Comuna Cepasp - Feira de sábado, 31 de março
O Tocantins já alcançou a
rua na Cidade Velha. Os carros e os barcos estão rentes à via. O rio subjugou
as olarias que ficam sob a ponte que leva até a Cidade Nova. O rio desabrigou gente. As praias estão em
férias. Fazia tempo isso não ocorria.
Os rios da região estão
feridos de morte, o Tocantins e o Itacaúinas. Resíduos de siderúrgicas e de frigoríficos
os sangram. Assim como o desmatamento. A mazela é o saldo do processo de
integração subordinada da economia.
Neste sábado de sol, que
fecha o mês de março, à Rua Sororó, na casa 129, artesãos, agricultores,
educadores e afins celebram a segunda versão da Feira Comuna, que ocorre no
antigo espaço da ONG Centro de Educação, Pesquisa e Assessoria Sindical e
Popular (Cepasp), um coletivo de assessoria popular criado nos 1980. Tempo de
transição.
Havia biojóias produzidas
a partir dos recursos da floresta, galinha caipira, bolos, cachaça artesanal e castanha
do Pará. Tempos idos a castanha foi a base da economia local. Os castanhais
frondosos já não existem. Deram lugar a fazendas. Um grilo oficial. Fez fortuna
de poucos.
A castanha comercializada
na feira é oriunda do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Porto
Seguro. Um casal comercializa fardos. A colheita já encerrou. Bolos, mingau,
biscoitos e afins são alguns dos derivados do fruto festejado no mundo gourmet
dos principais centros econômicos do país.
Os organizadores da
Comuna Cepasp explicam que a ideia é que a feira ocorra duas vezes por
mês.
A
Comuna Cepasp o panfleto do espaço explica que além de
uma fronteira da economia solidária, a proposta é operar em várias frentes de
diferentes campos: economia, arte, ideias, livros, etc. Bem como uma trincheira de organização
apartidária e de luta que congregue agentes do campo e da cidade de forma fraterna.
O horizonte utópico é a
edificação de uma nova forma de viver que contemple os seguintes pontos: i)
apoio mútuo, ii) combate às opressões, iii) autogestão e trabalho coletivo, iv)
decisão coletiva e poder popular, v) defesa dos bens comuns, vi) transformação
social e política do País, e vii) expansão comunal, narra a apresentação do
espaço.
A comuna funciona todos
os dias. Neste sábado, além da exposição e comercialização dos produtos,
cerveja, pinga e feijoada embalaram a celebração.
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