fecha o mês de março, à Rua Sororó, na casa 129, artesãos, agricultores, educadores e afins celebram a segunda versão da Feira Comuna, que ocorre no antigo espaço da ONG Centro de Educação, Pesquisa e Assessoria Sindical e Popular (Cepasp), um coletivo de assessoria popular criado nos 1980. Tempo de transição. 

Havia biojóias produzidas a partir dos recursos da floresta, galinha caipira, bolos, cachaça artesanal e castanha do Pará. Tempos idos a castanha foi a base da economia local. Os castanhais frondosos já não existem. Deram lugar a fazendas. Um grilo oficial. Fez fortuna de poucos. 

A castanha comercializada na feira é oriunda do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Porto Seguro. Um casal comercializa fardos. A colheita já encerrou. Bolos, mingau, biscoitos e afins são alguns dos derivados do fruto festejado no mundo gourmet dos principais centros econômicos do país.

Os organizadores da Comuna Cepasp explicam que a ideia é que a feira ocorra duas vezes por mês. 

A Comuna Cepasp o panfleto do espaço explica que além de uma fronteira da economia solidária, a proposta é operar em várias frentes de diferentes campos: economia, arte, ideias, livros, etc.  Bem como uma trincheira de organização apartidária e de luta que congregue agentes do campo e da cidade de forma fraterna. 

O horizonte utópico é a edificação de uma nova forma de viver que contemple os seguintes pontos: i) apoio mútuo, ii) combate às opressões, iii) autogestão e trabalho coletivo, iv) decisão coletiva e poder popular, v) defesa dos bens comuns, vi) transformação social e política do País, e vii) expansão comunal, narra a apresentação do espaço. 

A comuna funciona todos os dias. Neste sábado, além da exposição e comercialização dos produtos, cerveja, pinga e feijoada embalaram a celebração. 


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