A série Arenas Amazônicas é um projeto em três volumes que trata de várias formas de resistências das populações da Amazônia
Capa do volume II do Arenas
Há mais de dez anos uma
das maiores mineradoras do mundo, a Vale, usa de inúmeras artimanhas jurídicas
para não assinar um termo de ajustamento de conduta (TAC), por conta das
situações de vulnerabilidade de crianças e adolescentes que embarcam clandestinamente
em seus trens que correm diuturnamente a Estrada de Ferro de Carajás (EFC).
A ferrovia é responsável
pelo escoamento do minério de ferro de ótimo teor da Serra de Carajás até os
portos de São Luís, no Maranhão, de onde ganha o mercado mundial. A mesma
empresa mantém querelas com quilombolas no município de Itapecuru Mirim, no
estado do Maranhão, devido à duplicação da EFC.
Com a mesma categoria,
mas, desta feita no estado do Pará, no município de Moju, a implantação de um
mineroduto e de uma linha de transmissão de energia de interesse da empresa
reconfiguraram o território ancestral.
Nas regiões sul e sudeste
paraense, vários projetos da corporação promovem a tensão entre a empresa,
camponeses e indígenas, a exemplo do caso dos Xikrin do Cateté. Aos que ousam
contrariar as agendas da empresa, ela move ações na justiça. As ações cíveis e
criminais contra sindicalistas, assessores, professores e dirigentes somam
quase duas centenas.
As disputas por
territórios entre a Vale e outras grandes corporações, tais como a Jari
Celulose, Belo Sun e o Consórcio Norte Energia, responsável pela hidroelétrica
de Belo Monte, em Altamira, no Pará, constam no rol das oito narrativas que
integram o volume II da série Arenas Amazônicas, organizada pelo jornalista e
professor da UFOPA, Rogerio Almeida.
A jornalista Lilian
Campelo, correspondente do site Brasil de Fato na região Norte, assina uma das
produções em parceria com Almeida. O
volume II conta ainda com um ensaio sobre as resistências de camponeses no
sudeste paraense, assinado pela militante do MST, Júlia Iara. Jornalistas,
professores e organizações cederam fotos que ilustram o livro. Boa parte do
conteúdo foi publicado no site da Agência Carta Maior, e no blog do próprio
autor. Xingu, Marajó, Carajás e o Baixo Amazonas constam nas pautas da
publicação.
A série Arenas Amazônicas
- Trata-se de um conjunto de três
volumes de narrativas jornalísticas que contemplam agendas da Amazônia. O
primeiro volume enfocou as formas de ações de movimentos negros nas periferias
de Belém em diversos campos: política, cultura e mulheres. O segundo tomo trata
de pelejas das populações locais e suas formas de enfrentamento aos grandes
projetos, enquanto o terceiro tem a ambição de tratar sobre a comunicação
popular. As diferentes formas de enfrentamentos e resistências das populações
locais constitui a coluna dorsal da iniciativa.
Sobre o autor
Rogerio Almeida é maranhense de São Luís/MA, com
graduação em Comunicação Social pela UFMA. Cursou especialização e mestrado em
Planejamento do Desenvolvimento pelo NAEA/UFPA, com pesquisa laureada com o
Prêmio NAEA/2008. Atualmente cursa doutorado em Geografia Humana, DINTER
USP/UNIFESSPA/UFOPA e IFPA. É professor do Curso de Gestão Pública e
Desenvolvimento Regional da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA).
Desde a década de 1990 mora no Pará.
Além da dissertação publicada pela UFPA, assina as publicações:
Araguaia-Tocantins: fios de uma História camponesa/2006 e Pororoca pequena:
marolinhas sobre a (s) Amazônia (s) de Cá/2012.
Os volumes I e II podem ser baixados no blog
1 comentários:
onde eu posso comprar essas duas edições físicas??
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