quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Ana Júlia e o desencontro com os quilombolas em Concórdia






A cidade situada no nordeste do Pará soma uns 20 mil habitantes, e possui vocação agrícola. Os rios Guamá e Bujaru fazem a alegria na região, conhecida pela sua riqueza de igarapés. Em Concórdia e vizinhança há cerca de 15 comunidades remanescentes de quilombolas.

As mesmas foram mobilizadas para uma reunião com órgãos federais e estaduais que tratam da questão agrária para o dia 24 de setembro, hoje. O chamado foi feito pelo Incra de Tomé Açu através do seu titular, Flávio Arruda.

Animados pela possibilidade de tanta autoridade junta, ministro, governadora, representantes dos bancos do Brasil e Basa, as comunidades encheram dois ônibus no sentido de pressionar os representantes do governo na aceleração dos processos de titulação coletiva.










Os burros nágua.
Ao chegarem à sede da cidade o clima era de comício do partido da governadora do Pará. A mesma chegou em Concórdia ao estilo mega star, helicóptero, pro volta das 10 da manhã. Após carreata, comício para celebrar o dado como eleito Elias Guimarães, dirigente sindical rural.

Não houve reunião e ninguém foi avisado do adiamento da mesma. Aos quilombolas que estão ameaçados pela monocultura de dendê da empresa biopalma, restou um papo com assessor da governadora e nos vemos depois numa possível audiência. Após Concórdia a governado seguiu para Tomé Açu, berço da colonização japonesa no estado, conhecida pelo cultivo da pimenta do reino.

Os quilombolas aguardam há sete o reconhecimento de 04 das 15 comunidades como área remanescente de quilombo.




Quilombolas retornam para casa.

2 comentários:

Unknown disse...

Admirável Rogério Almeida,
Eu sou o marcos paiva li a matéria sobre os quilombolas de Concórdia e Bujarú e fico triste pela desatenção da nossa governadora que se diz popular, mas que não parece ser socialista no que pese ao seu entendimento próprio sobre o que é realmente a titulação coletiva, pois se assim fosse, acredito eu que o INCRA já teria feito isso. Trata-se da relação da fronteira onde a violência simbólica e física rolam soltas. Por lá também já teve a Regina Barata que não resolvel nada sobre a questão da titulação. Está patente que com a eleição do prefeito petista não haverá finais felizes, mas lhe indico uma pessoa de total confiança e representante da ARQUINEC, a Antonina Borges, ela é o símbolo majoritário desta luta histórica, eu falo isso tudo porquer estudei a região em meu TCC, o tema que abordei foi o uso dos recursos hídricos numa das comunidades, pela UFPA/NAEA com Co-orientação da Profª Edna Castro.
Parabéns pela matéria...!

rogerio almeida disse...

Grato pelas informações
Irei procurar a Antonina Borges

ab
rogério